Questões de Pedagogia da Instituto Nacional de Educação (CETRO)

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Atender a criança com profissionais especializados capazes de fazer a mediação entre o que a criança já conhece e o que pode conhecer, significa investir no desenvolvimento humano. Hoje se sabe que há períodos cruciais no desenvolvimento e a infância é um deles, durante os quais o ambiente, as interações e as intervenções didáticas dos profissionais de educação podem influenciar a maneira como o cérebro é ativado para exercer funções em áreas como a matemática, a linguagem, a música. A aprendizagem contribui para o desenvolvimento na medida em que aprender não é copiar ou reproduzir a realidade. Aprendemos quando somos capazes de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto da realidade. A aprendizagem tem um caráter ativo, é fruto de uma construção pessoal, mas na qual não intervém apenas o sujeito que aprende; os outros significativos, os agentes culturais, são peças imprescindíveis para essa construção pessoal, para esse desenvolvimento. Aprendizagem, hoje, segundo esta concepção é entendida como

  • A.

    construção social que envolve a pessoa como um todo e se fundamenta nas múltiplas interações entre os parceiros infantis e adultos, nos contextos educativos.

  • B.

    capacidade de assimilar os conhecimentos já elaborados historicamente.

  • C.

    capacidade de tomar conhecimentos dos saberes que são transmitidos pela escola e pela sociedade.

  • D.

    capacidade de reter na memória mediante o estudo, a observação ou a experiência.

  • E.

    construção individual de saberes que se fundamenta nos fatores genéticos e ambientais.

A creche é um lugar de vida cotidiana, feita de espaços, materiais e objetos tangíveis, de propostas educativas concretas, onde a gestão dos tempos e dos espaços constitui um momento crucial, diretamente ligado ao modo de educar, que envolvem o âmbito da relação e do ensinar a aprender, um processo transicional que inclui adultos e crianças. Uma creche deve se caracterizar como conjunto de ambientes que possibilitem à criança

  • A.

    aprender os usos e costumes da sociedade e da cultura, na qual está inserida, sobretudo os modos oficiais de relacionamento.

  • B.

    aprender a viver em sociedade, a desenvolver habilidades relacionadas à leitura e escrita, a desenvolver atitudes egocêntricas, típicas do seu desenvolvimento emocional.

  • C.

    ampliar suas experiências e se desenvolver em todas as dimensões humanas: afetiva, motora, cognitiva, social, imaginativa, lúdica, estética, criativa, expressiva e lingüística.

  • D.

    disciplinar-se, entender a organização do tempo, entender em que horas pode brincar, que horas pode comer, em que locais e o que pode comer.

  • E.

    aprender a ser alguém no futuro, disciplinando-se e adquirindo conhecimentos

As diversidades ou multiplicidades geralmente expressam relações e construções culturais. A escola democrática, inclusiva e a sala de aula devem ser entendidas como espaços de expressão e local para se cultivar maneiras respeitosas de se relacionar com o outro. Os textos legais e dos educadores que tratam das diversidades e que se referem a questões de gênero, sexualidade, etnia, cultura não tratam de diferenças

  • A.

    coletivas, mas sim diferenças individuais; tratam especificamente das necessidades especiais de cada sujeito e/ou indivíduo.

  • B.

    individuais, mas sim das grandes divisões que constituem os grupos sociais – homens e mulheres, homossexuais, negros, indígenas, brancos; ou seja, de características coletivas e comuns a um certo número de pessoas.

  • C.

    coletivas, mas sim das características orgânicas e inorgânicas particulares de um indivíduo.

  • D.

    que abrangem e compreendem muitas pessoas, mas sim das características particulares da pessoa humana, quer físicas ou psíquicas.

  • E.

    de indivíduos, mas sim e apenas de sujeitos portadores de necessidades educacionais especiais.

