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Observa-se, no campo das pesquisas sobre formação de professores, uma ênfase nos processos de construção do saber no cotidiano da escola, no papel do professor como agente do ato pedagógico, enquanto sujeito que constrói conhecimento a partir da interação com seus pares. A formação deixa de ser tratada como processo restrito aos espaços acadêmicos, mas passa a ser vista como um continuum que tem início muito antes da entrada na escola e se prolonga por toda vida do educador. A partir desta reflexão, é INCORRETO afirmar que:
a formação é um conceito amplo ligado à produção da vida do professor, da instituição escolar e da sociedade como um todo;
o cotidiano da escola é um dos locus privilegiados de formação docente, sendo importante garantir espaços coletivos de troca de experiências e saberes;
ainda que as políticas públicas não sejam favoráveis, cada professor, como intelectual reflexivo, deve construir, de forma independente, conhecimento sobre a prática;
esta análise procura recuperar a subjetividade nos processos formativos, contrapondo-se à racionalidade técnica como instrumento de construção dos saberes;
a produção dos saberes pedagógicos não deve ter um locus específico e privilegiado nas universidades e centros de pesquisa, deve buscar um processo múltiplo de produção incluindo a voz dos professores, enquanto sujeitos individuais e coletivos.
No Brasil, a Escola Normal de Niterói foi a primeira a iniciar suas atividades ainda na década de 30, do século XIX. Heloisa Villela, no texto "O mestre-escola e a professora", publicado no livro 500 anos de educação no Brasil, apresenta aspectos importantes sobre o início da formação institucionalizada de professores em nosso país. Considerando-se as escolas normais brasileiras, pode-se afirmar que:
apesar das múltiplas interdições que marcam a história da educação brasileira, o negro liberto teve acesso à primeira escola normal;
um dos critérios mais relevantes para se ingressar na escola normal era apresentar um atestado de boa conduta, emitido pelo juiz de paz;
as escolas normais, do século XIX, já apresentavam os mesmos currículos tanto para os meninos quanto para as meninas;
desde o seu surgimento, no século XIX, o corpo discente foi preponderantemente feminino nas escolas normais brasileiras;
a partir da década de 30, ainda que muito gradualmente, houve uma expansão crescente da escola normal no Brasil, ao longo do século XIX.
"Gonçalo Trancoso, poeta português muito lido pelos homens lusos entre 1560 e 1600, afirmava que a mulher não tinha necessidade de ler, escrever e, se possível, não deveria falar". Já "o indígena considerava a mulher uma companheira, não encontrando razão para as diferenças de oportunidades educacionais. Não viam, como os brancos os preveniam, o perigo que pudesse representar o fato de suas mulheres serem alfabetizadas. Condená-las ao analfabetismo e à ignorância lhes parecia uma idéia absurda".
Considerando as citações retiradas do texto "Mulheres educadas na colônia", de Arilda Ribeiro, publicado no livro 500 anos de educação no Brasil, é possível afirmar que:
as citações expressam a defesa da interdição feminina na educação tanto por parte do português quanto do indígena;
o indígena, temeroso das implicações da alfabetização feminina, defendia que suas mulheres permanecessem analfabetas;
as citações expressam visões antagônicas frente ao papel feminino na sociedade;
os portugueses defendiam a alfabetização das mulheres que moravam em Portugal, porém as que viviam no Brasil deviam permanecer analfabetas;
os indígenas assim como os portugueses consideravam um absurdo condenar as mulheres ao analfabetismo.
Uma professora que atua na Educação Infantil avaliou a produção de seu aluno como inconsistente e, por isso, optou por não promovê-lo para o ensino fundamental. A mesma professora, no entanto, aprovou os demais colegas da turma alegando maturidade cognitiva e psicológica. Com base na atual LDB 9394/96, é possível afirmar que a professora:
agiu corretamente, pois a LDB apresenta uma preocupação central com a qualidade de ensino;
agiu corretamente, pois o aluno teria dificuldades quando ingressasse no ensino fundamental, que é um direito público subjetivo;
equivocou-se, pois a avaliação deve ser feita a partir do ensino fundamental e não no âmbito da educação infantil;
equivocou-se, já que a avaliação na educação infantil não deve ter o caráter de promoção;
equivocou-se, já que a maturidade cognitiva não é um critério relevante na avaliação da educação infantil, como explicita a LDB.
