Questões de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC - PR)

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Paciente do sexo masculino, 54 anos, é atacado por cão na rua, sem um motivo aparente. Houve grave laceração de braço esquerdo. É levado ao prontosocorro. Ao exame, o médico assistente classificou a ferida como profunda e observou grande quantidade de terra na lesão. O cão fugiu. O paciente informou que o esquema vacinal da infância estava completo. Em relação à profilaxia da raiva, indique a resposta CORRETA:

  • A.

    Procurar o animal agressor por 20 dias e avaliar sua condição de saúde. Apenas após encontrar o animal agressor, indicar esquema profilático para raiva humana.

  • B.

    Como o animal agressor desapareceu (sem condições de observação), fazer somente esquema completo da vacina de cultivo celular, cinco doses, dias 0, 3, 7, 14 e 28.

  • C.

    Se o local onde ocorreu o acidente não é área endêmica para raiva humana, não existe necessidade de observação do animal e indicação de vacina.

  • D.

    O ferimento, embora em membro superior, é classificado como grave. Como o animal agressor não foi observado, deverá ser aplicado soro antirrábico perifocal à lesão. Se necessário, aplicar restante IM na região glútea, sempre em local diferente da aplicação da vacina. O paciente deve ainda receber esquema completo da vacina, cinco doses, dias 0, 3, 7, 14 e 28.

  • E.

    Como o ferimento foi extenso, embora em membro superior, e não havendo condições de observar o animal agressor, deverá ser aplicado imediatamente o soro antirrábico, sem necessidade da vacina.

Paciente com 70 anos apresenta histórico de desequilíbrio e quedas frequentes associado à perda progressiva da memória com evolução de aproximadamente 8 meses, comprometendo de forma marcante suas atividades diárias. Relata simultaneamente surgimento de incontinência urinária e nega doenças crônicas anteriores. O exame neurológico evidenciou uma marcha com base alargada, passos vacilantes, arrastando os pés, e postura fletida para frente. O tônus, a força, os reflexos e a sensibilidade apresentam-se normais. O miniexame do estado mental de Folstein mostrou escore de 22/30, para oito anos de escolaridade. Para esse caso, o diagnóstico mais provável é:

  • A.

    Doença de Alzheimer.

  • B.

    Doença de Parkinson.

  • C.

    Hidrocefalia de pressão intermitente.

  • D.

    Demência subcortical arteriosclerótica.

  • E.

    Demência secundária devido à deficiência de vitamina B12.

A.J.S., 37 anos, ao ser consultado, refere tosse, febre e perda de 10 Kg nos últimos 90 dias. Seus sintomas iniciaram-se há cerca de 1 mês, com piora progressiva. Há 15 dias passou a apresentar tosse produtiva, sudorese noturna com escarro mucopurulento. Nega sangue no escarro. É alcoolista, fumante desde os 12 anos. Relata manter relações sexuais com várias parceiras sem uso de preservativo. Ao exame apresenta: peso = 66Kg, T= 37,8º C, FR= 20 ipm, PA= 110/70 mmHg, hipocorado. Ausculta com estertores de médias bolhas e sopro tubário na região infraclavicular direita. Não apresenta outras alterações ao exame físico. Traz consigo hemograma apresentando anemia leve normocrômica e normocítica. As demais séries encontram-se normais. VHS= 120 e PPD= 10 mm. Um RX de tórax apresentou infiltrado interstício alveolar em lobo superior direito com cavitação.

Em relação ao caso anterior, assinale a alternativa CORRETA:

  • A.

    Caso confirmada coinfecção HIV/Tb, a duração do tratamento para tuberculose pulmonar deve ser de 9 meses.

  • B.

    Caso o exame de escarro seja positivo para BAAR e a sorologia positiva para HIV, a apresentação de tuberculose pulmonar típica com cavitação indicará que o esquema ARV deve ser instituído imediatamente.

  • C.

    O tratamento para tuberculose não interfere na escolha da terapia antirretroviral.

  • D.

    Na coinfecção HIV/Tb, a terapia ARV deve ser instituída prontamente, independentemente da condição imunológica do paciente e da contagem de células CD4.

  • E.

    Existe indicação epidemiológica para prosseguir investigação diagnóstica com solicitação de triagem sorológica para sífilis, HIV e para as hepatites virais B e C.

