Questões de Educação Física

O início da década de 1990 foi marcado pela publicação de algumas obras importantes na área da Educação Física escolar. Kunz (2001) ao discorrer sobre o livro Metodologia do Ensino da Educação Física, organizado por um coletivo de autores, analisa que estes se preocuparam com questões epistemológicas e metodológicas, propondo que o seu conteúdo seja o conhecimento de uma área denominada “Cultura Corporal”. A crítica de Kunz ao conceito de Cultura Corporal está representada na seguinte afi rmativa:

• A. Os autores preconizam o esporte de alto rendimento.
• B. Os autores incentivam a exclusão pelo esporte.
• C. O projeto político-pedagógico proposto pelos autores motivam a alienação.
• D. Os autores podem estar reforçando o dualismo entre corpo e mente.
• E. Os autores limitam-se à aprendizagem motora.

Conforme abordado por Darido (2003), o esporte de alto rendimento faz-se presente na sociedade brasileira desde os anos 1920/30. Entretanto, em um determinado período da história brasileira seu investimento deu-se de forma mais contundente na tentativa de fazer da Educação Física um sustentáculo ideológico, no qual era fundamental eliminar as críticas internas e deixar transparecer um clima de prosperidade e desenvolvimento. Tal período histórico brasileiro e a concepção de Educação Física vigente estão representados em:

• A. O período abordado retrata a Escola Nova, cujo discurso predominante era que a Educação Física seria um meio da Educação e a concepção pedagogicista é a que melhor a representa.
• B. Este movimento ocorreu durante a ditadura militar, de forma mais precisa entre 1969 e 1979, adotando um modelo esportivista de Educação Física e utilizando o Esporte como seu objetivo e principal conteúdo.
• C. O período descrito retrata o momento em que a Educação Física era conhecida como Ginástica e foi introduzida ofi cialmente na escola brasileira a partir da Reforma Couto Ferraz.
• D. Este momento ocorreu durante a ditadura militar, que utilizou o discurso “A Educação Física é um meio da Educação”, numa concepção desenvolvimentista de Educação Física.
• E. A análise acima retrata o período do Estado Novo, cujo discurso predominante utiliza a Educação Física com um caráter críticoemancipatório.

As autoras Soares, Taffarel e Escobar (in Moreira, 1992) defi nem que a Educação Física escolar necessita de um profundo debate a fi m de alcançar um projeto de educação escolarizado que deve possuir características políticas de interpretação crítica e complexa da sociedade. Tal refl exão pedagógica, imprescindível na busca de superação das condições atuais, apresenta-se numa tríplice dimensão como:

• A. diagnóstica, judicativa e teleológica
• B. contraditória, pedagógica e utilitária
• C. sistêmica, altruísta e pedagógica
• D. judicativa, utilitária e complexa
• E. analítica, social e cultural

A saúde é um tema recorrente no interior da escola e perpassa por diversas disciplinas curriculares, sendo a Educação Física uma das responsáveis pela conscientização dos jovens na busca por uma vida saudável. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, do Ensino Médio, a Educação Física precisa fomentar conhecimentos que subsidiem o estudante a autogerenciar a sua atividade corporal e se espera que, ao fi nal do Ensino Médio, o estudante tenha, dentre outras, a seguinte competência:

• A. discernir quais os suplementos alimentares são capazes de restabelecer a energia no pós-treino, de acordo com o treino que foi praticado
• B. compreender as variáveis climáticas que contribuem para a prescrição de um treinamento seguro e saudável
• C. desenvolver a motivação nos seus pares para que busquem o exercício físico na perspectiva de se ter uma sociedade justa e saudável
• D. compreender o funcionamento do organismo humano, de forma a reconhecer e modifi car as atividades corporais, valorizando-as como recurso para melhoria de suas aptidões físicas
• E. conhecer as ações musculares, a partir de suas origens e inserções, para construir criticamente o seu treinamento aeróbio, com o objetivo de aumentar a massa muscular dos membros inferiores

