Questões de Medicina do ano 2012

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O Clínico está na Unidade básica de Saúde e, durante o acolhimento da demanda espontânea, chega o seguinte caso: Mulher de 69 anos chega queixando-se de tontura e palpitações há uma semana. No Exame Físico: BEG (bom estado geral), FC é de 160bpm e irregular, PA 110 x 70mmhg. O restante do exame é normal, sem sinais de insuficiência cardíaca ou circulatória. Paciente hemodinamicamente estável. O ECG de 12 derivações mostra um FA.

Com base no caso clínico, assinale a alternativa que apresenta a conduta correta do Médico na Unidade.

  • A.

    Orientar paciente a voltar para sua casa, se sinais de alerta, pedir aos familiares para acompanhá-la até o pronto-socorro mais próximo.

  • B.

    Usar o DEA (desfibrilador esterno automático) da Unidade para desfibrilar a paciente.

  • C.

    Não fazer nada. FA nessa idade é normal, paciente com reserva cardíaca tolera bem alta frequência. Alta com AAS para casa.

  • D.

    Oxigênio, monitorização e deixá-la com um acesso venoso periferico. Solicitar transferência em ambulância para sua referência de pronto-socorro.

  • E.

    Orientar paciente a voltar para casa e, em caso de piora, recomendar internação hospitalar.

Quanto às medidas de prevenção de quedas e agravos à saúde do idoso, assinale a alternativa que não apresenta uma medida preventiva.

  • A.

    Na presença de polifarmácia, o médico deve fazer a revisão de medicamentos em uso, cuidados na introdução de novos fármacos. Iniciar com 25 a 50% da dose preconizada para adulto e aumentar gradativamente.

  • B.

    Usar o menor número possível de medicações.

  • C.

    Evitar imobilidade, estimular atividade física, fortalecimento da musculatura, treinamento de marcha e habilidades de transferência quando necessário.

  • D.

    Para os acamados, orientar colchão adequado, mudança de decúbito a cada 2 horas, manter tronco e membros apoiados. Pele seca, aquecida e hidratada.

  • E.

    Para prevenir infecções, aumentar o uso de antibióticos de largo espectro.

Assinale a alternativa que apresenta os exames a serem solicitados no primeiro trimestre do pré-natal.

  • A.

    Hemograma, tipagem sanguínea, sorologias para: sífilis, toxoplasmose, rubéola, hepatites B e C e HIV, Urina tipo I, glicemia de jejum, parasitológico de fezes, colpocitologia oncótica, se em atraso, e ultrassonografia obstétrica.

  • B.

    Hemograma, tipagem sanguínea, sorologias para: sífilis, e hepatites B e C, Urina tipo I, glicemia de jejum, parasitológico de fezes, colpocitologia oncótica e ultrassonografia obstétrica.

  • C.

    Perfil biofísico fetal, cardiotocografia, hemograma, tipagem sanguínea, sorologias para: sífilis, toxoplasmose, rubéola, Hepatites B e C e HIV, Urina tipo I e glicemia de jejum.

  • D.

    Cardiotocografia, Tipagem sanguínea, sorologias para: sífilis, toxoplasmose, rubéola, Hepatites B e C e HIV, Urina tipo I, parasitológico de fezes e colpocitologia oncótica.

  • E.

    Somente Hemograma, glicemia de jejum e sorologias para HIV, sífilis e Hepatites B e C.

Mulher de 24 anos, relata dores de cabeça há 4 anos. As dores localizam no hemicrânio direito e de característica pulsátil, com fotofobia. A dor melhora com analgésico comum e repouso em ambiente escuro. Queixa que as crises vêm aumentando de frequência e intensidade. Antes, as dores eram somente nos primeiros dias da menstruação, há 6 meses passaram a ser toda semana e associadas a náusea. Relata faltar no trabalho por causa da dor e medo de ser despedida. Sem sinais premonitórios da dor. Exame clínico e neurológico sem alterações.

Com base nesse caso, assinale a alternativa correta.

  • A.

    O diagnóstico é de hemicrania (enxaqueca) sem aura. Para a terapêutica: orientações sobre prováveis desencadeantes da dor, a benignidade e cronicidade do quadro. Prescrever medicamento profilático + analgésico comum.

  • B.

    O diagnóstico é de hemicrania (enxaqueca) com aura. Para a terapêutica: orientações sobre prováveis desencadeantes da dor, a benignidade e cronicidade do quadro. Prescrever medicamento profilático + analgésico comum.

  • C.

    O diagnóstico é de cefaleia tensional. Para a terapêutica: orientações sobre o quadro. Prescrição de analgésico comum ou anti-inflamatório não hormonal para as crises.

