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Celestino Alves da Silva Jr. destaca que, na história do sistema escolar brasileiro, a tríade Supervisão, Currículo e Avaliação tem sofrido revisões de seu significado, não só em cada um de seus três termos, mas também na relação entre eles. Enquanto se consolida ampla política governamental de avaliação educacional, a atual discussão sobre currículo é dinamizada por três idéias-força: a da autonomia da escola, a do projeto pedagógico e a do trabalho coletivo. Para o autor isto indica
um golpe fatal na supervisão que se desmoralizará por não estar preparada para a complexa tarefa de coordenar a elaboração do projeto educativo, resguardado o direito da autonomia pedagógica de cada unidade escolar.
um novo desafio para a legitimidade da função supervisora, em termos de sua atuação na coordenação do trabalho coletivo para os processos de construção da autonomia da escola e de elaboração de seu projeto pedagógico.
um novo alento para a supervisão, pois ela se tornou imprescindível para viabilizar os procedimentos básicos ligados ao programa de avaliação de desempenho do aluno, tanto no nível nacional quanto no estadual.
um movimento passageiro, mais ao nível do discurso político, como conseqüência dos acordos internacionais e elemento necessariamente presente, quando das prestações de contas dos financiamentos externos.
um equívoco de encaminhamento dos termos da tríade, pois avaliação centralizadora é incompatível com projeto pedagógico e autonomia da escola.
Paulo Afonso Ronca, no texto do Suplemento APASE, trabalha com alternância de cenas do descobrimento da América e dos dias atuais, instigando a reflexão sobre educação, sociedade e história da humanidade. Uma das mensagens principais do ensaio é que
caso os espanhóis não tivessem descoberto a América em 1492, e dizimado os índios, a Existência no Brasil hoje seria melhor.
a Existência, na América, enfrenta problemas terríveis, oriundos do tipo de colonização sofrida e agravados pela injusta distribuição de renda que é mistificada nos programas de televisão.
a Educação deve orientar a audiência seletiva dos programas de televisão e promover a crítica à corrupção política, à violência e à pornografia na internet.
importa à Educação e sua Supervisão, pensar a Existência humana para melhorá-la, alargando a consciência em relação ao contexto histórico-social e político, e "escrevendo o texto do Novo Mundo", com urgência e responsabilidade.
os que têm estudo de nível universitário são privilegiados e devem se sentir co-responsáveis pelas injustiças e violências que acontecem, dispondo-se a trabalhos comunitários para compensar e superar as desigualdades sociais que hoje atingem metade da população brasileira.
"O professor passa, sem processo de ruptura, da experiência passiva como aluno ao comportamento ativo como professor, sem que lhe seja colocado, em muitos casos, o significado educativo, social e epistemológico do conhecimento que transmite ou faz seus alunos aprenderem. Passa de aluno receptor a consumidor acrítico de materiais didáticos e a transmissor com seus alunos."
Gimeno Sacristán, em suas análises sobre as concepções epistemológicas do professor, comprovou que as posições pedagógicas frente a problemas relacionados com o ensino em geral e com os conteúdos do currículo, em professores em formação,
relacionam-se com posições políticas e com as especialidades universitárias que cursaram.
são independentes da mentalidade, cultura global e atitudes dos professores.
não interferem na forma dos alunos interpretarem os conhecimentos assimilados.
relacionam-se com a capacidade de trabalho e a competência técnica dos professores.
relacionam-se com o comprometimento e com a capacidade intelectiva dos professores.
Na história da Supervisão de Ensino em nível de sistema, no Estado de São Paulo, o movimento sindical dos professores assumiu em alguns momentos, papel formador e orientador da categoria, em relação aos projetos educativos em curso e em relação a sua atuação junto às escolas, o que fortaleceu o sindicato. Isto revela, dentre outros, que
há uma descaracterização geral das instituições na sociedade pós-moderna, prenunciando grandes transformações em todo o universo institucional.
na prática, ocorrem desvios na atuação dos sindicatos, principalmente quando seus dirigentes têm pretensão político-eleitorais.
os aspectos propriamente sindicais estão organicamente articulados com o cumprimento do papel profissional, na busca de garantir educação escolar de qualidade, para todos.
o conjunto dos supervisores deve cumprir suas obrigações profissionais junto às escolas, deixando as questões trabalhistas, sindicais e políticas para os colegas eleitos como dirigentes dos sindicatos.
os aspectos sindicais estão ligados aos do cumprimento das funções dos supervisores, mas não é função do sindicato cuidar disso.
De acordo com a bibliografia indicada, a análise das origens da supervisão na educação, desde o início de nossa história colonial, leva a constatar que a supervisão enquanto avaliação e controle institucional público, implicando a fiscalização,
acompanhou o desenvolvimento da educação escolar e dos sistemas de ensino, nos termos da legislação maior, tendo recebido diversas nomenclaturas.
foi criada no governo militar de 1964 e funcionou até a Constituição Cidadã de 1988, quando foi derrubada pela democratização do ensino.
foi instituída como item da política de avaliação externa (SAEB, SARESP, ENEM) e tende a desaparecer com ela.
funcionou como "cabide de empregos" até a Ditadura Vargas (30-45), quando passou a ser provida por concursos públicos.
chegou com a instalação, no Brasil, do Reino Unido ao de Portugal, no século XIX, em moldes pós-jesuíticos.
