Questões de Pedagogia da Fundação Carlos Chagas (FCC)

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desenvolve a capacidade do aluno pensar sobre o conhecimento a ser apreendido.

  • A. discutir a formação humana por meio do trabalho pedagógico; e, sobretudo, evidenciar a qualidade dessa ação.
  • B. preparar o educador na organização de uma grade curricular que englobe conhecimentos de língua portuguesa, matemática, história e geografia.
  • C. articular os conteúdos de estudo com a metodologia de ensino para se obter uma prática educativa qualificada.
  • D. ensinar o professor, num processo de formação continuada, a escolher criteriosamente os conteúdos relevantes a serem ensinados.
  • E. alterar a organização de conteúdos de forma a agrupá-los em eixos temáticos, possibilitando assim o aprofundamento de assuntos significativos.

Quem não se lembra dos “questionários”, muitos usados no ensino de história e geografia, enfatizando a memorização repetitiva e automática? Professores conclamavam os alunos: “Não deixem de estudar o questionário que passei”. E quando o professor não se adiantava em passar o questionário, os alunos o solicitavam, pois consideravam como uma espécie de garantia de sucesso.

Este processo de memorização

  • A. é uma forma eficiente do aluno aprender a aprender.
  • B. favorece o aluno adquirir disciplina em seu processo de estudo.
  • C. possibilita ampliar a compreensão dos conhecimentos transmitidos pelo professor.
  • D. desconsidera a escola como espaço de produção de conhecimento.
  • E. desenvolve a capacidade do aluno pensar sobre o conhecimento a ser apreendido.

O ato de “exercitar inferências sobre o texto” pressupõe desenvolver atividades pedagógicas que permitam ao leitor-aluno

  • A. destacar o que é do seu interesse no texto.
  • B. localizar informações explícitas no texto.
  • C. aprender informações implícitas no texto.
  • D. produzir novo texto com base no texto lido.
  • E. ler em voz alta o texto de leitura.

O aluno do ensino noturno, por estar de alguma forma inserido no mundo do trabalho, ter seu tempo quase todo dedicado à luta pela sobrevivência, por ser responsável por si e, muitas vezes, por uma família, traz para a sala de aula uma concepção de vida, valores incorporados e necessidades concretas ligadas ao seu cotidiano e às suas expectativas de vida (...). Ao chegar, à noite, à escola se defronta, muitas vezes, com uma rotina que não valoriza, e, portanto, não aproveita os elementos que aprendem no decorrer do seu cotidiano de trabalho.

Considerando este contexto, constata-se a

  • A. preocupação do aluno do ensino noturno em relação à obtenção de um certificado para apresentar em seu emprego.
  • B. distância entre a perspectiva e a necessidade de estudo para o aluno do ensino noturno e o ensino que a escola proporciona.
  • C. necessidade de conhecimentos mais práticos e menos teóricos na organização curricular do ensino voltado ao aluno trabalhador.
  • D. organização do ensino noturno por faixas de idade e a redução de carga horária para a permanência do aluno na escola.
  • E. importância da aquisição de conhecimentos específicos voltados a seu mundo do trabalho.

No muro de uma escola que dava para a rua, havia um pedaço que estava com marcas de terra. Ao indagarmos sobre o porquê daquilo, os alunos informaram de que aquele era o lugar por onde eles pulavam, nos finais de semana, para jogar futebol na quadra. Este era um fato conhecido por todos, mas a proibição de entrar na escola era mantida e sistematicamente transgredida (...) era proibido, mas nada acontecia se houvesse transgressão. Isso significava que os alunos, ao pularem o muro, poderiam correr um remoto risco de punição, caso se fizesse valer a proibição, ou nada aconteceria pela vigência da política de fechar os olhos.

Diante disso, é correto afirmar que o que se aprende na escola

  • A. ajuda a sobreviver na lógica social, ou seja, às vezes têm-se que fazer de conta que não se percebe a realidade dos fatos.
  • B. não foram suficientes para corrigir as práticas indisciplinares dos alunos transgressores.
  • C. é indispensável para que se mantenha a meta de qualidade prevista no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
  • D. favorece a construção do pensamento crítico dos estudantes, promovendo um diálogo aberto e verdadeiro entre educadores e educandos.
  • E. não se reduz a conteúdos programáticos, e que atitudes, valores, sentimentos também são "ensinados" na vivência das relações interpessoais dentro da instituição.