  • D.

    O diagnóstico é de uma cefaleia secundaria. Para a terapêutica: internação para investigação com exames laboratoriais e de imagem.

  • E.

    O diagnóstico é de cefaleia em salvas (histamínica ou de Horton). Para a terapêutica: orientações sobre o quadro, prescrever medicamento para profilaxia e para as crises.

Mulher de 33 anos de idade, solteira, secretária, católica, natural e procedente de São Paulo. Queixa-se de fadiga, dificuldade de concentração e insônia há cerca de 1 ano, com piora nos últimos meses. Refere episódios de tremores de extremidades e sudorese esporadicamente, principalmente quando tem que entregar relatórios em sua empresa. Chegou já a faltar ao trabalho por causa dos sintomas. Relata ultimamente “pavio curto”, irritabilidade e dificuldade no relacionamento amoroso. Nega anedonia e tristeza. Não apresenta dificuldades de frequentar lugares públicos, e não apresenta sensação de morte eminente. Nega uso de drogas lícitas ou ilícitas, sem comorbidades. Exame: clínico, psíquico e neurológico sem alterações. Traz exames laboratoriais de TSH e T4 livre normais.

Assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico desse caso.

  • A.

    Transtorno ansioso depressivo.

  • B.

    Transtorno de pânico e agorafobia.

  • C.

    Transtorno de Ansiedade generalizado.

  • D.

    Transtorno de depressão (depressão maior).

  • E.

    Transtorno Afetivo Bipolar.

O objetivo do tratamento da asma é atingir e manter o controle clínico da doença. Para isso, deve-se usar de estratégias de intervenção farmacológica, medidas de controle ambiental, atividade física programada, sem deixar de lado os aspectos psicogênicos que se estabelecem entre paciente/ família e o médico. Com base neste assunto, assinale a alternativa correta.

  • A.

    Somente o tratamento farmacológico é eficiente no controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida do paciente asmático.

  • B.

    Somente a prevenção das exacerbações orientando bem o paciente sobre os fatores de risco (alérgenos, poluição, medicamentos, substâncias químicas, cheiro e fumaça do tabaco, infecções virais etc.) melhoram os sintomas e a qualidade de vida do paciente asmático.

  • C.

    Para o sucesso terapêutico, é importante sólida relação médico/ paciente; classificação da asma antes de iniciar o tratamento; classificação por nível de controle e tratamento, uso de medicações de alivio ou de controle a longo prazo, conforme a necessidade. Manejo das exacerbações, planejamento, prevenção e controle de fatores de risco.

  • D.

    Para a terapêutica, o diagnóstico correto é a priori, e este é feito por exclusão usando os recursos propedêuticos da medicina diagnóstica.

  • E.

    A asma, se bem tratada, tem cura. Para a cura é importante a adesão do paciente, mediante boa relação médico/ paciente e orientação aos familiares do paciente asmático sobre a doença e os cuidados.

No PS chega para o Clínico: Homem de 20 anos, com quadro de tosse produtiva, febre com calafrios e emagrecimento de 8kg há 2 meses. No exame fisico: bom estado geral, emagrecido, corado, hidratado, T: 38,3°C. Peso: 54kg, Altura: 1,70m. FR: 20irpm, FC 106bpm, PA 148 x 86mmHg. Sat. O2 em ar ambiente 93%. Tossindo o tempo todo. Restante do exame normal. O Rx de tórax mostra imagem cavitária em região apical do lobo direito do pulmão. TGO 23; TGP 21; Cr: 0,6; Hb: 11,5 ; Ht: 56% as sorologias e restante dos exames. Restante do exame normal. Pesquisa de BAAR 1º amostra positiva.

Assinale a alternativa que apresenta qual deve ser a conduta inicial do Médico.

  • A.

    Internação com restrição de contacto respiratório. Orientar sobre o diagnóstico e o tratamento, iniciar Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida.

  • B.

    Internação com restrição de contacto respiratório. Orientar sobre o provável diagnostico de TB, oferecer sorologias, iniciar Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol e sintomáticos. Notificar e avisar a comissão de vigilância epidemiológica do seu serviço para avaliação dos contatuantes.

  • C.

    Liberar o paciente para casa com Levofloxacina para 14 dias e orientações de sinais de alerta para retorno, se necessário.

  • D.

    Liberar o paciente para casa, com orientação de retornar em 24 horas para checar o resultado dos exames solicitados que ainda faltam.

  • E.