A Educação Infantil viveu uma trajetória no Brasil, pois antes era vista como favor ou uma dádiva social e hoje, é vista como um direito e um dever do Estado. O ordenamento legal da Educação Infantil explicita a idéia de derrubar o caráter assistencialista de atendimento à faixa etária de zero a seis anos. O ato de educar a criança está inegavelmente integrado ao ato de cuidá-la e o atendimento passou a ter o caráter

  • A.

    de proteção o que significa "assistencialismo" uma vez que denota um sentido de atendimento relacionado à "prestação de favor" e portanto sua organização deve se assemelhar a de uma escola formal, com horários e períodos letivos.

  • B.

    educacional, de cunho sócio-educativo, instaurando-se um espaço de formação e proteção às crianças pequenas.

  • C.

    de assistencialismo, entendido como o ato de prestar cuidado e atenção à criança nos aspectos de alimentação, higiene, guarda e proteção - prática acentuada na creches.

  • D.

    assistencialista, referindo-se às ações que atendem as necessidades básicas de higiene, alimentação, proteção e guarda das crianças, enquanto a mãe exerce atividade remunerada fora do lar, sendo portanto, sobretudo, um direito da mulher trabalhadora.

  • E.

    de cuidar e educar, sendo cuidar o objetivo das creches que atendem as crianças até 06 anos nas quais estudam os filhos das mães que têm atividades profissionais menos qualificadas e o educar que é o objetivo dos "jardins", onde estudam os filhos de famílias um pouco mais abastadas.

O Referencial Curricular para Educação Infantil, assim como as Diretrizes Curriculares, determina três grandes eixos em torno dos quais todas as atividades pedagógicas do currículo devem girar, a saber

  • A.

    o brincar com papéis ou de faz-de-conta, jogos de construção, jogos de regras.

  • B.

    a comunicação, a percepção, a reflexão mental.

  • C.

    a exploração do mundo físico, o conhecimento do espaço e o brincar.

  • D.

    artes visuais, língua oral, música.

  • E.

    o brincar; o movimento; o conhecimento de si e do outro.

A professora Lara entregou um caderno para cada criança e solicitou que cada uma criasse uma capa fazendo desenhos, podendo usar lápis de cor, recortes, cola e letras. Depois das capas prontas, organizou uma roda de conversa, com o tema "quem sou eu?" e cada criança explicava o desenho aos colegas. Essa atividade visa

  • A.

    padronizar o comportamento da turma, estabelecendo que cada estágio utilize uma determinada cor de capa do caderno.

  • B.

    construir a obra autônoma das crianças e trabalhar a personalidade autônoma, pois o eixo do trabalho com identidade e autonomia deve ser regido pela ética norteada pelo respeito, liberdade, solidariedade e cooperação.

  • C.

    mostrar para as crianças que elas podem governar a si mesmas e viver de acordo com suas opiniões, pois o eixo do trabalho com identidade e autonomia deve ser regido pela ética, norteada pelo respeito, liberdade dirigida, ou seja, atividades livres, mas dirigidas.

  • D.

    construir a autonomia das crianças e trabalhar a subjetividade.

  • E.

    possibilitar uma antecipação da escolaridade formal das crianças a partir de padrões de homogeneização e sistematização e o desenvolvimento de habilidades psicomotoras que ativem os mecanismos exploratórios.

A professora Lara inicia todos os encontros com as crianças contando histórias, a chamada - leitura compartilhada - que faz parte do acolhimento. Lê para as crianças procurando desenvolver a emoção, a sensibilidade, a imaginação e a fantasia. A profª. desenvolve atividades com as crianças antes, durante e depois da leitura, a saber:

I - Mostra o livro, conta a história do autor, onde vivia, como escreve; leva até transparências do desenho que acompanha a história pedindo que as crianças imaginem um conto;

II - Lê a história, narrando-a;

III- Por último, pede para as crianças recontarem a história e pergunta: -" há possibilidades de haver um outro final para a história?"

Assinale a alternativa que explica os procedimentos descritos nos itens.

  • A.

    o item I descreve intervenções didáticas não apropriadas à idade das crianças; o item II descreve intervenções para depois da leitura; o item III descreve intervenções didáticas para o antes da leitura.

  • B.

    os itens I e II possibilitam a leitura nas "entrelinhas" e o item III abre demais a reflexão e impede o desenvolvimento da intencionalidade da leitura.

