Questões de Filosofia do ano 2007

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A passagem acima refere-se a mathesis universalis que Descartes pretendia fundar e que influenciou intensamente o racionalismo moderno. A partir do mesmo texto, é correto afirmar que a disciplina a que Descartes se refere

  • A.

    é aplicável apenas aos objetos da matemática, como grandezas numéricas e figuras geométricas.

  • B.

    é a somatória dos métodos e resultados da aritmética e da geometria.

  • C.

    tem escopo bastante restrito, limitando-se apenas a objetos que podem ser traduzidos em números.

  • D.

    tem escopo de validade irrestrito, estendendo-se a todos os objetos da razão humana.

  • E.

    deriva suas proposições da observação, da experimentação e da generalização por indução.

Desta maneira, a evolução não é uma simples eclosão, sem esforço e sem luta, como a da vida orgânica, mas o trabalho duro e persistente sobre si mesmo. Por outro lado, não é uma evolução no sentido formal do termo, mas a produção de um fim com um determinado conteúdo. Este fim, definimo-lo desde o início: é o Espírito tal como ele é na sua essência, o conceito de liberdade.

 É correto afirmar que o texto acima é um claro exemplo de uma filosofia

  • A.

    da história teleológica e idealista.

  • B.

    da história materialista e dialética.

  • C.

    da história fenomenológica e existencialista.

  • D.

    política fundada no jusnaturalismo contratualista.

  • E.

    política moderna e liberal.

Dada essa definição de ciência que Aristóteles nos fornece nos Segundos Analíticos, é correto afirmar que, para ele, o conhecimento científico é sempre relativo

  • A.

    à opinião.

  • B.

    ao contingente.

  • C.

    ao necessário.

  • D.

    à moral.

  • E.

    às matemáticas.

A passagem acima descreve a teoria do filósofo da ciência Thomas Kuhn que procura explicar os movimentos de transformação pelos quais passam as diversas ciências. A partir dele, devemos inferir que Kuhn é partidário

  • A.

    da tese segundo a qual a ciência progride e evolui constante e continuamente ao longo de sua história.

  • B.

    da tese segundo a qual as grandes transformações científicas resultam de rupturas radicais com quadros conceituais e procedimentos previamente existentes.

  • C.

    da tese segundo a qual a história da ciência é um continuum, no qual cada nova teoria pode ser considerada como um desdobramento lógico das precedentes.

  • D.

    da tese segundo a qual o essencial para o progresso da ciência é o desenvolvimento de métodos e a aquisição de novas tecnologias que tornem a observação mais precisa.

  • E.

    do positivismo, pois considera a ciência como um conjunto de conhecimentos testáveis empiricamente que progride cumulativamente ao longo da história.

O contratualismo esteve entre as posições dominantes da filosofia política moderna.

A idéia de um contrato social que assegure a instituição de um estado liberal é característica de

  • A.

    Maquiavel.

  • B.

    Hobbes.

  • C.

    Hume.

  • D.

    Descartes.

  • E.

    Locke.

O texto acima resume bem o espírito inquiridor do Século das Luzes. Com base em sua leitura, é correto afirmar:

  • A.

    O Iluminismo submete toda instituição, saber e crença à crítica racional, mas preserva intacta a religião.

  • B.

    O Iluminismo submete todo conhecimento e todas as instituições a um exame livre e público, mas deixa intocada a legislação.

  • C.

    Para o Iluminismo apenas a legislação e a religião são dignos de um exame crítico detido.

  • D.

    Para o Iluminismo nenhum objeto deve escapar a um exame crítico, livre e público realizado pela razão.

  • E.

    O Iluminismo, em sua crítica irrestrita à religião e à legislação, leva ao ateísmo e antecipa posições do anarquismo.

O texto de Montaigne sintetiza uma das posições mais presentes nos debates acerca da religião ocorridos na Europa do XVI. Trata-se

  • A.

    de uma forma de ateísmo que reúne provas da inexistência da divindade a partir da constatação das fraquezas e limitações do entendimento humano.

  • B.

    do ceticismo puro e simples que parte da constatação da fraqueza de nossas faculdades para afirmar a necessidade de suspendermos o juízo acerca de todos os objetos da razão.

  • C.

    do fideísmo, uma forma de validar a fé e a revelação religiosa a partir da constatação das limitações e fraquezas do entendimento humano.

  • D.

    do teísmo que recolhe, na ordem da natureza e na estrutura de nossas faculdades, elementos que sirvam como prova da existência de Deus.

  • E.

    de uma exposição pura e simples da ortodoxia cristã baseada unicamente na revelação e na autoridade da Igreja.

O texto acima, extraído de O Filósofo Ignorante, abre a crítica de Voltaire à filosofia de Leibniz que se estenderá por mais um capítulo da obra. Nele, a tese de que esse é o melhor dos mundos possíveis é contradita através

  • A.

    da comparação irônica com Platão e da exposição dos males do mundo que atingem a todos, inclusive os defensores da filosofia de Leibniz.

  • B.

    do recenseamento dos diversos argumentos levantados contra Leibniz ao longo dos séculos XVII e XVIII.

  • C.

    de argumentos céticos que demonstram o dogmatismo e a arbitrariedade das teses do racionalismo leibniziano.

  • D.

    de um retorno deliberado às doutrinas da ortodoxia católica por meio de um evidente fideísmo expresso nas opiniões do narrador.

  • E.

    da demonstração formal da impossibilidade lógica dos pressupostos metafísicos da doutrina de Leibniz, bem como da condenação de suas conseqüências morais.

No século XVIII, para o ateísmo dos filósofos, suprimese a noção de Deus, mas não a idéia de que a essência precede a existência. O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem (...).

É sabido que Sartre considerava seu ateísmo mais completo que o de seus antecessores. A partir do texto supracitado é correto afirmar:

  • A.

    O ateísmo sartreano é mais completo por refutar os pressupostos lógicos de todo teísmo, embora concorde com alguns de seus pressupostos metafísicos.

  • B.

    Para Sartre, o ateísmo do século XVIII é falho porque nega a tese de que toda existência é precedida por uma essência.

  • C.

    O ateísmo sartreano é mais completo porque não nega apenas a idéia de Deus, mas também a tese metafísica de que a essência precede a existência.

  • D.

    O ateísmo sartreano é mais radical por retomar a argumentação dos céticos pirrônicos e voltá-la contra toda metafísica.

  • E.

    O ateísmo sartreano é mais radical, pois, recusa tanto a tese da existência de Deus quanto a moral ligada ao cristianismo, a qual o século XVIII deixara intacta.

O que vemos aí é uma completa mudança de todos os valores anteriores. O mito, que estava relegado às posições inferiores, foi subitamente elevado à suprema dignidade.

Essa afirmação, retirada de O Mito do Estado (Cassirer), descreve uma forma de conceber o mito que é representativa da transição do pensamento

  • A.

    pré-socrático para o socrático.

  • B.

    antigo para o medieval.

  • C.

    medieval para o moderno.

  • D.

    iluminista para o romântico.

  • E.

    romântico para o positivista.

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