João, um aluno da 3ª série do ensino fundamental, mostrou o resultado de uma prova de matemática aos seus pais. Estes ficaram preocupados, pois João só acertara 40% da prova e demonstrara muita insegurança. Seus pais, então, decidiram conversar com a coordenação pedagógica da escola que, levando em conta as determinações da Lei 9394/96, teve a seguinte atitude:
acalmou os pais, afirmando que João tem grande chance de reverter o quadro com os estudos de recuperação que, embora sejam facultativos na LDB, a escola oferece aos seus alunos;
buscou tranqüilizar os pais, afirmando que João possivelmente reverteria o quadro na recuperação, que deve ocorrer em dois momentos: no meio e no final do ano letivo, conforme determina a LDB;
informou aos pais que conversaria com a professora para que ela observasse mais atentamente João em suas aulas, já que a escola não disponibiliza estudos de recuperação para as séries iniciais do ensino fundamental;
ponderou com os pais que a escola não prioriza uma única prova e sim o processo; além disso, ela lembrou que João tem chances de obter novos resultados a partir da recuperação que ocorre ao longo do ano letivo;
ficou receosa com o resultado de João, já que a LDB recomenda que o aspecto quantitativo deve prevalecer na avaliação; assim, ela informou aos pais que acompanhassem o interesse de João nas aulas de recuperação.
Sobre os postulados teóricos de Piaget e Vygotsky, podem ser consideradas corretas as afirmações contidas em:
Piaget defende uma perspectiva construtivista do conhecimento, enquanto Vygotsky defende uma concepção inatista do desenvolvimento;
Piaget sustenta que a construção do conhecimento procede do social para o individual, ao passo que Vygotsky explicita a importância da mediação simbólica nos processos de aprendizagem;
Piaget é um teórico construtivista por defender a idéia de construção do conhecimento, enquanto Vygotsky revela-se como teórico interacionista por fundamentarse nas noções de equilíbrio e estrutura;
Piaget define o desenvolvimento como um processo de equilibrações regressivas, ao passo que Vygotsky postula a formação social da mente;
Piaget define o desenvolvimento como um processo de equilibração progressiva, enquanto Vygotsky atribui à linguagem um papel fundante no psiquismo humano.
Piaget define o desenvolvimento como um processo de equilibração progressiva. Contudo, esse processo contínuo é caracterizado por diversas fases ou períodos. Cada etapa caracteriza um momento específico do desenvolvimento, num processo contínuo em que as crianças constroem certas estruturas cognitivas. Para o autor, o desenvolvimento segue, seqüencialmente, as seguintes etapas:
sensório-motora, pré-operatória, operatório-concreta e operatório-formal;
sensório-motora, pré-operatória, operatório-formal e operatório-concreta;
pré-operatória, sensório-motora, operatório-concreta e operatório-formal;
pré-operatória, operatório-concreta, operatório-formal e sensório-motora;
pré-operatória, sensorial, operatório-sensorial e operatório-formal.
Leia o diálogo abaixo.
"Na sala dos professores, três colegas de trabalho estão corrigindo as provas de seus alunos. Cristina, ao completar a correção da prova de Marcelo, mostra-se feliz com o resultado e exclama:
- É o que eu sempre digo: o que é bom, já nasce feito!
Mara, ao ouvir a fala da colega, imediatamente responde:
- Sinto muito, mas não concordo! Se o que é bom já nasce feito, então qual é o papel da escola? Somos uma tábula rasa, uma folha em branco. O ambiente tem poder decisivo no desenvolvimento humano, já que o aluno é controlado pelos estímulos do professor. O ser humano é fruto do meio em que vive.
Após ouvir suas colegas, Ricardo comentou:
- Bem, acho que não concordo com vocês! Penso que o desenvolvimento humano se dá a partir da interação entre o organismo e o meio, pois ambos se influenciam mutuamente. Sendo assim, acredito na construção do conhecimento como um processo que envolve as interações dos alunos com o mundo físico e social."
De acordo com a situação apresentada, podemos afirmar que as concepções de desenvolvimento dos professores são, respectivamente:
inatista, interacionista e construtivista;
construtivista, comportamentalista e interacionista;
inatista, comportamentalista e interacionista;
inatista, construtivista e interacionista;
comportamentalista, interacionista e construtivista.
Para que o professor construa sua prática pedagógica em sala de aula, é de fundamental importância o recurso à resolução de problemas, pois desenvolve formas de raciocínio e procedimentos adequados nas primeiras séries. Outro recurso é a utilização de:
computador
abstração
fórmulas
cópias
recursos simbólicos.
No processo educacional moderno, o aluno é o agente da construção do seu conhecimento. Sendo assim, um dos papéis do professor que ensina Matemática no Ensino Fundamental é o de:
repressor
explorador;
mediador;
expositor;
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