Questões de Pedagogia

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O analfabetismo não decorre apenas da ineficiência do ensino ou de sua inadequação, mas de desequilíbrios estruturais, históricos e complexos, da sociedade brasileira. Ao mesmo tempo, a resposta educativa para o contingente de analfabetos não se resume à alfabetização, pelo fato de esta não dar conta das necessidades de leitura e escrita na sociedade em que vivemos. Não significa só compensação de perdas ou preenchimento de lacunas. [...] Assim sendo, a Educação de Jovens e Adultos se define como processo permanente de organização de grupos para a discussão dos mais diferentes assuntos e situações, para a busca e escolha de caminhos e tomada de decisões. É indispensável pensar um processo contínuo que vá da alfabetização ao final da educação básica, dotando a população trabalhadora e o lamentável contingente de desempregados de instrumentos indispensáveis para o exercício da cidadania e para a ampliação da capacidade de perceber o mundo e nele influir.

(Plano Nacional de Educação, 1997, p. 62)


Com base no que dispõe o Plano Nacional de Educação,

    A) a Educação de Jovens e Adultos é composta por alfabetização e ensino fundamental, incluindo grupos de discussão para o exercício da cidadania.

    B) o processo de alfabetização só pode ser considerado concluído quando o educando chega à idade adulta.

    C) a Educação de Jovens e Adultos e o supletivo visam a garantir uma alfabetização universal da população.

    D) as necessidades de leitura e escrita são definidas por aquilo que a educação básica é capaz de oferecer para os adultos.

    E) a Educação de Jovens e Adultos se propõe como recurso educacional para apoiar a atuação dos indivíduos na sociedade.

Considere a seguinte situação:


Um aspecto que nos chama a atenção é a ação da professora em anotar no caderno de Gustavo o poema que o grupo dele estava trabalhando. Ela faz pelo aluno aquilo que ele ainda não consegue fazer. Lembramos aqui do tão difundido conceito de zona de desenvolvimento proximal/iminente elaborado por Vygotsky (2006) que denota a indeterminação do processo e a abertura para novas possibilidades. E o aluno percebe ter o registro como os outros. Nessas condições, produz-se o gesto do aluno em imitar as ações dos colegas e tentar registrar o poema escrito em seu caderno na lousa. Considerando a imitação como uma forma de apropriação, essa situação indica-nos a possibilidade de novas formações que podem emergir no trabalho com o conhecimento. Embora não demonstre o domínio das letras, o modo de Gustavo se envolver na atividade mostra-nos como ele ocupa o lugar de aluno e incita-nos a pensar na criação de vias que ampliem as possibilidades de sua participação no trabalho de leitura e escrita.

(Adaptado de: DAINEZ, D; SMOLKA, A. L. B. "A função social da escola em discussão, sob a perspectiva da educação inclusiva". Educação e Pesquisa, vol. 45. São Paulo, abr. 2019)


A partir dessa situação observada no cotidiano de uma escola,

    A) o conceito de zona de desenvolvimento proximal/iminente permite inferir que Gustavo deveria estar em uma sala de aula mais apropriada a seu nível de desenvolvimento.

    B) em condições escolares adequadas, diferentes modos de participação indicam a possibilidade de desenvolvimento cultural do aluno.

    C) o conhecimento das teorias de Lev Vygotsky permite que o aluno se envolva nas atividades e imite seus colegas na elaboração de um poema.

    D) o domínio das habilidades de leitura e escrita determina as possibilidades de participação do aluno nas atividades com seus pares.

    E) a frase Ela faz pelo aluno o que ele ainda não consegue fazer sintetiza a desconfiança da professora sobre a capacidade do aluno.

A invisibilidade é terreno fértil para o racismo e o preconceito, cujo ocultamento nas diversas práticas de ensino naturaliza o silenciamento e a negação do conflito que existe na dominação da ideologia imperante que não é quilombola, é branca e europeia. Essas atitudes discriminatórias impregnadas na formação do professor resultaram, ao longo dos anos, em prejuízo à população negra no que se refere ao baixo nível de escolaridade, à exclusão do mercado de trabalho, entre outros fatores que ainda permanecem na sociedade brasileira.