  • C.

    o item I não faz parte desta metodologia na Educação Infantil, pois a criança não entende o que é autor e os itens II e III possibilitam a leitura do que há atrás das letras.

  • D.

    os itens II e III possibilitam que as crianças desenvolvam suas capacidades reflexivas e criativas e o item I é desnecessário pois as crianças não conseguem imaginar o que é autor, como ele vivia e como e sobre o que escreve.

  • E.

    o item I descreve intervenções didáticas do período anterior à leitura; o item II descreve intervenções didáticas durante a leitura; o item III descreve intervenções didáticas para o período posterior à leitura.

A professora Lara escreveu vários cartazes com seguinte parlenda: "Hoje é sábado/ Pé de quiabo Amanhã é domingo/ Pé de cachimbo/ O cachimbo de ouro/ Bate no touro/ O touro é valente/ Chifra gente/ A gente é fraco/ Cai no buraco/ O buraco fundo/ Acabou-se o mundo." Lia para as criança que iam transformando-os em textos de memória A professora tinha como objetivo ensinar:

  • A.

    o folclore brasileiro e a memorização.

  • B.

    a linguagem oral, a linguagem escrita para quem não sabe ler e o folclore.

  • C.

    apenas linguagem oral e folclore.

  • D.

    apenas linguagem escrita, rumo à alfabetização.

  • E.

    apenas o folclore brasileiro.

A professora Lara desenvolveu a seguinte atividade com crianças de cinco anos de idade: colocou-as em roda para cantar a ciranda "Caranguejo peixe é". Fez cartazes com figuras: palmas, palmas, palmas; pé, pé, pé; roda, roda, roda; caranguejo; peixe. Mudava o cartaz ao ritmo da música e dos movimentos das crianças. Depois de certo tempo, substituía os cartazes das figuras por cartazes com a escrita. O objetivo da intervenção didática desta atividade é trabalhar com as crianças:

  • A.

    atividades centradas no planejamento da professora, obrigando as crianças a se adequarem ao programado pelo adulto, pois a criança já nasce com predisposição para a leitura.

  • B.

    atividades de treinamento de comportamentos aceitáveis na sociedade, utilizando-se das linguagens musicais e escritas.

  • C.

    a musicalidade, os movimentos, a oralidade, a escrita, utilizando-se de diversas linguagens, a saber: o movimento, o canto, o desenho e a escrita; o contato com a língua escrita visando possibilitar que a criança se aproprie do significado da língua escrita.

  • D.

    a musicalidade, as cantigas infantis, a linguagem escrita introduzindo a alfabetização e não o sentido da leitura ou a leitura global.

  • E.

    A linguagem escrita sem interagir com outras linguagens, a finalidade é a leitura do cartaz final – escrita da canção da memória.

A educação infantil, nas unidades educacionais, visa promover o desenvolvimento global da criança, o que inclui apoiar o desenvolvimento de sua criatividade e a construção de novas aprendizagens. Um instrumento privilegiado para o desenvolvimento da criança é a brincadeira. O brincar

  • A.

    faz parte da sociedade de consumo, pois o brinquedo se transformou em produto para ser vendido; participar e incentivar as crianças a brincar é uma interferência do adulto na atividade lúdica e prejudica o desenvolvimento da experiência que a criança irá realizar ao brincar.

  • B.

    faz parte da cultura lúdica e a vida não é marcada pelas atividades lúdicas mas sim por um jogo de regras marcadas. Introduzir a criança numa vivência lúdica é não ter visão de futuro.

  • C.

    é uma das possibilidades que a criança tem de postular o seu "eu" em relação ao contexto, identificando-se com este, afirmando-o ou negando-o. Enfim, é uma linguagem.

  • D.

    não é uma linguagem que a criança utiliza para se expressar, conhecer, aprender e até para desenvolver outras linguagens; uma criança brinca tanto para repetir situações satisfatórias como para elaborar situações traumáticas e dolorosas.

  • E.

    depende do que se brinca, como se brinca, com quem se brinca e na escola o importante é a brincadeira com regras e que esteja voltada e dirigida para o desenvolvimento do intelecto infantil.

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