É frequente ouvirmos depoimentos de professoras ou membros da equipe escolar acerca de que as famílias são "desestruturadas", desinteressadas, carentes e, muitas vezes, de comunidades de baixa renda, violentas (...) Segundo teorias críticas da educação, este raciocínio

I. constitui, na maioria das vezes, uma "explicação" fácil para o insucesso escolar de algumas crianças.

II. serve para atribuição de culpa a uma situação externa à escola e para um consequente afastamento do problema.

III. confirma a incapacidade intelectual de algumas famílias no acompanhamento de seus filhos nas tarefas escolares.

IV. utiliza a denominação "família desestruturada" para se referir a uma estrutura diferente do modelo de família nuclear tra dicional.

V. justifica o simples fato de a família se organizar como responsável pelo comportamento acadêmico de suas crianças.

Está correto o que se afirma APENAS em

  • A. II, III, IV e V.
  • B. I, III, IV e V.
  • C. I, II, IV e V.
  • D. II, IV e V.
  • E. I, II e III.

Enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: − Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? "Então você não é ninguém?" Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não senhora, é o padeiro".

 Assim ficara sabendo que não era ninguém... As ideias contidas no conto de Rubem Braga nos alerta, numa concepção crítica de educação, que

  • A. identidade e diferença, muitas vezes, definem os que “ficam dentro” e os que “ficam fora”: os aceitos na escola e os discriminados por ela.
  • B. a escola é uma instituição neutra, onde brancos e negros, pobres e ricos têm oportunidades iguais desde que todos tenham compromisso em aprender.
  • C. reconhecer a pluralidade existente na sala de aula é papel de todo professor que aceita a diferença.
  • D. gestores e professores devem ser capazes de lidar com a diferença, promovendo um clima de harmonia na escola e recuperação paralela quando necessário.
  • E. direitos devem ser conquistados e não oferecidos por um Estado paternalista; direitos e deveres devem ser cumpridos.

Muitos educadores, reconhecendo que a velocidade de aprendizado pode variar de criança para criança, isolam os “aprendizes lentos” de seus professores e companheiros através do uso de instrução programada e muitas vezes mecanizadas.

Vygotsky, valendo-se do conceito da zona de desenvolvimento proximal, vê o aprendizado como

  • A. dois processos distintos: um está relacionado ao interesse e esforço do aluno e o outro diz respeito àquele que é participativo e pesquisa a informação que lhe é transmitida.
  • B. um processo profundamente social, enfatizando o diálogo e as diversas funções da linguagem na instrução e no desenvolvimento cognitivo mediado.
  • C. processos diferenciados, pois existem alunos que apresentam capacidade cognitiva de apreensão do conhecimento e outros com déficit intelectual, por isso desatentos.
  • D. um processo de se obter conhecimento, desde que se aplique técnicas de motivação adequadas à fase de desenvolvimento dos alunos.
  • E. um processo de aprendizado que depende fundamentalmente do componente afetivo para que o aluno interaja com o conhecimento ensinado.

Para os teóricos sociointeracionistas, a interação social fornece a matéria-prima para o desenvolvimento psicológico do indivíduo.

Dessa maneira,

  • A. para que a aprendizagem ocorra é preciso que se considere a natureza dos estímulos presentes na situação, tipo de resposta que se espera obter e o estado físico e psicológico do organismo.
  • B. é através da relação interpessoal concreta com os outros homens que o indivíduo vai chegar a interiorizar as formas culturalmente estabelecidas de funcionamento psicológico.
  • C. as qualidades básicas de cada ser humano encontram-se basicamente prontas por ocasião de seu nascimento.
  • D. os instrumentos para medir a inteligência emocional possibilitam fornecer a capacidade mental e a capacidade de interação social de uma pessoa.
  • E. o desenvolvimento cognitivo e psicológico de um indivíduo ocorre através de constantes desequilíbrios e equilibrações sucessivas ou de adaptação.

A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado (...) Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados e depósitos, que os educandos recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção “bancária” de educação...

Para Paulo Freire, a concepção problematizadora da educação, ao contrário desta visão, considera que

  • A. é a competência técnica do educador e a dedicação e disciplina por parte do educando que garantem a qualidade do ensino.
  • B. a aprendizagem do educando é efetiva quando se dá por meio de um processo amoroso entre o educador e os educandos.
  • C. a ação educativa exige técnicas mnemônicas para que o educando possa demonstrar sua compreensão do conhecimento ensinado.
  • D. ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo.
  • E. nenhuma pessoa educa a si mesmo, é no ato de transferência do conhecimento que se cria a possibilidade de aprendizagem do educando.
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