Questões de Medicina do ano 2016

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Os pacientes que, por qualquer motivo, perderam a função renal e irreparavelmente atingiram a fase terminal da doença renal têm, hoje, três métodos de tratamento, que substituem as funções do rim: a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante renal. Sobre o transplante renal, podemos afirmar:

  • A. A hemodiálise tem a capacidade inferior de filtração igual ao rim humano, porém é capaz de manter uma filtração plasmática mínima para a sobrevida do paciente.
  • B. Paciente portador de Insuficiência Renal Crônica com clearance de creatinina igual ou menor que 20 ml/min/1,73m2 são os candidatos ao transplante.
  • C. Na diálise peritoneal a solução permanece por um período necessário para que se realizem as trocas. Cada vez que uma solução nova é colocada dentro do abdômen e entra em contato com o peritônio, ele passa para a solução todos os tóxicos que devem ser retirados do organismo.
  • D. Nenhuma das alternativas.

Fatores genéticos têm tanto um papel determinante na evolução para a doença renal terminal, como podem conferir proteção ao indivíduo. O advento da biologia molecular acrescenta novas abordagens ao diagnóstico e à compreensão da patogênese das doenças renais. São marcadores genômicos e proteômicos em doenças renais respectivamente:

  • A. NPHS2 – Podocina/ Biomarcadores com carga/massa de 3340 e 3980.
  • B. β2-microglobulina/ Mutação – lócus IGAN em 6q22-23.
  • C. ACTN4 - α-actinina-4/Polimorfismo CNDP1 (maior forma alélica).
  • D. Nenhuma das alternativas.

A insuficiência renal crônica é caracterizada por perda progressiva e geralmente irreversível da função renal de depuração. Dentre as modalidades de tratamento para a insuficiência renal, a hemodiálise é um processo realizado em um circuito extracorpóreo, utilizando-se uma membrana artificial. Sobre a regulamentação e o tratamento da água utilizada em hemodiálise é CORRETO afirmar:

  • A. A Portaria MS/SAS nº 38 de 03 de março de 2000 foi elaborada para normatizar o Sistema Integrado de Atenção ao Paciente Renal Crônico (SIAPRC), no que se refere ao tratamento de água para o serviço de hemodiálise. Limita-se a abordar as instalações hidráulicas das clínicas, indica os tipos de tratamento a serem utilizados para a água dialisada e o controle de qualidade de água.
  • B. A Portaria nº 82/GM de 03 de janeiro de 2004 estabelece o Regulamento Técnico para o funcionamento dos serviços de diálise e as normas para cadastramento destes junto ao Sistema Único de Saúde.
  • C. A água fornecida deve ter o seu padrão de potabilidade em conformidade com o disposto na portaria nº 518 de 25 de Março de 2004 – MS, ou do documento legal que venha a substituí-la, comprovado através do fornecimento, ao serviço de hemodiálise, de cópia dos laudos físico-químicos (semestrais) e bacteriológicos (mensais).
  • D. Nenhuma das alternativas.

Doença policística renal hereditária é definida como compondo doença de rim policístico autossômico recessivo (ARPKD) e doença de rim policístico autossômico dominante (ADPKD). Essas duas doenças precisam ser distinguidas de outras afecções hereditárias ou não-hereditárias que apresentem cistos renais. Sobre ARPKD e ADPKD podemos afirmar:

  • A. Exames genéticos moleculares diretos conseguem detectar todas as mutações causadoras de ARPKD. Os exames moleculares podem ser diretos, por exemplo, o sequenciamento do gene PKHD1, ou indiretos, utilizando a análise de ligação genética.
  • B. Disgenesia biliar invariavelmente faz parte de ARPKD. Os ductos biliares intrahepáticos dilatam e aumentam em número, com o subsequente desenvolvimento de fibrose periportal. Esse quadro, denominado de fibrose hepática congênita, é indispensável para fazer o diagnóstico de ARPKD, embora não seja patognomônico.
  • C. Os pacientes afetados com ARPKD que sobrevivem até ao longo da adolescência tendem a desenvolver, primariamente, comprometimento hepático e biliar, com maior envolvimento renal. Hepatoesplenomegalia, hipertensão portal e doença de Caroli, na presença de hipertensão sistêmica e insuficiência renal, permitem confirmar o diagnóstico.
  • D. Nenhuma das alternativas.