Quais vacinas são indicadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a população idosa?

  • A.

    Somente as vacinas contra influenza sazonal, pneumocócica 23-valente e para hepatite B (grupos vulneráveis).

  • B.

    Somente as vacinas contra influenza sazonal e pneumocócica 23-valente.

  • C.

    Somente as vacinas contra influenza sazonal, pneumocócica 23-valente e dupla tipo adulto (dT).

  • D.

    Somente as vacinas contra influenza sazonal e dupla tipo adulto (dT).

  • E.

    Somente as vacinas contra influenza sazonal, pneumocócica 23-valente, hepatite B (grupos vulneráveis) e para herpes zoster.

A.J.S., 37 anos, ao ser consultado, refere tosse, febre e perda de 10 Kg nos últimos 90 dias. Seus sintomas iniciaram-se há cerca de 1 mês, com piora progressiva. Há 15 dias passou a apresentar tosse produtiva, sudorese noturna com escarro mucopurulento. Nega sangue no escarro. É alcoolista, fumante desde os 12 anos. Relata manter relações sexuais com várias parceiras sem uso de preservativo. Ao exame apresenta: peso = 66Kg, T= 37,8º C, FR= 20 ipm, PA= 110/70 mmHg, hipocorado. Ausculta com estertores de médias bolhas e sopro tubário na região infraclavicular direita. Não apresenta outras alterações ao exame físico. Traz consigo hemograma apresentando anemia leve normocrômica e normocítica. As demais séries encontram-se normais. VHS= 120 e PPD= 10 mm. Um RX de tórax apresentou infiltrado interstício alveolar em lobo superior direito com cavitação.

A respeito desse caso, assinale a alternativa que respectivamente indica o diagnóstico possível em relação à neumopatia, o exame que poderia ser solicitado e a conduta terapêutica a ser adotada:

  • A.

    Histoplasmose pulmonar. Solicitação de fibrobroncoscopia com lavado alveolar para esclarecer diagnóstico. Início de terapia com itraconazol.

  • B.

    Tuberculose pulmonar. Solicitação de pesquisa de BAAR. Se for caso de BAAR positivo, iniciar terapia com rifampicina, isoniazida, pirazinamida e pirimetamina.

  • C.

    Tuberculose pulmonar. Pesquisa de BAAR escarro através de baciloscopia e cultura. Introdução do esquema terapêutico com rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol, por 2 meses, seguidos pelo uso de rifampicina , isoniazida por mais quatro meses, se a evolução for favorável.

  • D.

    Pneumonia bacteriana. Solicitação de tomografia computadorizada de tórax. Iniciar cloranfenicol.

  • E.

    Tuberculose pulmonar. Pesquisa de BK escarro através de baciloscopia e cultura. Introdução do esquema terapêutico com rifampicina, isoniazida, pirazinamida, por 2 meses, seguidos pelo uso de rifampicina , isoniazida por mais seis meses, se a evolução for favorável.

Qual das drogas indicadas a seguir NÃO deve ser administrada quando o paciente está em uso de Atazanavir?

  • A.

    Zidovudina.

  • B.

    Omeprazol

  • C.

    Lamivudina.

  • D.

    Ritonavir.

  • E.

    Abacavir.

Segundo Recomendações do Departamento Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Ssaúde, as seguintes situações, entre outras, indicam a introdução da terapia ARV:

  • A.

    Pacientes com contagem de CD4 entre 350 e 500 células/mm3, que apresentem coinfecção pelo vírus da hepatite B, com indicação de tratamento da hepatite; com nefropatia do HIV; ou com idade igual ou superior a 55 anos.

  • B.

    Pacientes assintomáticos, independentemente da contagem de células CD4.

  • C.

    Carga viral acima de 5.000 cópias/mL.

  • D.

    Contagem de células CD4 > 1000 cel/mm na presença de doença cardiovascular estabelecida ou com risco elevado.

  • E.

    Carga viral acima de 1.000 cópias.

