Questões sobre Neurologia

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Mulher de 65 anos de idade, saudável, apresenta cefaleia com 15 dias de evolução, de moderada a intensa, latejante, em região temporal direita associada à claudicação da mandíbula, sem fotofobia ou fonofobia, sem enjoo ou vômitos. Apresenta perda de peso, mal-estar geral, febrícula de 37.8ºC, sudorese noturna e dores musculares na cintura escapular e pélvica. Exame acusou artéria temporal superficial direita edemaciada, sensível, tortuosa e dilatada.

Dado esse quadro, a opção diagnóstica, complementar e terapêutica mais adequada seria, respectivamente:

  • A.

    Arterite de células gigantes. Não solicitar exames complementares nem passar esteroide. Solicitar para o paciente um diário da cefaleia para ser avaliado após 3 meses.

  • B.

    Arterite de células gigantes. Solicitar biópsia da artéria temporal. Iniciar tratamento com prednisona 01 mg/Kg de peso/dia via oral. Após o resultado da biópsia, confirmar o diagnóstico.

  • C.

    Arterite de células gigantes. Solicitar hemograma, velocidade de hemossedimentação e proteína C reativa. Iniciar no momento da consulta tratamento com prednisona 01 mg/Kg de peso/dia via oral pelo temor do comprometimento visual, preferentemente após da coleta do sangue imediata.

  • D.

    Arterite de células gigantes. Solicitar hemograma, velocidade de hemossedimentação e proteína C reativa. Iniciar no momento da consulta tratamento com prednisona 01 mg/Kg de peso/dia via oral pelo temor do comprometimento visual, preferentemente após da coleta do sangue imediata.

  • E.

    Pela história clínica, não existe a possibilidade de diagnosticar uma arterite de células gigantes. Logo, não se indicariam exames nem medicação.

Paciente de 74 anos de idade, diabético e hipertenso, utiliza sinvastatina 40 mg à noite, metformina 850 mg no almoço e enalapril 20 mg de 12 em 12 horas. É trazido pelo familiar para a unidade de emergências clínicas, pois desenvolveu subitamente paralisia de face e membros (superior e inferir) à esquerda e fala enrolada (disartria). Após o exame físico completo e minucioso normal, o médico plantonista diz para o familiar: “O paciente não tem nada, pode levá-lo para a casa e continuar o acompanhamento com seu médico da unidade de saúde”. O familiar insiste: “Doutor, tudo foi muito rápido e meu esposo ficou com as queixas por aproximadamente 1 hora... Doutor, por favor, eu temo que meu esposo tenha um derrame!” Ainda assim, o paciente obteve alta com as mesmas orientações.

A respeito desse caso, marque a alternativa CORRETA:

  • A.

    O paciente apresentou um ataque isquêmico transitório encefálico do território vertebrobasilar. O médico deveria ter solicitado uma ressonância magnética (RM) cerebral urgente, além de internar ao paciente para observação.

  • B.

    O paciente apresentou um ataque isquêmico transitório encefálico do território carotídeo direito. O médico deveria ter solicitado uma tomografia computadorizada (TAC) cerebral urgente, além de internar o paciente para observação, dado o risco iminente de um acidente vascular encefálico isquêmico.

  • C.

    O paciente apresentou um infarto lacunar sensitivo puro do território carotídeo esquerdo. O médico deveria ter solicitado uma ressonância magnética (RM) cerebral urgente e, logo após comprovar o diagnóstico, dar alta para o paciente.

  • D.

    O paciente apresentou hemorragia subaracnoidea. O médico deveria ter encaminhado o paciente urgentemente para a realização de uma ressonância cerebral.

  • E.

    O médico teve uma conduta correta, pois o exame físico apontava quadro clínico normal.

Paciente masculino 75 anos de idade, fumante inveterado (40 cigarros de palhas por dia) desde os 15 anos de idade. Há um ano consultou o médico do posto de saúde por emagrecimento e hemoptises sem definições diagnósticas. É trazido pelo familiar, pois há seis meses apresenta perda da memória e do juízo, apatia, cefaleia matinal, que aumenta com o decúbito, e diminuição da visão. Além disso, demonstra alterações comportamentais como sair para rua sem roupa, descontrole do apetite sexual, desatenção e brincadeiras bobas. No último mês apresentou diminuição da força muscular no hemicorpo direito e dificuldades na fala. No exame físico, constatou-se um paciente com marcada perda do estado geral, pálido e caquético. O paciente cumpre ordens, com fala não fluente ininteligível, hemiparesia faciobraquial à direita, hiper-reflexia profunda à direita, cutâneo-plantar em extensão do hálux à direita. Apresenta-se ainda com anosmia e atrofia óptica à esquerda e papiledema à direita. Para esse caso, o diagnóstico provável (i) e a conduta (ii) são:

  • A.

    (i) Sinal de Foster-Kennedy; afasia motora (de Broca); metástase cerebral do lobo frontal à esquerda; (ii) ressonância magnética (RM) do encéfalo.

  • B.

    (i) Síndrome de Parinaud; afasia motora (de Broca); metástase cerebral do lobo parietal à esquerda; (ii) ressonância magnética (RM) do encéfalo.

  • C.

    (i) Sinal de Foster-Kennedy; afasia sensitiva (de Wernicke); metástase cerebral do lobo frontal à direita: (ii) tomografia computadorizada (TAC) do encéfalo.

  • D.