O modelo tradicional de Educação Física que ainda persiste nos dias atuais se confi gura no desenvolvimento de modalidades esportivas, no fomento à saúde e na formação da personalidade. Este modelo é questionado por Kunz (2001) que, embasado na teoria crítica, se contrapõe a este modelo propondo uma teoria:

• A. crítico-social
• B. crítico-superadora
• C. crítico-cultural
• D. crítico desenvolvimentista
• E. crítico-emancipatória

Historicamente, as ciências biológicas predominaram nos cursos de formação em Educação Física e, em alguns casos, ainda dominam. Para Daólio (2004), tal predomínio passou a ser questionado a partir da década de 1980 com o incremento do debate acadêmico, realçando a questão sociocultural. Pode-se caracterizar a visão biológica que predominou na Educação Física nesse período com o seguinte conceito:

• A. o corpo era visto como expressão da cultura
• B. o esporte era considerado um fenômeno político
• C. o corpo era somente visto como um conjunto de ossos e músculos
• D. o esporte era trabalhado em seu aspecto histórico-cultural
• E. o professor de Educação Física tratava do ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas ao corpo e ao movimento humanos

Hildebrandt-Stramann (2003) compreende a aula de Educação Física como um processo de interação social no qual o professor e os alunos defi nem suas situações de ação e, com isso, determinam também os seus signifi cados. Tal compreensão de Educação Física corresponde à concepção:

• A. desenvolvimentista
• B. aberta
• C. fechada
• D. cultural
• E. psicológica

De acordo com os estudos de Santos (in Pereira e Souza, 2011), nem sempre os planejamentos defi nem todas as ações e interpretações sobre as turmas e seus alunos. Algumas decisões pedagógicas são estipuladas a partir da progressão das aulas e das análises de seu contexto. Portanto, de acordo com a pesquisa do autor, para se complementar um planejamento, nas primeiras semanas de um ano letivo necessita-se observar:

• A. a diagnose dos alunos, condições ambientais e o funcionamento social da turma
• B. o nível psicomotor dos alunos, as condições psicológicas e o funcionamento administrativo da escola
• C. as condições de aptidão física dos alunos, a organização da escola e os aspectos fi nanceiros da turma
• D. o histórico dos alunos, as condições materiais da quadra e o funcionamento das hierarquias da turma
• E. as qualidades esportivas dos alunos, o quantitativo de material esportivo e os aspectos críticos da turma

Na unidade “jogos e esportes”, dentro do planejamento anual para uma turma da 3ª série do Ensino Médio, o professor opta por trabalhar também com os jogos cooperativos e, para isso, faz uso do futsal. O professor sugere uma alteração na regra do jogo que consiste na troca do aluno que marcou um gol para a equipe que sofreu este mesmo gol. De acordo com Orlick (in Soler, 2006), tal alteração na regra caracteriza a categoria dos jogos cooperativos chamada de jogos:

• A. de relativização
• B. semicooperativos
• C. de inclusão
• D. de contribuição
• E. de inversão

A partir do século XIX, com a consolidação do Estado burguês, elaboram-se conceitos básicos sobre o corpo e sua utilização como força de trabalho com a intenção de se investir na construção de um homem novo que possa suportar uma nova ordem política, econômica e social. A Educação Física como disciplina foi utilizada para viabilizar a construção deste homem novo, sendo, portanto, a própria expressão física da sociedade do capital (Soares, 2001). De acordo com a autora, a Educação Física contribuiu para a consolidação dos ideais da Revolução Burguesa, pois:

• A. se ocupou de formar corpos produtivos e conscientes dos acontecimentos a sua volta
• B. se ocupou de um corpo a-histórico, que refl etia criticamente sobre os acontecimentos à sua volta
• C. promoveu a refl exão crítica e criativa sobre os aspectos corporais
• D. se ocupou de um corpo a-histórico, biologizado, meticulosamente estudado e cientifi camente explicado
• E. promoveu o trabalho de corpos produtivos, mas sem a intenção de aliená-los