Questões de Medicina do ano 2015

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Mulher de 56 anos procura o reumatologista por queixa de dor e deformidades nas mãos. Ao exame, nota-se a presença de nódulos de Heberden e de Bouchard em ambas as mãos.

O diagnóstico mais provável é:

  • A. osteoartrite;
  • B. artrite reumatóide;
  • C. gota;
  • D. lúpus eritematoso sistêmico;
  • E. artrite reativa.

Idoso de 78 anos apresenta quadro agudo de gastrenterite viral, sendo medicado ambulatorialmente com antieméticos orais, antidiarreicos e hidratação oral. Após 48h, retorna à emergência com relato de não ter aceitado adequadamente ingestão líquida, devido aos vômitos refratários. Exames: Ureia 170mg/dL; Creatinina 2,5mg/dL; Sódio 144mEq/L; Potássio 5,6mEq/L; EAS cilindros hialinos. Quanto ao caso acima, é possível afirmar que:

  • A. trata-se de insuficiência renal aguda pré-renal e a bioquímica urinária revelaria sódio urinário baixo, fração de excreção sódio baixa e osmolaridade urinária alta;
  • B. trata-se de Insuficiência renal aguda intrínseca e a bioquímica urinária revelaria sódio urinário alto, fração de excreção de sódio alta e osmolaridade urinária baixa;
  • C. trata-se de insuficiência renal aguda pós-renal, secundária à retenção urinária precipitada pelo uso de antiespasmódicos;
  • D. como o paciente não respondeu ao tratamento ambulatorial, deve ser internado para hidratação e antibioticoterapia venosas;
  • E. caso houvesse melhora da função renal após hidratação venosa, o diagnóstico mais provável seria de necrose tubular aguda.

O Regulamento de Benefícios da Previdência Social, em seu Anexo II, apresenta uma Relação de Doenças Relacionadas ao Trabalho – Lista B – que foi baseada nos agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional (Lista A). A partir da tabela abaixo, relacione as patologias neuropsiquiátricas com o fator de risco correspondente.

A sequência correta entre a doença e o fator de risco ocupacional correspondente é:

  • A. 3, 2, 4, 5, 1;
  • B. 2, 3, 5, 1, 4;
  • C. 1, 5, 3, 4, 2;
  • D. 4, 1, 2, 3, 5;
  • E. 5, 4, 1, 2, 3.

Um técnico de enfermagem do trabalho se acidenta durante a realização de um procedimento para aplicação de injeção, com exposição a material biológico – sangue – de um trabalhador soropositivo.

Em relação aos procedimentos recomendados pelo Ministério da Saúde nas situações em que haja indicação da quimioprofilaxia, é correto afirmar que:

  • A. o efavirenz deve ser usado em exposição a paciente-fonte HIV+ com potencial resistência a AZT;
  • B. a quimioprofilaxia expandida = AZT + 3 TC + IP está indicada em exposições com risco elevado de transmissão pelo HIV;
  • C. o prazo ideal para início da quimioterapia é de até 72 horas, e a duração máxima é de 60 dias;
  • D. quando houver dúvida sobre o tipo de acidente, é melhor aguardar os testes de resistência no paciente-fonte, no momento do acidente, para auxiliar a escolha da PEP;
  • E. a quimioprofilaxia está indicada mesmo se o paciente-fonte apresentar baixos títulos virais positivos, nas exposições consideradas de menor risco.

Um pequeno produtor rural, de 24 anos, prepara uma solução com agrotóxico folidol e coloca em uma bomba costal para pulverização em sua plantação de algodão. Em seguida aplica o veneno por 3 horas, em um dia muito quente, trajando apenas uma camiseta, bermuda e sandálias. Três horas após encerrar a aplicação começa a sentir-se mal, suando muito, com tremores, náuseas, vômitos e diarreia, sendo internado em um hospital da região, onde foram coletadas amostras para exame toxicológico e lhe foram administrados medicamentos.

 Em relação ao caso clínico, a classe do pesticida envolvido com a intoxicação é:

  • A. organofosforado;
  • B. carbamato;
  • C. piretróide;
  • D. triazina;
  • E. organoclorado.

Desde B. Ramazzini (1700) há um esforço notável dos especialistas em saúde ocupacional para estabelecer os critérios para classificar a patologia do trabalho. O prof. Richard Schilling desenvolveu uma classificação que agrupa as doenças relacionadas ao trabalho em três categorias (R. Mendes, 2003):

Categoria I – O trabalho é uma causa necessária para a ocorrência da doença.

Categoria II – O trabalho é fator de risco adicional ou contributivo, mas não necessário para a ocorrência da doença.

Categoria III – O trabalho é fator provocador de um distúrbio latente, ou agravador de uma doença já estabelecida.

De acordo com o método de Schilling, a bronquite crônica, dermatite de contato, doença coronariana, câncer e doenças mentais, nesta ordem, são classificadas como categorias:

  • A. III, II, II, II, III;
  • B. II, II, III, III, II;
  • C. II, I, III, I, II;
  • D. III, III, II, II, III;
  • E. III, I, II, II, II.

