Questões de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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São características da Avaliação Geriátrica Ampla:

  • A. não aumenta o número de diagnósticos quando realizada na emergência
  • B. não interfere na institucionalização
  • C. utiliza equipe multidisciplinar e diversas escalas de avaliação
  • D. não há evidências de redução de mortalidade
  • E. avaliação global do idoso, especialmente não frágil

Um homem de 78 anos é atendido no serviço de emergência com dor torácica retroesternal em aperto, de início há 2 horas. Ele é hipertenso, diabético e ex-tabagista. Estava em uso de metformin e enalapril. Nega alergias, passado de doença cerebrovascular ou insuiciência renal. Ao exame está taquipneico, sudoreico e com o sinal de Levine. Frequência cardíaca: 90 bpm; pressão arterial: 160x90 mmHg, Peso relatado de 75kg. Murmúrio universalmente audível sem ruídos adventícios; ritmo cardíaco regular, 3 tempos (B4), bulhas normofonéticas, sem sopros; abdome e membros inferiores sem alterações. O eletrocardiograma revelou ritmo sinusal com supra de ST de 3mm V1-V4. Assumindo que o paciente não apresenta contraindicações à trombólise, assinale a opção correta em relação à terapêutica antitrombótica via oral (VO), subcutânea (SC) e intravenosa (IV).

  • A. Aspirina 200mg VO indeinidamente; clopidogrel 75mg VO por 14 dias; enoxaparina 0,75mg/kg SC 12/12h por 2 a 8 dias; tenecteplase 40mg IV em bolus.
  • B. Aspirina 200mg VO indeinidamente; clopidogrel 75mg VO por 14 dias; enoxaparina 0,75mg/kg SC 12/12h por 2 a 8 dias; tenecteplase 40mg IV em bolus.
  • C. Aspirina 200mg VO indeinidamente; clopidogrel ataque de 300mg seguido de 75mg VO por 14 dias; enoxaparina bolus IV de 30mg seguido de 0,75mg/kg SC 12/12h por 2 a 8 dias, tenecteplase 40mg IV em bolus.
  • D. Aspirina 200mg VO indeinidamente; enoxaparina bolus IV de 30mg seguido de 1mg/kg SC 12/12h por 2 a 8 dias; tenecteplase 40mg IV em bolus.
  • E. Aspirina 200mg VO indeinidamente; clopidogrel 75mg VO indeinidamente; enoxaparina 1mg/kg SC 12/12h por 2 a 8 dias; alteplase 100mg IV em 60 minutos.

É trazido pela mãe adolescente um lactente do sexo masculino, de 5 meses e 10 dias, à Emergência. A mãe informa que este apresenta vômitos há 36 horas, associado a 3 evacuações líquido-pastosas neste período, sendo a última com sangue e muco. A mãe nega febre, e diz que, no dia anterior, o mesmo estava muito irritado, com choro intermitente, recusando parcialmente a alimentação e hoje está muito “molinho”. Faz uso de leite materno e mamadeira com leite de vaca e farinha. Há 12 dias tomou todas as vacinas do calendário referentes aos 4 meses, incluindo a “gotinha”, porém a mãe não trouxe o cartão de vacinas. Ao exame apresenta-se hipoativo, pálido, taquicárdico, taquipnéico, desidratado, com ausculta respiratória e cardíaca normais. O abdome encontrase doloroso difusamente à palpação. Não há lesões de pele. A principal hipótese diagnóstica é:

  • A. invaginação intestinal
  • B. gastroenterite aguda
  • C. pneumonia na base pulmonar
  • D. síndrome hipotônico-hiporresponsiva
  • E. alergia a proteína do leite de vaca

Lactente de 2 meses de idade, pesando 5 Kg, estava em ventilação mecânica por pneumonia e SDRA, modo IMV-TCPL (ciclado a tempo, com pressão limitada). Estava intubado com um TOT 4,0 sem balonete e com os seguintes parâmetros: FR 25 cpm, Tins 0,7 seg, Rel I:E 1:2,4, PIP 25 cmH2O, PEEP 6 cmH2O, FiO2 0,30. Vinha evoluindo bem, com melhora radiológica, diminuindo o esforço respiratório, o que fez com que o plantonista da noite fosse reduzindo gradualmente a frequência do respirador de 25 até 14 e a PIP de 25 para 20. No entanto, a PaCO2 subiu de 38 para 50 mmHg, o que fez com que ele voltasse aos parâmetros anteriores, desistindo do desmame. Analisando o caso, a melhor conduta para este momento seria:

  • A. aumentar o Tins para 1,0 seg (porque a constante de tempo deve ter aumentado) e passar o modo ventilatório para PRVC (Vt 30 mL), extubando para oxitenda ou hood (FiO2 0,40) caso a PaCO2 caia a menos de 45 cmH2O.
  • B. mudar o modo ventilatório para A/C (VCV), aumentar a FR para 30 cpm até que a PaCO2 caia para 45 mmHg, extubando o paciente para oxitenda ou hood, com FiO2 0,40.
  • C. mudar o modo ventilatório para PSV (14 cmH2o sobre PEEP de 6 cmH2O) e prosseguir com o desmame, através da redução gradual da PSV até 8 cmH2O e da PEEP até 4 cmH2O, extubando o paciente para ventilação não-invasiva (VNI).
  • D. interromper o desmame e mudar o esquema antimicrobiano, pois provavelmente o paciente está evoluindo com pneumonia.
  • E. extubar imediatamente o paciente para oxitenda ou hood, com FiO2 0,40.