    (i) Síndrome de Parinaud; afasia sensitiva (de Wernicke); metástase cerebral do lobo temporal à direita; (ii) ressonância magnética (RM) do encéfalo.

  • E.

    (i) Síndrome de Parinaud; afasia sensitiva (de Wernicke); metástase cerebral do lobo temporal à direita; (ii) ressonância magnética (RM) do encéfalo.

Julgue os itens subsequentes, no que se refere à realização de exame em um paciente com rebaixamento do nível de consciência.

A presença de hemiparesia à direita localiza com segurança a lesão cerebral no lado esquerdo, mesmo que outras informações, como o padrão sensitivo e pupilar, não confirmem essa impressão.

  • C. Certo
  • E. Errado

No idoso o tremor essencial e a síndrome parkinsoniana são distúrbios do movimento de apresentação frequente. A síndrome parkinsoniana tem inúmeras causas, genéticas ou adquiridas. No grupo de causas adquiridas ou secundárias, de parkinsonismo no idoso, destacam-se as drogas que bloqueiam os receptores dopaminérgicos, como os antivertiginosos (bloqueadores dos canais do cálcio) e os neurolépticos. Entre elas destacam-se:

  • A.

    Metoclopramida, cinarizina, haloperidol, levomepromazina, flunarizina e pramipexol.

  • B.

    Metoclopramida, cinarizina, selegilina, flunarizina, haloperidol e levomepromazina.

  • C.

    Metoclopramida, cinarizina, pramipexol, levomepromazina, haloperidol e amantadina.

  • D.

    Metoclopramida, flunarizina, levomepromazina, pramipexol, haloperidol e selegilina.

  • E.

    Metoclopramida, cinarizina, flunarizina, haloperidol, clorpromazina e bromopida.

Julgue os itens subsequentes, no que se refere à realização de exame em um paciente com rebaixamento do nível de consciência.

As reações desse paciente devem ser classificadas empregando-se termos clássicos e precisos, como letargia e torpor.

  • C. Certo
  • E. Errado

O diagnóstico da síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo é baseado principalmente na presença dos sintomas e sinais clínicos cardinais, dos quais destacam-se:

  • A.

    Tremor durante os movimentos voluntários, bradicinesia, rigidez espástica e instabilidade postural.

  • B.

    Tremor em repouso, espasmos musculares, bradicinesia e rigidez plástica.

  • C.

    Tremor em repouso, rigidez, bradicinesia e ataxia da marcha.

  • D.

    Tremor em repouso, instabilidade postural, rigidez matutina e dificuldade para iniciar movimentos.

  • E.

    Tremor em repouso, bradicinesia, rigidez plástica e instabilidade postural.

Julgue os itens subsequentes, no que se refere à realização de exame em um paciente com rebaixamento do nível de consciência.

As disfunções difusas, como as metabólicas, não costumam alterar o padrão respiratório; por essa razão, esse padrão não serve como indicador da localização anatômica de uma doença.

  • C. Certo
  • E. Errado

Paciente masculino, 55 anos de idade, com histórico de cefaleia desde a adolescência e sem outras doenças. Nos últimos seis meses, sofreu três crises por mês, de moderada intensidade e pulsátil, acompanhadas de enjoo e sem vômitos. As crises duram entre um a dois dias, com fonofobia e fotofobia, geralmente no hemicrânio direito. O paciente sabe que vai apresentar a crise, pois ela inicia com dor leve periorbitária que logo se intensifica e se irradia para o hemicrânio ipsilateral. Há três meses, queixa-se de distimia, insônia sem anedonia e de ter ideias suicidas. Exame clínico e neurológico apresentam-se normais.

Com base nesse caso, assinale a alternativa CORRETA segundo a história clínica:

  • A.

    Cumpre com os critérios diagnósticos de migrânea com aura. Para tratamento das crises indicam-se antieméticos associados a anti-inflamatório não hormonal (AINH), ergotamínico ou triptano, via oral. O profilático inicial de eleição indicado seria amitriptilina 12.5 a 25 mg, via oral.

  • B.

    Cumpre com os critérios diagnósticos de migrânea sem aura. Para tratamento das crises indicam-se antieméticos associados a anti-inflamatório não hormonal (AINH), ergotamínico ou triptano, via oral. O profilático inicial de eleição indicado seria amitriptilina 50-75 mg, via oral.

  • C.

    Cumpre com os critérios diagnósticos de migrânea com aura. Para tratamento das crises indicam-se antieméticos associados a anti-inflamatório não hormonal (AINH), ergotamínico ou triptano, via oral. Não há critérios para usar medicações profiláticas, pois só apresenta três crises por mês de intensidade moderada.

  • D.

    Cumpre com os critérios diagnósticos de migrânea sem aura. Para tratamento das crises indicam-se antieméticos associados a anti-inflamatório não hormonal (AINH), ergotamínico ou triptano, via oral. O profilático inicial de eleição indicado seria amitriptilina 12.5 a 25 mg, via oral.

  • E.

    Não cumpre critérios diagnósticos de migrânea. É um paciente homem com depressão maior e sem sinais neurológicos. O tratamento indicado seria à base de fluoxetina 20 mg via oral por seis meses.

Julgue os itens subsequentes, no que se refere à realização de exame em um paciente com rebaixamento do nível de consciência.

A contração pupilar — miose — com resposta normal à luz pode ser observada nos casos de lesões do tegmento da ponte e de lesões diencefálicas.

  • C. Certo
  • E. Errado
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