Questões sobre Infectologia

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Homem de 70 anos evolui para coma após acidente vascular cerebral. No 20º dia de internação em enfermaria de neurologia de um hospital geral, apresenta insuficiência respiratória pelo agravamento do quadro neurológico, sendo intubado, colocado em ventilação mecânica e encaminhado à UTI. No 4º dia de internação na UTI, desenvolve febre, evolui com piora dos parâmetros ventilatórios, descompensação hemodinâmica, aumento da secreção pelo tubo orotraqueal e surgem leucocitose no hemograma e imagem radiológica de condensação na radiografia de tórax no leito. Fez uso de ciprofloxacino intravenoso por 7 dias durante o período que esteve internado na enfermaria.

Diante da evolução clínica e laboratorial do paciente, é necessário que:

  • A. os níveis de procalcitonina sérica e proteína C reativa sejam levados em consideração para decidir o início ou não de antibioticoterapia sistêmica.
  • B. a cobertura antibiótica empírica inclua Staphylococcus aureus (MRSA ou MSSA), Pseudomonas aeruginosa e outros bastonetes gram-negativos.
  • C. a cobertura antibiótica empírica para Staphylococcus aureus MRSA seja realizada com vancomicina, linezolida ou daptomicina.
  • D. a cobertura para Pseudomonas aeruginosa deva ser deescalonada para aminoglicosídeo em monoterapia, se sensibilidade demonstrada em antibiograma.
  • E. o tempo de antibioticoterapia sistêmica não seja inferior a 10 dias, independentemente da melhora clínica, radiológica ou de parâmetros laboratoriais.

Adolescente do sexo feminino, 16 anos de idade, apresentase à Unidade de Pronto Atendimento acompanhada de sua mãe. Ela tem história de dor no joelho esquerdo há uma semana, sem sinais de toxemia. Não havia história de trauma ou qualquer porta de entrada próxima ao joelho. Refere aparecimento de erupção circular na axila direita há 5 meses com expansão para tronco. Mora no Rio de Janeiro, porém todo final de semana vai para Petrópolis, onde sua família possui casa e frequentemente realiza caminhadas pela mata. Recentemente, seu irmão de oito anos apresentou uma erupção eritematosa em face e braços que piorava quando tomava banho quente ou permanecia no sol e não apresentou febre. O exame físico da adolescente estava normal, exceto para o joelho esquerdo que apresentava discreto edema com efusão sinovial. Não havia sinais de artrite em qualquer outra articulação. Exame oftalmológico normal. O melhor plano de tratamento inicial para essa paciente é:

  • A. oxacilina
  • B. doxiciclina
  • C. azitromicina
  • D. vancomicina

Homem de 43 anos, portador de infecção pelo HIV há 6 anos, atualmente em uso do seu primeiro esquema antirretroviral, com tenofovir / lamivudina / efavirenz há 3 anos. Refere má adesão à terapia, frequentemente deixando de tomar seu esquema principalmente, mas não exclusivamente, nos finais de semana. Últimos exames laboratoriais do ambulatório mostram CD4 210 cél/mm3 (era 480 cél/mm3 há seis meses), carga viral 10.200 cópias/ml (era indetectável há 6 meses). Apresenta febre persistente, que cede com uso de antitérmicos comuns, tosse não produtiva e surgimento de adenomegalias cervicais bilateralmente. Ao exame, emagrecido, hipocorado, hidratado, eupnéico. OF sem candidose. Adenomegalias cervicais bilaterais, de 1 a 2 cm de diâmetro, não aderidas aos planos profundos, algumas parecendo ter flutuação à palpação. Radiografia de tórax mostra alargamento de mediastino. Internado para investigação, foi submetido a aspirado de gânglio cervical, que demonstrou pesquisa de BAAR positiva. Escarro espontâneo analisado por GeneXpert mostrou positividade e sensibilidade para a rifampicina.

Na impossibilidade de realizar exames laboratoriais adicionais, a melhor conduta terapêutica para o paciente, considerando as informações clínicas e laboratoriais disponíveis, é iniciar no decorrer dos próximos dias esquema:

  • A. com Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol, em doses fixas combinadas, associado ao esquema antirretroviral atual, intensificando medidas para melhorar adesão.
  • B. com Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol, em doses fixas combinadas, associado a um novo esquema antirretroviral baseado na associação Ritonavir + Saquinavir.
  • C. com Rifabutina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol em formulação separada e um novo esquema antirretroviral baseado em inibidor da protease potencializado com Ritonavir.
  • D. alternativo com Estreptomicina + Etionamida + Pirazinamida + Etambutol associado a um novo esquema antirretroviral baseado em inibidor da integrase.
  • E. com Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol em doses fixas combinadas suspendendo a terapia antirretroviral até o término do tratamento da tuberculose.