Paciente do sexo masculino, 52 anos, portador do vírus HIV, com diagnóstico há 3 meses. Na ocasião, CD4 era de 35 cel/mm3. Há um mês, notou início de astenia, seguida de temperatura de 38º a 39ºC diária, associada à dispneia aos médios esforços. Chegou a procurar assistência médica, que solicitou um RX de tórax, com laudo normal, sendo-lhe prescrito o medicamento amoxacilina. Na evolução, notou que surgiu tosse seca e piora da dispneia, agora a pequenos esforços. Buscou atendimento médico e foi internado. Ao exame físico, apresentava regular estado geral, consciente, PA = 110/70 mmHg, FC = 110 bpm, FR= 42 ipm, temp= 39º C, pulsos cheios, cianose de extremidade, presença de tiragem supraclavicular e candidose oral acentuada. A ausculta pulmonar apresentou-se sem ruídos adventícios. O murmúrio vesicular era simétrico. Hemograma acusou anemia discreta, normocrômica e normocítica, leucopenia e linfopenia. A desidrogenase láctica (DHL) era igual a 998 mg/DL. Gasometria arterial indica pO2= 50 mmHg e Sat02= 80%, colhidos em ar ambiente. Repetido o RX de tórax, o laudo mostrou-se normal. Dado esse quadro, indique a hipótese diagnóstica e a(s) conduta(s) clinica(s) terapêutica(s) mais adequada(s):

  • A.

    Provável insuficiência cardíaca. Solicitar ECG e ecocardiografia. Prescrever nistatina para candidose oral.

  • B.

    Tuberculose pulmonar. Solicitar fibrobroncoscopia com lavado alveolar para elucidar diagnóstico.

  • C.

    Pneumonia adquirida na comunidade. Prescrever cefalosporina. Tratar candidose oral.

  • D.

    Provável pneumonia fúngica. Iniciar anfotericina B.

  • E.

    Pnemocistose. Iniciar terapia com sulfametoxazol e trimetropin. Tratar candidose oral.

A respeito da obesidade, considere as seguintes assertivas:

I. A obesidade em humanos é predominantemente uma doença poligênica com mais de 250 genes identificados como possíveis causadores.

II. A causa mais comum de obesidade monogênica em humanos é a mutação no receptor da melanocortina 4 (MC4R).

 III. Pacientes com diabetes mellitus tipo 2 têm a mesma dificuldade para perder peso que indivíduos não diabéticos.

IV. De acordo com a Resolução RDC n. 52, de 6 de outubro de 2011, o uso da sibutramina está contraindicado em pacientes com índice de massa corporal (IMC) menor que 30 kg/m2, com diabetes mellitus tipo 2 adicionado a outro fator de risco, idade acima de 65 anos e com histórico de doença coronariana.

Está(ão) CORRETA(S):

  • A.

    Apenas as assertivas I, III e IV.

  • B.

    Apenas as assertivas II, III e IV.

  • C.

    Apenas as assertivas I, II e IV.

  • D.

    Apenas as assertivas II e IV.

  • E.

    Todas as assertivas.

Paciente do sexo masculino, 34 anos, com diagnóstico e início de terapia para HIV há 2 anos. Abandono do tratamento com antirretrovirais há 1 ano, quando apresentava um exame de contagem de células CD4 = 130 cel/mm3 e carga viral indetectável. Procurou o pronto-socorro com queixa de cefaleia há 10 dias, associada a náuseas e a tonturas , com piora há 3 dias. Referia temperatura de 38,5º C, diminuição de força de perna esquerda. Ao exame apresentava-se lúcido e orientado, PA= 120/80 mmHg, hipocorado, hidratado, força muscular diminuída de membro inferior esquerdo, confirmando queixa do paciente. Realizada tomografia de crânio, observou-se lesão hipodensa em lobo parietal à direita, com captação de contraste, edema perilesional significativo e efeito massa. Dado esse contexto, pergunta-se: qual é a hipótese diagnóstica e a conduta terapêutica a ser adotada prontamente?

  • A.

    Meningite por cryptococos. Iniciar terapia com fluconazol.

  • B.

    Encefalite pelo vírus HIV. Iniciar terapia com zidovudina e didanosina.

  • C.

    AVC hemorrágico. Introduzir medicação antihipertensiva.

  • D.

    Meningoencefalite por tuberculose. Introduzir isoniazida, pirazinamida e rifampicina.

  • E.

    Neurotoxoplasmose. Iniciar terapia com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico.

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