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Da mesma forma que as características da Educação acompanham o perfil que determinada época ou categoria lhe atribui, identificamos na Orientação Educacional, igual procedimento. Em termos de evolução teórico-prática da Educação, a Orientação Educacional encontra-se numa etapa que tem, hoje, como objeto e ação fundamental:
ajudar na construção de um espaço de convivência que respeite as diferenças individuais;
acompanhar o desempenho dos alunos ao longo de sua vida escolar;
ajudar na construção de uma prática emancipatória, tendo, na teoria, a função de mediação;
desenvolver ações que motivem o trabalho em cooperação;
influenciar ações que motivem o trabalho em cooperação.
A relação educação e trabalho constitui um dos temas de maior atualidade. Isto se deve ao efetivo papel que a escola tem em relação ao mundo da produção e à resposta que caberia a ela dar às necessidades decorrentes das metas econômicas, políticas e sócio-culturais dos trabalhadores enquanto classe. Pensando nessas questões, a Orientação Educacional deve colaborar para:
tratar a questão do trabalho como o exercício ou aprendizado de um ofício que possa levar à independência e sobrevivência do cidadão diante de um mundo cada vez mais competitivo;
procurar ressaltar que a formação dos trabalhadores deve estar pautada apenas nas aptidões inatas do indivíduo, como garantia de sucesso na empregabilidade e retorno financeiro;
evitar situações em que o trabalho seja o centro principal do processo educativo, tendo em vista que a aprovação no vestibular deve ser enfatizada e valorizada como meta de todo aluno;
analisar as novas concepções de trabalho na sociedade moderna, discutindo a questão de como manter ou conseguir um trabalho num mundo cada vez mais exigente e competitivo;
valorizar a ascensão social das classes desfavorecidas, através de adequada preparação para o ensino superior.
Tratando da Orientação Educacional, Grinspun pretende indicá-la como uma necessidade, explicitada, inicialmente, como uma prática que deve estar inserida no Projeto Político-Pedagógico da escola. Nesse sentido, a Orientação não será desvinculada do contexto, mas, ao contrário, será vinculada aos objetivos sócio-políticos da escola. Para atender a essa demanda deverá ser atribuição da Orientação Educacional:
participar dos conselhos de classe, buscando conhecer e acompanhar as dificuldades de aprendizagem dos alunos;
estimular projetos de estudo, continuamente, para acompanhar a evolução e o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem;
trabalhar com um planejamento participativo, sempre voltado para uma concepção crítica;
organizar reuniões com a equipe de professores para estar, permanentemente, avaliando o trabalho realizado;
criar condições para que o trabalho pedagógico aconteça numa perspectiva que atenda às necessidades e características da comunidade.
Outros documentos legais, posteriores à Lei de Diretrizes e Bases 4064/61, dão o perfil da Orientação Educacional em termos de funções. Encontramos no Parecer 632/69 os objetivos da "Orientação Educativa", caracterizando-a como uma área pedagógica. Segundo esse Parecer é atribuída à Orientação Educacional a função de:
guiar os jovens em sua formação moral, cívica e religiosa e estimular o sentido de vida comunitário;
organizar conselhos de classe para classificar os alunos, segundo o seu rendimento escolar, nas suas respectivas turmas;
realizar aconselhamentos com crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem, realizando entrevistas individuais;
contribuir para a adaptação dos alunos indisciplinados, desajustados ou problemáticos, dando a eles atendimento especial;
ter como principal preocupação a transmissão dos conhecimentos relacionados com as condições de vida dos homens.
Pela Reforma Capanema, a Lei Orgânica do Ensino Industrial institui o Serviço de Orientação Educacional com a finalidade de promover:
o atendimento à problemática vocacional e social dos alunos de cada escola;
o estabelecimento de um "clima educativo" que propiciasse ao aluno a consecução dos objetivos educacionais da escola;
a construção do conhecimento, através de uma visão da relação sujeito-objeto;
a responsabilização do processo educacional na formação da cidadania;
a correção e encaminhamento dos alunos-problema e a elevação das qualidades morais.
Fernando Azevedo, em seu livro A Cultura Brasileira (1971), diz que não podemos separar a Educação, da história da cultura de nosso país. Segundo esta abordagem, o papel do Orientador Educacional, será, em primeiro lugar:
organizar festas comunitárias incentivando a integração de alunos, professores e famílias;
resgatar a cultura através das possibilidades que o espaço de orientação oferece;
estudar os fatores culturais que influem no crescimento e desenvolvimento do educando;
analisar as dificuldades de aprendizagem escolar à luz do sistema educacional;
intervir nas condições materiais do ensino e no modo de atuar do professor, em benefício do educando.
Podemos citar três componentes práticos interdependentes no ensino inclusivo. São eles:
Programas adequados; trabalho em equipe; aceitação da comunidade.
Limitações funcionais; rotulação; aprendizagem cooperativa.
Redes de apoio; consulta cooperativa e trabalho em equipe; aprendizagem cooperativa.
Trabalho em equipe; apoio institucional; orientação adequada.
A concepção de Orientação Educacional deve, hoje, estar comprometida, prioritariamente, com:
a diversidade da educação, questionando valores pessoais e sociais, submersos nos atos da escolha e da decisão do indivíduo;
a função que a escola tem de repassar conteúdos, preocupando-se com o aspecto informativo no desenvolvimento do educando;
o fracasso ou o sucesso escolar e social do aluno, considerado individualmente no contexto escolar;
o atendimento individual ao maior número de alunos, tendo em vista a integração ao grupo social;
o atendimento às famílias dos alunos que apresentem dificuldades, para que tomem consciência delas e busquem soluções.
À luz da imagem acima e das contribuições da Sociologia, podemos destacar três abordagens sobre as relações entre educação e sociedade. A primeira vê a sociedade como um conjunto harmonioso, cabendo à educação a veiculação de valores éticos, integrando os indivíduos ao todo social existente. Para a segunda, a educação é o reflexo da sociedade, estando exclusivamente a serviço de uma determinada classe social, e a terceira "tem por perspectiva compreender a educação como mediação de um projeto social". (LUCKESI)
A opção que apresenta, respectivamente, as concepções e/ou marcas das abordagens acima apontadas é:
redenção, reprodução e transformação;
teoria da escola dualista, violência simbólica e reprodutivismo;
comportamentalismo, a escola como aparelho ideológico do estado e tecnicismo;
reprodutivismo, funcionalismo e teorias antiautoritárias;
positivismo, redenção e transformação.
Nos anos 90, a política pública brasileira foi marcada pelo ideário neoliberal. A opção INCOERENTE com esse ideário é:
a crise educacional deve-se, entre outras razões, a uma gestão escolar ineficiente que não sabe administrar os recursos existentes;
o clientelismo e a burocracia estatal presentes na política pública são, dentre outros motivos, responsáveis pela crise educacional;
a produção educacional deve estar subordinada às necessidades apontadas pelo mercado de trabalho;
como o Estado é ineficiente, a palavra de ordem é privatizar; a escola deve ser pensada e organizada como uma empresa produtiva;
a qualidade total é defendida para que a educação desempenhe sua função social de criar fontes de trabalho e garantir empregos, não se restringindo à mera empregabilidade.
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