    O diagnóstico é de uma pneumonia da comunidade, paciente jovem sem comorbidades, pode ser tratado em casa sem riscos relevantes, uma vez que seja bem orientado.

O Clínico está de plantão no pronto-socorro, e um colega encaminha a paciente, após ter discutido o caso por telefone.

O Clínico confirma que se trata de um FA há pelo menos uma semana. Os sinais vitais da paciente continuam inalterados. Hemodinamicamente estável. Assinale a alternativa que apresenta o tratamento mais indicado nesse caso.

  • A.

    Diltiazem endovenoso para diminuir a resposta ventricular.

  • B.

    Cardioversão sincronizada.

  • C.

    Digoxina endovenosa para diminuir a resposta ventricular.

  • D.

    Amiodarona endovenoso numa tentativa de transformar o FA em ritmo sinusal.

  • E.

    AAS 300mg de 12/12 horas.

Estima-se que até 2030 a ocorrência do diabetes no mundo triplicará. Passará dos 171 milhões de acometidos para cerca de 400 milhões (OMS). Trata-se de uma pandemia, cujo impacto mais grave, segundo a OMS e a Federação Internacional de Diabetes, recairá principalmente sobre os países pobres e, no Brasil, se prevê para os próximos 20 anos um aumento de 148% da incidência. Com base nesses dados, assinale a alternativa correta.

  • A.

    O diagnóstico de diabetes pode ser feito em Mutirões da saúde de um dia, apenas dosando a glicemia capilar dos indivíduos.

  • B.

    Pacientes com a glicemia de jejum maior que 100mg/dl e menor que 126mg/dl, não precisam ser orientados quanto a mudanças de estilo de vida; devem de imediato receber terapêutica com hipoglicemiante oral.

  • C.

    Para a redução da incidência de diabéticos no mundo e no Brasil, é de extrema importância a educação em saúde, a prevenção e promoção da saúde. Faz parte do dever e responsabilidade do médico a educação em saúde, de forma a estimular hábitos saudáveis.

  • D.

    A população em geral já nasce predisposta geneticamente a desenvolver o diabete. Os fatores ambientais, como alimentação, estresse e sedentarismo não corroboram para o desenvolvimento da doença.

  • E.

    Para o diagnóstico precoce e tratamento deve-se fazer teste de tolerância à glicose em toda a população.

Homem de 55 anos, com antecedentes de diabetes, hipertensão e dislipidemia há 3 anos sem seguimento, vem em uso irregular de suas medicações. Queixa-se de sentir muita sede, bebe muita água e está urinando mais que o seu normal, tendo que levantar várias vezes à noite para ir ao banheiro. Está preocupado e queixando-se de sonolência durante o dia. Traz valores de níveis pressóricos aferidos na farmácia no último mês (150x96; 170x102 e 164x90).

É motorista de ônibus e refere ganho de peso no último ano. É sedentário e tem na alimentação predomínio de carboidratos refinados e gordura saturada. Nega etilismo e tabagismo.

Ao exame clínico: bom estado geral; corado; hidratado; IMC = 32, Circunferência abdominal 122cm; PA = 160x100mmHg; pele: acanthosis nigricans em região posterior e lateral do pescoço. Presença de micose entre os dedos dos pés. Restante do exame sem alterações dignas de nota.

Faz parte do projeto terapêutico para este paciente as seguintes alternativas, exceto uma. Assinale-a.

  • A.

    Faz-se necessário avaliar o controle glicêmico, com Hemoglobina glicosilada (HbA1c), considerada o padrão ouro de referência para avaliação do controle glicêmico.

  • B.

    Pacientes do sexo masculino têm dificuldades de adesão a tratamentos de doenças crônicas. Deve ser orientado sobre os riscos de forma incisiva, pois o medo das consequências da doença facilitará a prevenção secundária.

  • C.

    Estadiar a doença por meio da pesquisa de lesão de órgãos-alvo e complicações microvasculares (retinopatia, nefropatia e neuropatia). Estratificar risco cardiovascular, solicitar perfil lipídico, ECG e Ecocardiograma.

  • D.

    Orientar mudanças de estilo de vida (incluindo estratégias para controle de peso, orientação nutricional e exercício físico). Reintroduzir terapêutica medicamentosa (Metformina escalonando doses, prevendo que se não houver controle glicêmico, introduzir glicêmico associar um secretagogo como a glibenclamida).

  • E.

    Controle da Hipertensão com terapêutica combinada. O paciente é provável hipertenso estágio 2 que abandonou tratamento (ex: Hidroclorotiazida 25mg/dia associado Enalapril 10mg de 12/12 e reavaliar em 1 mês).

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