hidrocefalia de pressão normal

  • A. a síndrome depressiva diagnosticada com a EDG de 12
  • B. a síndrome demencial diagnosticada com meem de 24
  • C. a doença coronariana relatada pelo paciente
  • D. o índice de massa corpórea de 17
  • E. a gonartrose bilateral de joelho

Uma mulher de 35 anos, assintomática e sem comorbidades conhecidas, entrou para uma acade-mia visando praticar atividade física. Porém, o estabelecimento exigiu a realização de um teste ergométrico antes de aceitar a sua adesão. A candidata, então, foi submetida ao exame, e o laudo mostrou: exame interrompido com 11 METS pelo protocolo de Bruce devido à exaustão. Não houve relato de sintomas, arritmias ou alterações na pressão arterial, porém apresentou um infradesnível de ST retiicado de 2mm de V1-V4 com 7 METS, que voltou à linha de base com 1 minuto de recuperação. Considerando que o seu exame físico é normal, a melhor conduta a ser tomada é:

  • A. complementar a avaliação com uma cintilograia miocárdica, pois se esta for positiva, a probabilidade de doença arterial coronariana é maior que 50%.
  • B. liberar a paciente para realizar atividade física de acordo com a sua tolerância, pois provavelmente o teste é um falso positivo, com uma probabilidade pós-teste abaixo de 6% para doença coronariana.
  • C. complementar a avaliação com uma angiotomograia de coronárias, pois se for visualizada alguma lesão, pode-se conirmar o diagnóstico de doença coronariana com um valor preditivo positivo acima de 80%.
  • D. não há diferença em complementar a avaliação com uma cintilograia miocárdica, ecocardiograma de estresse, ressonância cardíaca ou angiotomograia de coronárias, pois qualquer resultado positivo entre estes exames deverá levar à realização de uma coronariograia.
  • E. indicar uma coronariograia para conirmar se a alteração no teste ergométrico é resultado um falso positivo ou falso negativo para doença coronariana.

Você recebe um plantão na UTI em que um paciente de 9 anos de idade encontra-se com o diagnóstico provável de Síndrome de Guillain-Barrè. Segundo relatos do plantonista anterior, ele tinha história de diminuição da força muscular ascendente rapi-damente progressiva e começou a apresentar hipoxemia às 2h, mas que foi prontamente revertida com a instalação de uma máscara facial de O2 a um luxo de 10 L/min, o que tranquilizou a todos. A família reza para que o paciente não precise de ventilação mecânica. Ao exame, está tranquilo, praticamente imóvel, respiração supericial, FR 50 irpm, mas saturando 98% na macronebulização com O2. A família também está tranquila com o sucesso da abordagem terapêutica, pois icou muito assustada quando a SpO2 caiu a 85% de madrugada. A programação para este doente em relação ao quadro respiratório deve ser:

  • A. prosseguimento com a oxigenoterapia, apenas substituindo a máscara facial aberta por uma máscara facial não-reinalante
  • B. intubação imediata, após conirmação da redução da força inspiratória negativa (NIF) < - 20 cmH2O
  • C. acompanhamento com a gasometria arterial, indicando intubação apenas quando a PaCO2 ultrapassar 50 cmH2O
  • D. manutenção do tratamento, enquanto providencia o início da terapia com imunoglobulina EV
  • E. manutenção do tratamento, enquanto aguarda conirmação diagnóstica com uma eletromiograia

Paciente de 92 anos portadora de doença de Parkinson, com múltiplas contraturas, afasia, quadro demencial, má conservação de dentes, com incontinência urinária e fecal, foi internada para tratamento de úlcera por pressão com infecção secundária, submetida a debridamento cirúrgico. Essas condições permitem airmar que a paciente apresenta:

  • A. síndrome de fragilidade
  • B. síndrome de imobilidade
  • C. imobilidade
  • D. demência por corpúsculos de Lewi
  • E. hidrocefalia de pressão normal

Nos últimos anos diversos ensaios clínicos publicados na área de cardiologia, como o EINSTEIN, SYNTAX e RELY, têm utilizado um modelo que avalia a não-inferioridade de um tratamento novo em relação ao tratamento padrão. Em relação aos estudos de não-inferioridade, assinale a alternativa correta.

  • A. Este é o modelo de estudo mais adequado quando um tratamento novo é comparado ao placebo.
  • B. Este não é o melhor modelo para avaliar um tratamento novo que pode ser tão eicaz quando o padrão, mas é mais barato e fácil de administrar.
  • C. Se o estudo apresentar um alto percentual de cruzamento entre os grupos avaliados, a análise por intenção de tratar tenderá a mostrar que o tratamento novo é inferior ao padrão.
  • D. A análise “por protocolo”, em que somente são avaliados os pacientes que efetivamente receberam o tratamento para o qual eles foram randomizados, não é útil para esse tipo de estudo, principalmente se houver um alto percentual de cruzamento de pacientes entre os grupos avaliados
  • E. Nesse tipo de estudo, o teste de signiicância é unicaudal e avalia-se somente o limite superior do intervalo de coniança de 95%.

  • A. intubar e ventilar com oxigênio a 100%.
  • B. continuar com a ressuscitação cardiopulmonar por cinco ciclos (2 minutos) e então desfibrilar com 4 J/Kg.
  • C. administrar lidocaína 1 mg/Kg EV em bolus.
  • D. administrar amiodarona 5 mg/Kg EV em 20 minutos.
  • E. desibrilar imediatamente com 4 J/Kg.
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