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No poema Aninha e suas pedras, Cora Coralina trata de questões muito importantes no que se refere à relação entre sujeito e literatura: a criação e a recepção. Com relação a essas questões e com base em informações teóricas acerca de literatura, é correto afirmar que
a leitura do texto literário é condição para quem pretende conhecer e desfrutar do domínio das normas da língua padrão e, portanto, deve ser objeto de exercícios para aquisição da língua escrita.
a criação literária é produto de experiências mesquinhas; por isso, o seu fazer torna-se ardiloso e desafiador.
a leitura literária destina-se aos que precisam livrar-se de tormentos; esse é, então, o principal fim do literário: o terapêutico.
a leitura e a criação literária funcionam como exercício de liberdade e proporcionam o desenvolvimento de um comportamento mais crítico e menos preconceituoso diante do mundo.
o processo da criação literária depende dos percalços existenciais que precisam ser superados.
Além de expressar declaradamente o conceito de ironia no conto A teoria do Medalhão, Machado de Assis faz uso desse recurso linguístico recorrentemente, de maneira que a ironia passa a ser um traço marcante em sua obra. Acerca do recurso da ironia, como figura de sentido, na obra de Machado de Assis, assinale a alternativa incorreta.
O emprego da ironia na obra de Machado de Assis tem como objetivo principal causar o humor; por isso, a ironia ocorre pontualmente em várias passagens de seus textos.
Ela é utilizada como técnica narrativa constante, apresentando, na maioria das vezes, a frustração de uma expectativa, quando os acontecimentos tomam rumos não esperados, daí resultando o humor.
Em A teoria do medalhão, a ironia pode ser percebida na forma com que são analisados e criticados vários comportamentos sociais, em tom de conversa quase inocente de aconselhamento de um pai para com seu filho.
Ao ensinar ao filho como proceder para obter sucesso, o pai acaba por descrever uma sociedade burguesa medíocre e arrogante, que prega o sucesso a qualquer preço, mesmo à custa do empobrecimento da vida interior e das relações humanas. Ou seja, aquilo que o pai defende para o filho é, no fundo, uma grande crítica à sociedade. É nesse jogo de inversão de sentido que reside a ironia machadiana.
Várias vezes, a forma irônica soma-se a um tom humorístico bem apurado, que advém de uma disposição de espírito provocada pela reflexão a respeito de contradições da alma humana e do convívio social.
Na segunda metade do século XIX, o Brasil encontra-se em crise. A decadência da economia açucareira e o germinar da ruptura do regime escravocrata abalam as bases que sustentavam a ideologia romântica. É nesse contexto que surgem narrativas que revelam criticamente as mazelas da sociedade do Segundo Império. A respeito das obras e das características literárias que irão vigorar no Brasil nesse momento, assinale a alternativa correta.
São representantes dessa mesma fase os romances machadianos: A mão e a Luva, Esaú e Jacó e Dom Casmurro.
O homem, colocado no centro do romance realista, é analisado e explorado em sua conformação biológica, o que acontece exemplarmente em Quincas Borba.
Machado de Assis, na prosa, e Castro Alves, na poesia, aproximam-se no tratamento dado às denúncias em relação à exploração dos escravos, a partir de uma concepção ficcional, pautada na subjetividade das emoções.
Sob a ótica da razão e da objetividade, o narrador em Memórias Póstumas de Brás Cubas torna-se isento com relação à matéria narrada. Cabe ao leitor chegar às suas próprias conclusões.
Machado de Assis opta por narradores que estão em primeira pessoa ou oscilam entre a primeira e a terceira pessoa, revelando a crise de personagens da burguesia e, consequentemente, as incongruências daqueles que até então figuravam como exemplares de cidadãos acima de qualquer suspeita.
Texto VIII, para responder às questões de 30 a 32.
A partir da reflexão teórica proposta por Tânia Carvalhal no texto VIII e considerando a leitura dos textos VI e VII, assinale a alternativa correta.
É pertinente adotar a comparação como método analítico para mostrar ao leitor, por exemplo, que a literatura, em vários momentos da história, revela, por meio de recursos poéticos, problemas sociais, criando um espaço para a reflexão crítica.
Ao aplicar o método de análise comparada aos textos VI e VII, concluir-se-ia um trabalho de cotejamento pontual entre formas poéticas distintas, em contextos distintos. Ou seja, Gregório de Matos escreveu a respeito da sociedade brasileira do século XVII e Ferreira Gullar a respeito da sociedade brasileira do século XX.
A análise comparada, como método de estudo da produção literária, deve ater-se a níveis de estudo mais elaborados, como é o caso da educação superior. Não se deve propor nenhum tipo de estudo literário comparativo para estudantes da educação básica.
Analisando comparativamente os textos VI e VII, percebe-se que o texto VII é mais bem elaborado que o texto VI, pois seu autor demonstrou preocupação com aspectos formais; já o autor do texto VI não atentou para as questões relacionadas à forma do fazer poético.
Seria um equívoco submeter a leitura dos textos VI e VII a uma metodologia de análise comparada, visto que eles encontram-se em contextos históricos muito distantes e incomparáveis entre si.
Texto VII, para responder às questões 29 a 32.
Gregório de Matos, um dos primeiros grandes poetas do Brasil, atinge grande repercussão, principalmente quando aborda questões locais por meio de sátiras afiadas que lhe renderam o apelido de Boca do Inferno. No poema As cousas do mundo, percebe-se
abandono dos conflitos barrocos e adesão a uma postura alienada e jocosa de valorização da irreverência.
forma poética habilmente estruturada por meio de inversões sintáticas em versos decassílabos, organizados em esquemas rítmicos interpolados e mistos.
uso metafórico dos vocábulos flor e tulipa, para denunciar, por meio de imagens da natureza, a efemeridade da vida humana.
tom agressivo e petulante, que revela o despeito, presente em acusações descontextualizadas, uma vez que o autor não demonstrou consciência alguma acerca do contexto da época.
construção poética clássica, com valorização da imagem da musa como representante da nobreza e da beleza que atravessa todas as épocas.
Com relação aos textos V e VI, julgue C ou E.
No texto V, corrobora-se a análise da autora do texto VI no que concerne às preocupações de Euclides da Cunha acerca das condições do interior do país.
Com relação aos textos V e VI, julgue C ou E.
Por serem trechos de ensaios, os textos V e VI apresentam-se em linguagem desprovida de informalidade, predominando, no texto V, a função poética da linguagem e, no texto VI, a função conativa.
Com relação aos textos V e VI, julgue C ou E.
No texto V, a adjetivação recorrente e o recurso a referências eruditas na descrição do trabalho do sertanejo no seringal são exemplos de características do estilo euclidiano que, no entender da autora do texto VI, são avessas "ao espírito modernista" (l.3-4).
Com relação aos textos V e VI, julgue C ou E.
No texto V, o emprego de "engravecia" (l.3) e de "vão-se-lhe" (l.32) ilustra a afirmação da autora do texto VI a respeito da preocupação de Euclides da Cunha "com o uso de uma língua portuguesa castiça e até arcaizante" (l.5).
Com relação aos sentidos e a aspectos morfossintáticos do texto V e do texto VI, julgue C ou E.
A autora do texto VI sugere que Euclides da Cunha deveria ser incluído no elenco de escritores modernistas mais por ter adaptado, em suas obras, o discurso ao falar brasileiro do que por ter tratado de temas típicos do Modernismo.
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