Lapidador autônomo, 26 anos, fumante desde 12 anos, fumando 1 maço por dia, queixa-se de tosse seca, fadiga, emagrecimento, cansaço, falta de ar aos médios e pequenos esforços, que vêm se agravando nos últimos meses, impedindo-o de realizar atividades rotineiras. Trabalha em um galpão de fundo de quintal coberto com telhas de amianto, desde os 16 anos, cortando a seco com esmeril, colando e polindo pedras semipreciosas para a produção de peças de artesanato. Exames: BAAR e cultura de escarro que foram negativas. Laudo Radiológico do Tórax (OIT): pequenas opacidades bilaterais em zonas superior, média e inferior, categoria 2/1, tipo de profusão “qr”. A espirometria mostrou queda acentuada dos fluxos e dos volumes pulmonares, e a DLCo (difusão gasosa) encontrava-se moderadamente reduzida.

O diagnóstico mais provável para o quadro clínico apresentado pelo paciente é:

  • A. silico-siderose;
  • B. pneumoconiose por poeiras mistas;
  • C. asbestose;
  • D. silicose acelerada;
  • E. câncer de pulmão.

Há um conjunto de doenças que excluem o período de carência para a concessão do benefício previdenciário de auxílio doença e aposentadoria por invalidez. A Portaria conjunta nº 2.998, de 23 de agosto de 2001, assinada pelo Ministro da Saúde e pelo Ministro da Previdência Social define as doenças que se enquadram nesses quesitos.

As três doenças que se encontram amparadas pela Portaria nº 2.998 são:

  • A. nefropatia grave, hanseníase, doença pulmonar obstrutiva crônica;
  • B. SIDA/AIDS, esclerose lateral amiotrófica, doença de Crohn;
  • C. alienação mental, hepatopatia grave, anemia falciforme;
  • D. espondiloartrose anquilosante, neoplasia maligna, tuberculose ativa;
  • E. cardiopatia grave, doença de Parkinson, fibrose pulmonar.

O médico do trabalho de uma empresa de televisão é procurado pela diretora de produção para atender um maquiador com 32 anos, não fumante, que vem se queixando de tosse produtiva mucossanguinolenta com perda ponderal, inapetência e febre vespertina nos últimos 30 dias.

Diante do quadro apresentado com forte suspeita de tuberculose pulmonar em atividade, a alternativa abaixo que NÃO atende às diretrizes científicas recomendadas para a investigação e o manejo do tratamento da tuberculose é:

  • A. na suspeita de TB pulmonar, devem ser coletadas, pelo menos, duas amostras de escarro para exame micobacteriológico, sendo, no mínimo, uma das amostras pela manhã;
  • B. em todo paciente com tuberculose que seja soropositivo, o médico deve solicitar a cultura com a realização de teste de sensibilidade da amostra de escarro;
  • C. o teste anti-HIV deve ser solicitado de rotina a todos os pacientes com tuberculose;
  • D. pacientes com suspeita de TB na radiografia de tórax e sem expectoração espontânea devem ser submetidos ao exame de escarro induzido com solução salina hipertônica;
  • E. em pacientes com grave imunossupressão e suspeita de TB, o médico deve aguardar a chegada dos resultados dos exames laboratoriais para instituir o tratamento.

Ao realizar o exame de saúde periódico de um pedreiro, o médico do trabalho é informado por ele que, onde mora - uma república - reside um colega que teve o diagnóstico de tuberculose ativa há 15 dias, cujo exame de escarro estava positivo e que ele já se encontra afastado da empresa onde trabalha e está em tratamento. O trabalhador informou que vem tendo contato diário com o colega doente há 1 ano e que ele já tossia com frequência e estava perdendo peso há cerca de 3 meses, mas que “ele era teimoso, achava que era só uma gripe forte e só resolveu procurar o posto de saúde depois que saiu sangue no catarro, quando ficou assustado”.

A conduta que está em desacordo com as estratégias para busca ativa de casos de tuberculose na comunidade é:

  • A. caso o contato apresente febre por 2 semanas, ou sintomas, como febre ou emagrecimento, acompanhados ou não de tosse, a conduta indicada é requisitar uma radiografia de tórax;
  • B. as diretrizes atuais recomendam a baciloscopia para pesquisa de BAAR, o teste tuberculínico e a telerradiografia de tórax para todos os contatos de pacientes com tuberculose ativa;
  • C. se o contato estiver assintomático, deverá ser encaminhado para o Posto de Saúde para realizar o teste tuberculínico, e caso este seja positivo, está indicada a radiografia de tórax;
  • D. caso a radiografia de tórax do contato tiver aspecto sugestivo de tuberculose pulmonar, estão indicadas a baciloscopia para BAAR e cultura para micobactérias em amostra de escarro;
  • E. o contato que apresente o teste tuberculínico positivo e a radiografia de tórax normal deve ser submetido a tratamento para tuberculose com a prescrição de isoniaziada.
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