(Adaptado de: SILVA, Petronilha B. G. "Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil". Revista Educação, Porto Alegre/RS, ano XXX, n. 3 (63), p. 489-506, set.-dez. 2007)


Considerando os conceitos expressos no texto, é correto afirmar que:

    A) a ideologia branca e europeia redunda em prejuízo para a população quilombola por meio da exclusão de um sistema educacional.

    B) o racismo estrutural impede a implementação das diretrizes para a educação quilombola no país.

    C) o silenciamento e a negação do conflito retratam a complexa relação entre comunidades remanescentes de quilombo e ambiente urbano.

    D) a adequada formação inicial e continuada de professores é fator-chave para a implementação da educação nas comunidades remanescentes de quilombos.

    E) o baixo nível de escolaridade e a exclusão do mercado de trabalho produzem atitudes discriminatórias por parte do professor.

Considerando que o público das classes de EJA é de pessoas entre 20 e 75 anos de idade, fica evidente que o termo "folhinha" usado pela professora deve causar estranhamento ao grupo. Além disso, o uso do diminutivo relembra permanentemente ao aluno da EJA que o lugar que ele ocupa naquela classe configura uma distorção. A organização dos conteúdos a serem trabalhados e os modos de abordagem seguem as propostas desenvolvidas para as crianças do ensino regular, e a linguagem utilizada pelo professorado infantiliza pessoas que, se não puderam ir à escola, tiveram e têm uma vida rica em aprendizagens que mereceriam maior atenção.

(Adaptado de: OLIVEIRA, I. B. "Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA". Educar, n. 289, pp. 83-100. Curitiba, 2007)


De acordo com a situação problematizada no texto,

    A) os alunos deveriam expor sua experiência de vida para as crianças do ensino regular.

    B) o uso de uma linguagem infantil denota o desconhecimento do docente a respeito da seleção e organização de saberes para o seu público.

    C) a centralidade dos conteúdos acadêmicos no currículo de EJA é motivada pela otimização do tempo: não ensinar o que os alunos já sabem.

    D) a distorção (linha 3) mencionada no texto se refere à dinâmica do currículo, ao não se adaptar aos saberes do aluno adulto.

    E) a seleção dos saberes que devem compor um currículo precisa levar em consideração os indivíduos reais que são os sujeitos da aprendizagem.

Basicamente, estamos sempre educando para um mundo que ou já está fora dos eixos ou para aí caminha, pois é essa a situação humana básica, em que o mundo é criado por mãos mortais e serve de lar aos mortais durante tempo limitado. O mundo, visto que feito por mortais, se desgasta e, dado que seus habitantes mudam continuamente, corre o risco de tornar-se mortal como eles.

(Adaptado de: ARENDT, H. Entre o passado e o futuro, 2003, p. 243)


A partir dos fundamentos filosóficos expressos no trecho,

    A) é tarefa da educação transmitir os conhecimentos pelos quais a humanidade tem apreço, a fim de preservá-los ao longo das gerações.

    B) a educação deve se transformar para se adequar, a cada geração, aos conhecimentos considerados relevantes pelas novas pessoas.

    C) num mundo mortal, habitado por pessoas que mudam constantemente, a educação se torna limitada e se desgasta

    D) educar é tornar-se mortal, adequando-se a um mundo que em essência é mortal.

    E) entre o passado e o futuro reside uma esperança de que as novas gerações construam um mundo imortal.

O objeto da Didática diz respeito ao processo de compreensão, problematização e proposição acerca do ensino, sendo este entendido como o processo de fazer aprender alguma coisa a alguém, marcado pela mediação e pela dupla transitividade. Dessa forma, o processo de ensinar incorpora em si mesmo o processo de aprender, constituindo-se como um único processo com movimentos distintos (ensinagem e aprendizagem), porém indissociáveis. Trata-se de favorecer ao professor em formação e em atuação condições de propor formas de mediação da prática pedagógica, fundamentadas por concepções que permitam situar a função social de tais mediações. Não se trata, pois, de enfatizar o como fazer, porém o como fazer (mediação) em articulação ao por que fazer (intencionalidade pedagógica), condição intrínseca da Didática fundamental.

(Adaptado de: CRUZ, G. B.; André, M. E. D. A. "Ensino de didática: um estudo sobre concepções e práticas de professores formadores". Educação em Revista, vol. 30, n. 4, out.-dez. 2014.)


