Questões sobre Teorias do Ensino e da Aprendizagem

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva garante

• A. a educação integral a todos os estudantes surdos matriculados em escolas bilíngues.
• B. o acesso ao vestibular traduzido em LIBRAS para os candidatos surdos.
• C. a formação de professores e demais profissionais da escola para o atendimento educacional especializado e para a educação inclusiva.
• D. o transporte escolar gratuito para todos os estudantes surdos da educação básica.
• E. a educação especial, em toda a educação básica, em classes bilíngues, com matrícula exclusiva para estudantes surdos.

Acerca da relação entre surdez, desenvolvimento da linguagem e aprendizagem na escola, assinale a opção correta.

• A. Tradicionalmente, a identidade do surdo veio sendo construída com base na ideia de fracasso e de limitações educacionais.
• B. A surdez congênita ou precoce não implica limitações de acesso à linguagem falada.
• C. Os problemas tradicionais apontados como características da pessoa surda não são influenciados por condições educacionais.
• D. Os estudantes surdos não apresentam limitações cognitivas inerentes à surdez, somente limitações de natureza afetiva.
• E. A orientação dos pais de crianças surdas sobre aspectos linguísticos e culturais para a promoção da aprendizagem escolar do estudante surdo é sempre adequada no âmbito escolar.

A redefinição de fronteiras geopolíticas, os inacreditáveis avanços científicos, as crises econômicas, a crescente violência urbana, o acesso imediato à informação são algumas características da vida do final do século XX e início do século XXI no Brasil. A literatura, por sua vez, reflete esse quadro e multiplica tendências. Aponte a alternativa errada em relação às tendências contemporâneas da literatura.

• A. Muitos escritores brasileiros contemporâneos optaram pelo conto, talvez motivados pela agitação e rapidez características da realidade em que vivem. Parece haver nesses textos o desejo de levar ainda mais adiante a liberdade criadora conquistada pelos modernistas.
• B. Os temas desenvolvidos pela ficção brasileira contemporânea em prosa incorporam elementos do cotidiano urbano, como a violência.
• C. Lygia Fagundes Telles, Lya Luft e Nélida Piñon são algumas vozes femininas contemporâneas desenvolveram uma temática não intimista, sem contaminação das observações do espaço urbano.
• D. Transitando entre o conto e a notícia, a crônica é um gênero narrativo muito popular na literatura contemporânea. Entre os cronistas contemporâneos brasileiros, merecem destaque, pela legião de leitores que conquistaram: Carlos Heitor Cony, Luis Fernando Veríssimo e Martha Medeiros.
• E. Herdeiro de uma forte tradição no romance brasileiro, alguns escritores contemporâneos deram prosseguimento às narrativas regionais, como João Ubaldo Ribeiro, Márcio Souza, Mário Palmério, Bernardo Elis e João Cândido de Carvalho.

Ao se considerar a escrita como produção textual, cuja realização exige do produtor a ativação de conhecimentos e a mobilização e várias estratégias, há relação com a concepção interacional (dialógica) da língua. Com isso, tanto aquele que escreve como aquele para quem se escreve são vistos como atores (construtores sociais, sujeitos ativos que se constroem e são constituídos no texto (KOCH, 2009). A partir disso, todas as alternativas estão corretas, exceto.

• A. O processo de escrita é constituído pela ativação de conhecimentos sobre os componentes da situação comunicativa (interlocutores, tópico a ser desenvolvido e configuração textual adequada à interação em foco).
• B. No processo de escrita, há seleção, organização e desenvolvimento das ideias, de modo a garantir a continuidade do tema e sua progressão.
• C. No processo da escrita, há “balanceamento” entre informações explícitas e implícitas; entre informações “novas” e “dadas”, levando em conta o compartilhamento de informações com o leitor e o objetivo da escrita.
• D. O processo da escrita é compreendido só em relação à apropriação das regras da língua e ao pensamento e intenções do escritor.
• E. O sentido da escrita é produto da interação, não resultado apenas do uso do código, nem tão somente das intenções do escritor. Numa concepção de escrita assentada na interação, o sentido é um constructo.

Os gêneros textuais têm uma forma e uma função, bem como um estilo e um conteúdo, mas sua determinação se dá basicamente pela função social e não pela forma. São formas culturais e cognitivas de ação social (MARCUSCHI, 2008). Desse modo, marque a alternativa convergente a essa concepção de gênero textual.

• A. Os gêneros textuais não operam como formas de legitimação discursiva, visto que não se situam numa relação sócio histórica com fontes de produção que lhes dão sustentação além da justificativa individual.
• B. É possível comunicar-se verbalmente sem ser através de algum gênero porque toda manifestação verbal nem sempre se dá por meio de textos realizados em algum gênero.
• C. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que não apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas.
• D. Os gêneros são modelos estanques, com estruturas rígidas de modo a não serem entidades dinâmicas de acordo com as mudanças da sociedade que os usam.
• E. Quando há domínio de um gênero textual, não se domina uma forma linguística e sim, domina-se uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares.

O que torna o conceito clássico de língua cada vez mais difícil de sustentar, é que ele abriga não só a ideia de autossuficiência, mas também faz vistas grossas às heterogeneidades que marcam todas as comunidades de fala. Da mesma forma que a língua é conceituada em termos de tudo ou nada, os falantes dessas mesmas línguas também são classificados em termos categóricos, isto é, como nativos ou, se não, obrigatoriamente não-nativos em relação a qualquer língua específica, não permitindo, dessa forma, qualquer possibilidade de categorias mistas (RAJAGOPALAN, 2003). A partir disso, indique a alternativa correta em relação aos fatores que devem ser considerados na concepção de língua explicitada pelo teórico.

