Questões de Línguas Outras do ano 2017

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O intérprete de Libras pode valer-se de diferentes estratégias, para interpretar um discurso. Melhor define a estratégia de interpretação consecutiva é

  • A. o intérprete observa a sinalização em Libras e realiza a interpretação para a modalidade escrita da língua oral-auditiva.
  • B. o intérprete observa a sinalização em Libras e realiza a interpretação para a modalidade escrita da língua oral-auditiva.
  • C. o intérprete lê um texto e realiza a sinalização para a Libras.
  • D. o intérprete observa/ouve o enunciado, processa a informação, e, esperando a pausa a ser realizada pelo enunciador, realiza a interpretação.
  • E. o intérprete ouve um enunciado em língua oral-auditiva e realiza uma interpretação sussurrada.

Ao sistematizar as ideias de Hans Vermeer e de Katharina Reiss, Christiane Nord desenvolveu um modelo de análise textual a ser observado por tradutores. Para esses pesquisadores, a tradução é, sobretudo, um processo que envolve culturas. Como toda ação humana, a tradução também possui objetivos e intenções. A tradução está firmada sobre a óptica funcionalista. Não faz parte do pensamento funcionalista da tradução:

  • A. como o escopo das traduções é a equivalência linguística, uma vez que as culturas esperam uma fidelidade do profissional, o tradutor deve ter em mãos um modelo de análise textual que o guie nas tomadas de decisões, para que essa equivalência ocorra.
  • B. tanto fatores extratextuais (tempo e local da comunicação, por exemplo) como intratextuais (léxico e estrutura frasal, por exemplo) fazem parte de um modelo funcionalista para a tradução.
  • C. mesmo a tradução de textos literários pode ser guiada por propósitos funcionalistas. Afinal de contas, são textos com escopos.
  • D. fidelidade, em uma tradução funcionalista, está ligada à intenção do autor do texto-fonte, por isso é importante, para o tradutor, identificar a intenção do autor do texto de partida.
  • E. como a tradução envolve culturas, o tradutor precisa pensar em como o texto-fonte está representado na cultura de partida e em como o texto-alvo deve ser representado na cultura de chegada. Isso significa que elementos do texto-fonte (e da cultura-fonte) podem ser nulos no texto-alvo (e na cultura-alvo).

Inspirado(a) nas concepções de Schleiermacher (1813) sobre tradução, estabeleceu os conceitos de “Tradução domesticadora” e “Tradução estrangeirizadora”:

  • A. Paulo Rónai.
  • B. Jean D’Alembert.
  • C. Lawrence Venuti.
  • D. Christiane Nord.
  • E. Walter Benjamin.

A interpretação exige um grande esforço mental do intérprete. Em geral, são muitas informações que o profissional precisa guardar em sua memória de curto prazo, para retomá-las, quando necessário. Debruçado sobre uma modalidade de interpretação, Daniel Gile desenvolveu a Teoria dos Modelos dos Esforços. O ponto de partida de sua análise foi a interpretação

  • A. consecutiva.
  • B. sussurrada.
  • C. simultânea.
  • D. literal (palavra por palavra).
  • E. inversa.

Ainda sobre a Teoria Interpretativa da Tradução, o principal conceito que ela apresenta é a noção de

  • A. implicitação.
  • B. correção.
  • C. decalque.
  • D. explicitação.
  • E. desverbalização.

É possível perceber que a atuação, os procedimentos, as estratégias e o processamento cognitivo dos profissionais de línguas de sinais e de línguas oral-auditivas são, em grande parte, equivalentes. Por isso, hoje em dia, os estudiosos reconhecem que é praticamente impossível refletir sobre teoria e prática dos intérpretes de línguas de sinais, sem que se utilizem as abordagens teóricas pensadas para as línguas oral-auditivas. A Teoria Interpretativa da Tradução, conhecida também como Teoria do Sentido, é um bom exemplo. Ela foi desenvolvida pela intérprete, pesquisadora e professora francesa Danica Seleskovitch, nos anos 1960, e, apesar de muitas críticas, muito de suas ideias pode ser aplicado na interpretação de línguas de sinais. Pensando no momento de origem da Teoria Interpretativa da Tradução, é correto afirmar-se que esta teoria está voltada para a interpretação

  • A. simultânea.
  • B. consecutiva.
  • C. sussurrada.
  • D. intermitente.
  • E. a partir de uma língua escrita.

