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Nas reflexões filosóficas sobre a relação milenar entre natureza e cultura desenvolvidas desde a antiguidade até a modernidade,
predominou desde sempre a concepção de que o homem era dominador e a natureza, dominada.
predominou desde sempre a concepção de que a natureza era dominadora em relação ao homem, frágil e impotente.
houve uma alteração substancial: se na antiguidade a natureza era considerada ameaçadora, na modernidade ela passou a ser considerada frágil e ameaçada.
predominou ao longo dos séculos uma visão de que o homem sempre manteve uma relação equilibrada em relação à natureza.
O mito de Prometeu é uma das imagens mais ricas já inventadas para diferenciar o homem dos demais seres vivos. Nesse mito, o
fogo roubado, entregue aos homens, representa o início da corrupção e do vício humanos.
homem é representado como poderoso e invencível em relação aos deuses, que nada podem fazer para deter o progresso humano.
principal deus do Olimpo, Zeus, se compadece com a fraqueza humana e doa aos homens a razão e a técnica.
roubo do fogo indica o início da cultura humana, na medida em que representa a aquisição do saber técnico.
O texto acima se refere a uma das questões mais antigas da história da filosofia, a saber, à relação entre
corpo e alma.
natureza e moralidade.
ser e não ser.
mortalidade e imortalidade.
Tendo em vista a dificuldade dos alunos do Ensino Médio em compreender os temas próprios da filosofia, o tema exposto no texto acima poderia ser abordado, por exemplo, por meio
de um longo exercício de memorização de todas as relações e diferenças referentes ao assunto.
da leitura de textos filosóficos estritamente técnicos, como artigos sobre a Crítica da Razão Pura de Kant e sobre a Fenomenologia do Espírito de Hegel.
do levantamento do conhecimento prévio dos próprios alunos acerca de algum movimento social de protesto ou de lutas por alguma causa.
de um rigoroso exercício de lógica, no qual os alunos aprenderiam a identificar as diferenças e relações entre uma coisa e outra analisando os termos das sentenças.
Nesse texto, Hume afirma que
os autores dão um salto na argumentação, passando sem explicações do plano do ser para o plano do dever ser.
os autores dos sistemas de moral cometem um erro linguístico ao escrever é ou não é onde o correto é escrever deve ou não deve.
todos os sistemas de moral da história da filosofia buscaram provar a existência de Deus.
os sistemas de moral desenvolvem argumentos consistentes ao operar o salto argumentativo do plano do ser ao plano do dever ser.
De acordo com o que se pode deduzir não apenas da passagem de Hume citada acima, mas de sua filosofia como um todo, está correto afirmar que, para ele,
o plano dos fatos não difere do plano dos valores, de modo que um fato sempre traz em si um juízo de valor e vice-versa, um juízo de valor sempre expressa o modo como as coisas são.
as verdades fatuais e descritivas, que tratam das coisas como elas são, diferem muito das verdades valorativas ou prescritivas, que tratam das coisas como elas devem ser.
os valores, que se referem ao plano da moral, se fundamentam inteiramente no plano dos fatos e são determinados por eles, o que caracteriza como realista o pensamento de Hume sobre a moral.
os fatos, que se referem ao plano das coisas, se fundamentam inteiramente no plano dos valores, o que caracteriza como idealista o pensamento de Hume sobre a moral.
Segundo a Proposta Curricular do Ensino Médio para Filosofia (cf. p. 7), o ensino dessa disciplina nos séculos XX e XXI deve ir na contramão do modelo positivista tão disseminado na cultura brasileira principalmente na década de 1960. Segundo o texto, ensinar filosofia, no final do século XX e começos do século XXI, passa a significar formação crítica e torna-se um elemento decisivo na redescoberta da educação para a cidadania ... . Para isso, o texto propõe que o ensino da filosofia deve ser realizado de forma a
buscar seu sentido original de paideia e a se renovar com a pesquisa em História da Filosofia.
auxiliar os alunos a entrarem para o mercado de trabalho.
concorrer com as demais disciplinas do currículo escolar em termos de utilidade e tecnicidade.
encaixar o aluno naquela figura do filósofo descrita por Aristóteles na Metafísica, de um indivíduo totalmente desinteressado e que estaria acima dos desejos e necessidades humanos.
As Orientações Curriculares para o Ensino de Filosofia chamam a atenção para o papel peculiar da filosofia no desenvolvimento da competência geral da fala, leitura e escrita (p. 26), que estão profundamente vinculadas à natureza argumentativa da disciplina e contribuem para o desenvolvimento de um pensamento autônomo e crítico. Para desenvolver essas competências de uma maneira especificamente filosófica, é preciso lembrar que o diferencial do ensino da disciplina Filosofia está em sua referência à História da Filosofia ou, em outras palavras, à tradição filosófica.
Segundo indica este texto, a História da Filosofia seria importante no currículo do Ensino Médio porqueé um elemento diferencial para se considerar a inserção dos alunos no mercado de trabalho.
ajuda aqueles que pretendem seguir a carreira de historiadores da filosofia.
colabora na formação de futuros oradores e políticos, na medida em que está vinculada à natureza argumentativa da disciplina.
contribui de maneira diferenciada para o desenvolvimento de um pensamento autônomo e crítico.
No campo da filosofia moral, estabeleceu-se ao longo da história uma discussão entre os defensores do relativismo e os defensores do universalismo, os primeiros defendendo que as leis morais possuem sua origem nos costumes e os segundos defendendo que elas possuem uma validade atemporal. Nessa discussão, a moral de Kant
se encaixa na vertente universalista, pois o imperativo categórico deve valer absolutamente para todos, independentemente do lugar e dos costumes.
se encaixa na vertente relativista, pois o imperativo categórico vale apenas para o indivíduo considerado em sua cultura e dentro dos seus costumes.
não se encaixa em nenhuma das vertentes, já que a sua moral propõe um modelo que escapa tanto do universalismo quanto do relativismo.
se encaixa em ambas as vertentes, já que a sua moral tenta conciliar o universalismo com o relativismo.
No que se refere ao ensino do tema universalismo versus relativismo moral, o professor de filosofia deve apresentar a discussão procedendo a uma
defesa apaixonada do relativismo, procurando mostrar como apenas essa posição pode ser verdadeira.
discussão em sala de aula entre os alunos, de modo que eles percebam por si próprios as diferenças entre uma coisa e outra.
defesa apaixonada do universalismo, procurando mostrar como apenas essa posição pode ser verdadeira.
argumentação segundo a qual tanto o universalismo quanto o relativismo são destituídos de verdade, dado que não podem provar os seus argumentos.
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