A foliculite da banheira quente ocorre em ambientes aquáticos em que os níveis de cloro e o pH não são bem regulados, como banheiras de hidromassagem. A infecção aparece entre oito horas e cinco dias após a exposição às bactérias. São erupções vermelhas, que coçam, acompanhadas tardiamente de bolhas com pus. Áreas que ficam úmidas por mais tempo são as mais propensas à infecção, como as áreas cobertas pela roupa de banho. A infecção é atribuída ao:

  • A. Bacillus spp.
  • B. estafilococos
  • C. pseudomonas
  • D. Clostridium Perfrigens

Nas infecções associadas aos cuidados de saúde, diversos são os fatores de risco associados ao seu desenvolvimento: fatores relacionados ao hospedeiro, presença de dispositivos e procedimentos, uso prévio de antibiótico, atuação dos profissionais de saúde, qualidade do material usado na assistência à saúde, além de fatores relacionados aos microorganismos envolvidos. Entre os fatores relacionados aos microorganismos, a maior resistência aos processos de desinfecção é característica de:

  • A. Clostridium difficile.
  • B. Klebsiella pneumoniae (KPC).
  • C. Acinetobacter baumannii.
  • D. Staphyloccocus aureus (MRSA).
  • E. Enterococcus faecalis (VRE).

Contribui para o diagnóstico diferencial entre dengue, zika e chikungunya saber que a única manifestação clínica presente apenas na dengue é:

  • A. febre
  • B. choque
  • C. cefaleia
  • D. rash cutâneo

Um jovem médico, convencido de que é extremamente importante obter cultura para realização de TSA mesmo nos casos mais simples de infecções de pele e subcutâneo, visando tanto assegurar a eficácia da terapêutica individual, quanto o conhecimento “real” do problema da resistência antimicrobiana, adota como rotina, sempre que possível, coletar amostra adequada para isolamento microbiológico.

O resultado de cultura e antibiograma exposto abaixo pertence a um adolescente, com antecedente de reação anafilática à sulfa na infância, e foi obtido dois dias antes a partir da aspiração do centro de uma lesão compatível com furúnculo em nádega esquerda e que apresentava halo circunjacente de cerca de 7 cm.

Sabendo-se que o esquema antimicrobiano prescrito foi clindamicina VO por 7 dias e que o paciente encontra-se estável clinicamente e apresentou uma melhora parcial da lesão, a melhor conduta a ser prescrita a partir deste momento, terceiro dia após início de tratamento, com base na evolução clínica e dos resultados laboratoriais dispostos seria:

  • A. completar os 7 dias de clindamicina.
  • B. continuar o tratamento com sulfametoxazol + trimetoprim.
  • C. reiniciar o tratamento com 7 dias de vancomicina.
  • D. finalizar os 7 dias de tratamento com gentamicina.
  • E. prescrever 7 dias adicionais de doxiciclina.

A dactilite distal vesicular é uma infecção vesicular superficial do tecido adiposo volar da parte distal dos dedos da mão ou do polegar. Se não tratadas, as lesões podem continuar a crescer e se estender para a área paroniquial. O agente etiológico mais comum é:

  • A. Proteus mirabilis
  • B. Bacterioide fragillis
  • C. streptococcus do grupo A
  • D. Pseudomonas aeruginosa

Interno de medicina, 24 anos, participa de uma cirurgia ortopédica de urgência e se acidenta com espícula óssea, resultando em uma lesão cortante profunda em sua mão direita. Ao ser atendido e interrogado imediatamente após o acidente, o interno refere ter feito “todas as vacinas da infância no posto de saúde”, nega ter feito qualquer vacina durante a adolescência e afirma ter recebido uma dose de vacina contra hepatite B no ano que ingressou na faculdade.

O perfil sorológico para hepatite B, HIV e hepatite C do paciente determina qual conduta deverá ser recomendada ao interno. O conjunto de medidas de profilaxia pós-exposição indicada para o interno seria:

  • A. aplicar 3 doses da vacina para hepatite B, prescrever antirretrovirais por 28 dias e acompanhar a carga viral para o vírus C se testes rápidos forem reativos para HBsAg e HIV e sorologia for não reativa para o vírus C.
  • B. aplicar imunoglobulina para hepatite B, prescrever antirretrovirais por 28 dias e acompanhar a carga viral para o vírus C se testes rápidos forem reativos para HBsAg e HIV e sorologia for reativa para o vírus C.
  • C. aplicar 2 doses da vacina para hepatite B, não usar antirretrovirais e acompanhar a sorologia para o vírus C se testes rápidos forem não reativos para HBsAg e HIV e sorologia for negativa para o vírus C.
  • D. aplicar imunoglobulina para hepatite B, completar 3 doses da vacina para hepatite B e não usar antirretrovirais se testes rápidos forem reativo para HBsAg e não reativo para HIV e sorologia for não reativa para o vírus C.
  • E. aplicar imunoglobulina para hepatite B, aplicar 3 doses da vacina para hepatite B e prescrever antirretrovirais por 28 dias se teste rápido for reativo para HBsAg e não reativo para HIV e sorologia for não reativa para o vírus C.

Menino de 12 anos de idade foi levado ao pediatra com história de perda ocular unilateral, dor ocular e pupila branca, que se desenvolveu ao longo de semanas; houve aparecimento de granulomas no polo posterior da retina, porém foi afastada a possibilidade de retinoblastoma por exame oftalmológico e de imagem. Não havia relato de picada de insetos ou trauma local, muito menos ingestão de drogas; existem muitos animais de estimação em casa. O diagnóstico provável desse caso é:

  • A. loíase
  • B. triquinose
  • C. oncocerose
  • D. toxocaríase
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