Sobre os artefatos culturais, de acordo com Strobel (2008), é verdadeiro afirmar-se que

  • A. no âmbito das artes visuais, são considerados “artefatos culturais” do povo surdo apenas as criações artísticas em que há registro material, como a pintura e a escultura, excluindo-se dessa classificação outros tipos de manifestação cultural, por exemplo, o teatro.
  • B. são considerados “artefatos culturais” apenas os objetos ou os materiais produzidos pelos grupos culturais, como as campainhas luminosas, no caso da cultura surda.
  • C. tradicionalmente, a música não é considerada um artefato cultural do povo surdo, mas, quando os músicos são surdos e usam recursos percussivos que permitem a quem não ouve sentir a música, neste caso ela se torna artefato da cultura surda.
  • D. instituições como a FENEIS, a WDF e a CBDS são importantes no movimento surdo organizado, mas, por serem instâncias ligadas à ação política dos surdos, não poderiam ser adjetivadas como “artefatos culturais”.
  • E. o TDD (Telefone Device for the Deaf), artefato material do povo, surgiu a partir do TTY (Teletypewriter), inventado por 3 surdos americanos.

“Em um experimento de comunicação referencial (JORDAN; BATTISON, 1976) com surdos de sete diferentes países, os pesquisadores concluíram que uma língua de sinais não é transparentemente inteligível por surdos monolíngues de outra língua de sinais”. QUADROS, R.; KARNOPP, L. Língua de Sinais Brasileira: Estudos Linguísticos. Artmed, 2004.

Em relação à iconicidade nas línguas de sinais, é correto afirmar-se que

  • A. as línguas orais não possuem nenhuma relação icônica ou representacional de seus referentes fonológicos.
  • B. estudos linguísticos sobre a iconicidade nas línguas de sinais revelaram que apenas uma parte do léxico dessas línguas pode apresentar característica icônica, em virtude de alguns sinais não apresentarem semelhanças visuais com seu referente.
  • C. o excesso de sinais icônicos nas línguas de sinais marca uma dificuldade em expressar conceitos abstratos.
  • D. as línguas de sinais são exclusivamente icônicas, pois apresentam, em sua constituição, uma gesticulação concreta.
  • E. uma diferença relevante entre as línguas de sinais e as línguas orais é a inexistência de iconicidade nas línguas orais.

“Certas CMs (configurações de mãos) são usadas nas línguas de sinais, para representar o tamanho e a forma dos referentes, assim como as características dos movimentos dos seres em um evento...”. FERREIRA, Lucinda. Por uma gramática de Línguas de Sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2010.

Em relação aos classificadores, a autora considera que cada configuração de mão utilizada como classificador é um

  • A. item lexical.
  • B. sintagma nominal.
  • C. sintagma verbal.
  • D. fonema.
  • E. morfema.

Quanto ao sistema pronominal da Libras, discutido por FERREIRA, Lucinda, em “Por uma gramática de Línguas de Sinais”, é correto revelar-se que

  • A. conforme as postulações de Benveniste (1966) e Lyons (1977) sobre as línguas naturais, não há pronomes pessoais na Libras.
  • B. a orientação e a locação para os pronomes representam, na Libras, muito mais do que apenas uma locação e uma orientação no mundo real, uma vez que eles são restringidos, tanto situacional, quanto modalmente.
  • C. do ponto de vista da gramática, não há pronomes na Libras, já que a apontação é considerada agramatical.
  • D. a limitação dos referentes de terceiras pessoas na Libras é explicada pela modalidade linguística espacial.
  • E. no sistema pronominal da Libras, há distinção de gênero para pessoas, animais e coisas.
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