A prevalência da doença renal crônica (DRC) está aumentando em todo o mundo. A maior parte das nefropatias crônicas não tem tratamento e progride inexoravelmente para estágios avançados da doença. Nesse contexto, a noção de renoproteção ganhou muita força e baseia-se, sobretudo, numa abordagem terapêutica combinada no tratamento das doenças renais, objetivando, principalmente, redução da pressão arterial e da proteinúria. Sobre a doença renal crônica, a afirmativa CORRETA é:

  • A. A DRC, particularmente nas fases mais avançadas (estágios 4 e 5), pode levar a alterações importantes no estado nutricional e no metabolismo, por causar redução do apetite, distúrbios gastrintestinais, acidose metabólica, resistência à insulina, hiperparatireoidismo secundário e inflamação.
  • B. Pacientes com DRC (pré-terapia substitutiva renal) que fazem treinamento de resistência apresentam redução do processo inflamatório, com diminuição da albumina sérica, redução do peso corporal, aumento da massa muscular, aumento do fator de crescimento de insulina 1 (IGF-1) e até aumento da taxa de filtração glomerular.
  • C. Um aspecto que merece destaque, por ser muito preocupante, é o risco de morte desses pacientes. O acompanhamento de pacientes com DRC estágio 4 (TFG entre 50 e 70 ml/ min), pelo período de 5 anos, demonstrou que o risco de óbito (principalmente por causas cerebrovasculares e cardiovasculares) foi cerca de três vezes maior do que a instituição de tratamento dialítico (47,5% versus 19,9%).
  • D. Nenhuma das alternativas.

Em relação à dacriocistite, pode-se afirmar que

  • A. bactérias gram negativas e anaeróbias são os patógenos mais frequentemente associados.
  • B. a fim de se reduzir recidivas, após a melhora do quadro, é, obrigatoriamente, recomendada a dacriocistorrinostomia.
  • C. se há flutuação e dor, incisão da área mais abaulada deve ser feita o mais rápido possível para evitar formação de fístula epitelizada.
  • D. o teste de Milder sugere obstrução de vias lacrimais se, três a cinco minutos após a instilação de fluoresceína, não houver presença do colírio em cotonete colocado no meato nasal.

Manchas de Brushfield na íris estão relacionadas, em 85%, à

  • A. Síndrome de Turner.
  • B. Síndrome de Edwards.
  • C. Síndrome de Patau.
  • D. Síndrome de Down.

A observação da letra Y (direta e inversa), dentro do cristalino, à biomicroscopia, permite identificar a posição do

  • A. núcleo fetal.
  • B. núcleo adulto.
  • C. núcleo embrionário.
  • D. córtex anterior e posterior.

Paciente de 60 anos de idade utiliza lente de contato rígida monocurva esférica com excelente posicionamento e padrão, além de visão 20/20. No entanto, a mesma toca, discretamente, em pterígio nasal grau I. Sugere-se reduzir 0,4mm no diâmetro da própria lente para melhor adaptação.

Ao fazer isso, essa mesma lente, ao ser recolocada no olho do paciente, apresentará, em relação à lente original, para chegar à mesma acuidade visual,

  • A. aplanamento central discreto e sobre-refração de – 0,25 D.
  • B. aplanamento central discreto e sobre-refração de + 0,25 D.
  • C. pequeno acúmulo central de fluoresceína e sobre-refração de – 0,25 D.
  • D. pequeno acúmulo central de fluoresceína e sobre-refração de + 0,25 D.

O “Excimer Laser”, utilizado em cirurgia refrativa, é em sua estrutura básica um laser de

  • A. estado gasoso ultravioleta.
  • B. estado sólido ultravioleta.
  • C. estado sólido infravermelho.
  • D. pulso ultrarrápido infravermelho.
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