Maria Aparecida Baccega analisa a presença e a força dos meios de comunicação, sobretudo a televisão que transforma acontecimentos em espetáculos e atinge muitas vezes em tempo real, sociedades que vivem tempos históricos e culturais díspares, divulgando idéias e valores, normas e regras, sob forma prescritiva, objetivando o apagamento das diferenças com explicações ideológicas sobre as desigualdades. E entende que cabe à Escola re-significar seu papel e
instalar progressivamente um aparelho de TV e vídeo em cada sala de aula, para incentivar os alunos a realizarem atividades para depois assistirem seus programas preferidos como prêmio.
utilizar largamente os programas televisivos na escola, pois neles as crianças prestam atenção e ao assisti-los não causam problemas de disciplina.
orientar os alunos, mas sobretudo os pais, indicando um elenco de programas educativos que eles deverão asisistir, fazendo cobrança disso com trabalhos escolares.
denunciar o caráter ideológico das mensagens televisivas aos conselhos de ética e ao Ministério Público, exigindo providências.
desvelar como opera a ideologia, ensinando a ler as formas simbólicas que circulam na mídia, de modo a perceber como elas conformam a realidade.
Há uma expectativa de que as novas tecnologias trarão soluções rápidas aos problemas do ensino que as escolas enfrentam. José Manuel Moran afirma que as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e tempo, estabelecendo novas pontes entre o presencial e o virtual, entre o estarmos juntos e o estarmos conectados à distância, mas que o nosso maior desafio para um ensino e uma educação de qualidade é
dotar as escolas de infra-estrutura adequada, com tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas.
desenvolver práticas pedagógicas que integrem todas as dimensões de ser humano.
preparar intelectualmente os docentes para enfrentarem novas formas de ensinar e de aprender.
selecionar e divulgar informações necessárias à construção de conhecimentos que a escola considere significativos.
colocar as novas tecnologias de informação e comunicação a serviço da racionalização do pedagógico.
Leila R. Iannone relata pesquisa realizada com uma experiência de avaliação institucional de uma escola que, na década de 60 havia obtido uma educação de qualidade, alicerçada num ideário compartilhado, mas que no decorrer das décadas seguintes ampliou muito o espaço físico e a clientela, e agora, estava enfrentando "perda de qualidade", "desorientação" e uma "sensação crescente de fracasso". A pesquisa revelou que isso se deveu a
I. interrupção dos investimentos em formação contínua, a partir do crescimento vertiginoso da escola, subtraindo oportunidades de engajamento da equipe docente.
II. falta de reflexão sobre o instituído e o instituinte (inovações) provocando entraves no processo de gestão.
III. clareza dos novos objetivos institucionais e do "novo" discurso, acompanhado de ações pedagógicas correspondentes.
IV. tentativa de homogeneização com vistas à qualidade, que acabou dividindo corpo docente e técnico.
V. adoção de práticas de introdução de inovações próximas ao procedimento "tipo industrial", padronizador, e com gestão "de cima para baixo" e "do centro para a periferia".
VI. intervenções democráticas de partilha de decisões e de tarefas que deram coesão ao corpo docente.
Estão corretas APENAS as afirmativas
I, II, IV e V
I, II, III e VI
II, III, IV e V
II, IV e V
I, III e VI
Terezinha A. Rios articula o conceito de competência com o de qualidade e argumenta que "a revolução tecnológica, a globalização da economia e da política, e os fenômenos sociais dela decorrentes trouxeram, ao campo da educação, novas provocações e inquietações" colocando para a Filosofia e a Didática, a necessidade de superação
I. do atraso tecnológico de nossas práticas pedagógicas escolares por meio de equipamentos e treinamento dos docentes em Tecnologia da Informação.
II. da fragmentação por meio de um diálogo dos saberes presentes na ação docente promovendo revisão didático-pedagógica fundamentada.
III. da massificação decorrente da globalização por meio da percepção clara das diferenças e especificidades, para um trabalho coletivo e interdisciplinar.
IV. da incompetência dos professores para alfabetizar, com investimentos na capacitação de alfabetizadores.
V. de um embate entre a razão instrumental e o irracionalismo, por meio da descoberta e valorização da sensibilidade, articulando todas as capacidades dos indivíduos.
Estão corretas APENAS as afirmativas
I, IV e V
I, III e IV
I, II e III
II, III e IV
II, III e V
Assim, pois, a virtude é um hábito de escolha, que se acha no meio termo em relação a nós, determinada pela razão e, como faria um sábio, eqüidistância entre dois vícios, um por excesso, o outro por falta. (...) Por isso é também grande e árdua a empresa a realizar-se: pois é grande empresa encontrar o meio termo de cada coisa, como achar o centro do círculo não é para qualquer um, mas para quem sabe.
(Aristóteles)
A partir do trecho acima, pode-se afirmar corretamente que, para Aristóteles, a virtude (excelência moral) é o meio termo entre
dois vícios: o mal absoluto e o bem supremo.
duas faculdades complementares: o hábito e a escolha.
dois elementos conflitantes: a razão e o hábito.
dois extremos: o mal por excesso e o mal por falta.
dois vícios: a falta de razão e o excesso de razão.
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