Na situação exposta pelo texto,

    A) dupla transitividade corresponde à definição didática de que o professor ensina e o aluno aprende.

    B) concepções que permitam situar a função social de tais mediações (linhas 5 e 6) é equivalente à intencionalidade pedagógica implicada na didática.

    C) propor formas de medição da prática pedagógica (linha 5) significa que o professor mediador é aquele que propõe formas de mediação de conflitos no ambiente pedagógico.

    D) como fazer e por que fazer constituem dois movimentos dissociados na aprendizagem de um conteúdo.

    E) o professor em formação deve aprender técnicas de mediação eficientes em qualquer situação de aprendizagem.

O artigo 211, da Constituição Federal de 1998, considera o princípio de descentralização ao dispor sobre a organização dos sistemas de ensino no país. De acordo com o texto constitucional,

    A) incumbe à federação financiar os estados e municípios nos níveis fundamental e médio.

    B) os estados e o Distrito Federal atuam prioritariamente sobre os níveis fundamental e médio.

    C) a educação especial e supletiva é responsabilidade dos municípios.

    D) as instituições públicas federais se destinam exclusivamente ao ensino superior e à pesquisa.

    E) o âmbito municipal de ensino tem como principal objetivo a equalização de oportunidades educacionais.

Questionados sobre os motivos pelos quais ainda não se alfabetiza na língua indígena nas escolas das aldeias, os professores alegam que o diretor ou os gestores municipais não apoiam a educação escolar indígena. Outro argumento comum é a pressão dos pais de alunos, que esperam da escola a preparação de seus filhos para um contexto urbano no qual a língua dominante é a língua portuguesa, pensando em posições de trabalho mais rentáveis.

(Adaptado de: Sousa, N. M.; Souza, T. “Saberes indígenas: vivência e convivência”. Revista Humanidades e Inovação, v. 4, n. 3, 2017)


De acordo com o texto,

    A) cabe ao governo federal fiscalizar e normatizar o funcionamento das escolas indígenas.

    B) cabe aos órgãos e gestores públicos garantir que se coloque em prática a legislação sobre a educação escolar indígena.

    C) a participação da comunidade é determinante para definir o programa escolar indígena.

    D) a educação escolar indígena tem o papel de fazer a aculturação das aldeias para o ambiente urbano.

    E) os gestores municipais advindos de aldeias indígenas colocariam em prática a legislação com mais eficiência

A Emenda Constitucional n° 14/96 criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Do ponto de vista operacional, o Fundef era uma conta no Banco do Brasil, existente em cada Estado e no Distrito Federal.

(Adaptado de: NUNES, Alynne Nayara Ferreira. Financiamento da educação básica no Brasil. Disponível em: http://www.revistas.usp.br)


Sobre o critério de distribuição de recursos do Fundef,

    A) ocorre de acordo com a quantidade de alunos matriculados na rede.

    B) é aplicado de acordo com a arrecadação dos estados e municípios.

    C) está limitado a 10% para os municípios e 20% para os estados.

    D) as escolas têm prazo de 14 anos para receber recursos do Fundef.

    E) está limitado pelo custo individual por aluno nos municípios.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é formado por recursos tributários arrecadados em estados e municípios, com complemento de 10% da União.

Criado em 2006 e previsto para se encerrar em 2020, tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tem por objetivo tornar o Fundeb permanente.

A percepção, hoje, é de que, mesmo que o Fundeb não seja suficiente para os saltos pretendidos na educação pública brasileira, seu término pode decretar o fechamento de milhares de escolas.

(Adaptado de: https://www.hojeemdia.com.br)


Considerando o que se afirma no texto e o funcionamento do Fundeb no financiamento da educação,

    A) o encerramento do Fundeb garante maior eficiência para a educação nos estados e municípios.

    B) a permanência do Fundeb estará vinculada ao fechamento de milhares de escolas e sua privatização.

    C) os valores arrecadados pelos estados e municípios limitam o financiamento da educação nessas instâncias.

    D) a arrecadação de tributos varia de acordo com o custo por aluno nos estados e municípios.

    E) a vinculação constitucional de recursos se apresenta como um instrumento para a garantia do direito à educação.

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