• A. Os estudos de concepção de língua devem levar em consideração que o multilinguismo está se tornando cada vez mais a norma e não a exceção em nosso mundo.
• B. A Linguística deve ignorar as mudanças geopolíticas em curso no mundo inteiro e que se relacionam às línguas em uso e suas características.
• C. Todas as línguas constituem-se em sistemas autossuficientes e, por isso, qualquer “dado empírico” recolhido de forma aleatória não pode um dia vir a mostrar as limitações daquela mesma definição, pois, para Saussure, todo mundo sabe o que é e o que não é pertencente a qualquer língua.
• D. Todas as línguas são funcionalmente equivalentes, todas elas são igualmente dotadas de recursos para atender todos os interesses dos seus usuários, não havendo a possibilidade de miscigenação linguística estar presente nessas línguas.
• E. Todas as línguas têm a função específica de facilitar a comunicação humana, o que nada tem a ver com a função de representação do mundo, das sociedades que as utilizam.

Na tradição iniciada por Saussure, considera-se a fala (parole) ou desempenho como não acessível, ao estudo sistêmico. Esse posicionamento teórico, por sua vez, é criticado pelos funcionalistas. Com isso, aponte a alternativa que não se aplica ao posicionamento teórico funcionalista.

• A. Os funcionalistas, de modo geral, afirmam ser o uso de linguagem moldado socialmente, sendo sistemático e acessível ao estudo científico.
• B. Para os funcionalistas, qualquer estudo sistemático da língua deve ser um estudo do próprio sistema, da língua (langue), e não de seu uso (fala).
• C. Os funcionalistas explicam muitos fatos linguísticos através de fatores não-linguísticos, entendidos como as exigências do processo de comunicação, que, por sua vez, produzem os parâmetros funcionais para a análise.
• D. Os funcionalistas realizam um trabalho indutivo, do particular para o geral, sendo que a recorrência de formas regulares é que permite fazer generalizações e não critérios de natureza formal.
• E. Para os funcionalistas, uma análise linguística deve levar em conta a interação social, isto é, a consideração metodológica de que o componente discursivo desempenha um papel preponderante na gramática de uma língua.

A respeito de questões relativas à sexualidade da pessoa com deficiência, assinale a opção correta.

• A. Os meios sociofamiliar, escolar e social pouco influenciam no desenvolvimento da sexualidade da pessoa com deficiência.
• B. Dificilmente uma pessoa com deficiência terá uma vida sexual regular, devido a todas as impossibilidades físicas, psíquicas e preconceitos implicados nessa temática.
• C. A sexualidade implica desenvolvimento integral do ser humano e está ligada ao amor, à ternura, ao sexo e à atração; portanto, pessoas com deficiência podem e devem ter formas de expressão de sua sexualidade, incluindo uma vida sexual ativa.
• D. O fato de o papel primordial do sexo ser a conservação da espécie faz que a pessoa com deficiência se satisfaça apenas com a função social da sexualidade e a entenda como expressão cultural e artística.
• E. Pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência sentem e vivem suas sexualidades de formas diferentes; portanto, não há necessidade de a escola abordar essa temática com as pessoas com deficiência.

Toda revolução científica, toda orientação teórica inovadora parte de um pequeno conjunto de metáforas que produzem um modo novo de enfocar os fatos a serem explicados. Para tanto, Ferdinand Saussure (1960), fez uma série de distinções teóricas como a língua e fala, forma e substância, significante e significado, signo, sincronia e diacronia. Com isso, marque a alternativa, cujo conteúdo esteja em desacordo com os pressupostos teóricos atribuídos a Saussure (ILARI, 2011).

• A. Para Saussure, o uso individual da linguagem (fala) não poderia ser objeto de um estudo realmente científico da Linguística.
• B. Saussure estabeleceu que o objeto específico da Linguística é o sistema (‘a regra do jogo’) e não as mensagens a que ele serve de suporte.
• C. Saussure concebeu a junção entre a dimensão individual e a dimensão social da linguagem (fala e língua) em termos de estudos linguísticos. Ou seja, é preciso tratar conjuntamente o comportamento linguístico das pessoas e as regras a que obedece esse comportamento.
• D. Segundo Saussure, o signo linguístico é constituído por significado e significante de modo que esses dois componentes não devem sua existência a fator algum externo à língua, ou seja, não são motivados.
• E. A teoria de Saussure ressalta a natureza positiva do signo. O que fundamenta a especificidade de cada signo linguístico é a maneira como a língua coloca esse signo em contraste com todos os demais.

O educador Paulo Freire argumentava que é impossível pensar a democratização da escola sem superar os preconceitos contra as camadas populares, os negros, as mulheres, as pessoas com deficiência e as minorias. Nesse contexto, a escola deve assumir na sociedade contemporânea uma função social diferenciada e ser um local privilegiado para

• A. viabilizar as políticas nacionais de educação.
• B. ensinar habilidades para o mundo do trabalho.
• C. desenvolver valores e atitudes articulados com determinados interesses de classe.
• D. fortalecer um modelo no qual se esperam alunos homogêneos, tratando como iguais os diferentes.
• E. desenvolver em crianças, jovens e adultos a capacidade de aprender através do direito de serem iguais sem serem inferiorizados pelas diferenças.