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Referindo-se às concepções de supervisão educacional, presentes na história recente da educação brasileira, Rangel (1999) afirma:
"Quando se sonha, traduz-se o que se quer, o que se gostaria, o que se idealiza, mas também o que toca a sensibilidade, o que tenciona, o que se esconde..., enfim o que se concebe... [...] E nesse sonho dos anos 80 espera-se extirpar, extinguir, da formação à ação, a existência do supervisor".
(Rangel, 1999) A autora refere-se, neste texto, a um forte movimento de negação de supervisão educacional que se dá no Brasil ao longo dos anos 80. Com relação a este movimento é correto afirmar que a negação do papel do supervisor educacional ocorre porque:
I - a introdução da supervisão educacional traz para o interior da escola a divisão social do trabalho, ou seja, a divisão entre aqueles que pensam, decidem e mandam e aqueles que executam.
II - a função da supervisão naquele contexto era predominantemente tecnicista e controladora e, de certa forma, correspondia à militarização escolar.
III - os supervisores não tinham formação adequada à função que exerciam, visto que não era exigido destes o curso de Pedagogia.
IV - a supervisão educacional tendia a desvalorizar o trabalho do professor por estar comprometido com a estrutura do poder burocratizado.
V - a supervisão educacional era uma função não prevista na legislação do ensino na época e, portanto, configurava-se como uma função sem o respaldo do sistema.
São FALSAS as afirmativas:
III e IV;
III e V;
II e IV;
I e IV;
somente a V.
Buscando uma ressignificação do papel do supervisor educacional e tentando definir a supervisão educacional, Vasconcellos (2002) começa por explicitar o que a supervisão não é (ou não deveria ser):
"não é fiscal de professor, não é dedo-duro (que entrega os professores para a direção ou mantenedora), não é pombo-correio (que leva recado da direção para os professores e dos professores para a direção), não é coringa/tarefeiro/quebra galho/salvavidas (ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.), não é tapa-buraco (que fica "toureando" os alunos em sala de aula no caso de falta de professor),... não é de gabinete (que está longe da prática e dos desafios efetivos dos educadores), não é dicário (que tem dicas e soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas)..."
O autor se insere entre os que buscam hoje uma ressignificação do papel do supervisor educacional. A seguir encontram-se seis conceitos para a função supervisora, extraídos da literatura especializada:
I - "A função supervisora pode ser compreendida como um processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano e profissional" (ALARCÃO, 2001)
II - Supervisão é a "atividade voltada para o planejamento, orientação, acompanhamento, controle e avaliação do processo ensino-aprendizagem, visando à melhoria qualitativa tanto a nível de sistema como de escola" (SME/RJ, 1978)
III - "A supervisão educacional, no contexto mais amplo da sociedade e da educação, tem como função primordial resgatar o sentido básico da escola... A supervisão tem como função participar do processo de conscientização na luta contra a palavra vazia de vida, de significado; contra o fazer vazio de sentido". (URBAN, 1985).
IV - "S
I e IV;
II e IV;
I e III;
IV e V;
II e V.
Leia o trecho a seguir:
"... fazer supervisão em educação será, antes de tudo, estimular a discussão sobre o tipo de pão que queremos ter e, só depois, como decorrência, incentivar a discussão sobre os meios para a fabricação de tal pão".
(Danilo Gandin, 1985) As diversas metáforas utilizadas no texto estabelecem uma prioridade nas ações do Supervisor Educacional. Assim, com base no texto acima, o Supervisor Educacional deve priorizar a discussão sobre:
os fins da educação, em relação aos métodos;
as metodologias, já que estas possibilitam que os fins sejam alcançados;
os processos de planejamento da escola;
os meios e os fins, indistintamente, de acordo com a necessidade;
a relação entre os fins, os meios e os processos de avaliação.
Segundo Saviani (1999), a função supervisora acompanha a ação educativa desde suas origens. Contudo, para que uma função seja organizada como profissão, é necessário que ela se destaque do âmbito em que opera, se distinga das demais, detalhando-se os seus atributos, e exija agentes especializados com uma formação específica. Entendendo-se a profissionalização na perspectiva de Saviani, explicitada acima, pode-se afirmar que esta profissionalização não chega a se consolidar no Brasil. O contexto histórico considerado a tentativa mais radical de profissionalização da supervisão educacional no Brasil se dá com:
a vinda dos jesuítas para o Brasil, a partir de 1549, através da adoção do Ratio Studiorum;
a criação das "aulas régias", no âmbito das reformas pombalinas, após a expulsão dos jesuítas, em 1759;
a criação dos técnicos em educação, no âmbito do movimento dos "pioneiros da educação nova", a partir da década de 20;
a organização da burocracia estatal e a implantação do Ministério da Educação, através da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20/12/61;
o Parecer 252, de 1969, que reformulou os cursos de Pedagogia, após o golpe militar de 1964.
Preocupado em atender ao Artigo 2º da Lei 9394 / 96 (LDBEN), que estabelece os fins da educação nacional, o Supervisor Educacional buscará, através da sua atuação, contribuir para:
o desenvolvimento sócio-cultural do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho;
o pleno desenvolvimento do educando, seu exercício de cidadania e sua formação profissional;
o desenvolvimento psicoafetivo do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua profissionalização;
o desenvolvimento intelectual do educando, seu exercício de cidadania e sua qualificação profissional;
o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Hoje o trabalho em creches e pré-escolas conta com uma aprovação social infinitamente maior do que há alguns anos. Nesse momento, os debates apontam para a necessidade de que as creches promovam um tipo de trabalho que:
seja, essencialmente, de estimulação para o desenvolvimento de habilidades, desde o berçário;
tenha como meta central a educação, os aspectos cognitivos e intelectuais;
priorize, finalmente, o cuidar: é importante a conscientização de que zelar pelo conforto e bemestar da criança através dos cuidados corporais e alimentares, bem como cuidar de seu desenvolvimento emocional é o grande ganho para a prática;
valorize e incorpore, de modo integrado, as funções de educar e de cuidar;
seja eficaz em relação aos aspectos ligados à prevenção de doença.
Quando se considera o fator prevenção na cozinha e na alimentação de uma creche, leva-se em conta que:
as crianças devem ser distraídas enquanto comem, como forma de evitar o desperdício de alimentos;
as refeições devem ser dadas na própria sala de aula, pois assim as crianças ficam menos ansiosas e correm menos riscos de engasgos;
os alimentos não devem ser estocados junto a material de limpeza ou tóxico porque é extremamente perigoso;
cozinheiros e auxiliares de cozinha são os únicos funcionários que não precisam de treinamento específico para o trabalho, já que recebem orientações da nutricionista;
a autonomia da criança recebe um grande reforço a partir dos três anos quando já podem ser treinadas a comerem sozinhas.
Falar de educação infantil de qualidade, hoje, é falar de:
prevenção;
criação coletiva;
prática pedagógica;
direito da criança;
diversidade.
A busca e a opção pela criação coletiva de crianças em instituições de educação infantil, desde o berçário, vêm aumentando muito nos últimos 20 anos, não só junto à população de baixa renda como também junto às camadas mais favorecidas. Essa tendência ocorre por vários fatores. Dois deles são:
a formação de crianças mais inteligentes e sociáveis por essas instituições;
o desenvolvimento de políticas públicas e a construção de novos conhecimentos sobre o desenvolvimento das crianças e sobre educação infantil;
a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases / 96 e do Estatuto da Criança e do Adolescente / 99;
a ampliação de benefícios trabalhistas como o auxílio creche e a formação de crianças mais sociáveis;
a promulgação da nova Constituição / 88 e o apoio de especialistas que defendem que a educação e cuidados com a criança pequena devem ser compartilhados entre família e instituições de educação infantil.
De acordo com a abordagem interacionista, um dos aspectos que devem ser levados em conta pelo educador e que contribui para o sucesso de novas aprendizagens é:
a troca vivida entre crianças da mesma idade e de idades diferentes em situações diversas como fator de promoção da aprendizagem, do desenvolvimento e da capacidade de relacionar-se;
a sua responsabilidade em organizar uma aula atraente (usando recursos diversos) e ensinar o conteúdo da matéria, promovendo assim, a aprendizagem de seu aluno;
o entendimento da educação como tecnologia;
a convicção de que, em respeito aos diversos processos e às diferenças individuais dos alunos, o professor deve interferir o menos possível com questionamentos ou sugestões durante o processo de ensino / aprendizagem;
o seu papel como colaborador, na tentativa de aprimorar condições que constituem a criança e a determinam já desde o nascimento: "Pau que nasce torto, morre torto".
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