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Considerando-se a articulação entre loucura, ética e política, é CORRETO afirmar que
a luta antimanicomial buscou, desde o início, uma mudança social efetiva e, para tan-to, partiu do pressuposto de que era necessário constituir um coletivo político capaz de falar em nome próprio, apoiado em uma legitimidade construída junto à mídia, e, ainda como movimento social, implicou a necessidade de se colocar o louco em con-dições de igualdade com todos os outros seres humanos, objetivando sua inclusão no corpo social, para além das instituições, e propondo novas técnicas que assegurem in-dulgência aos excluídos.
a luta antimanicomial é um exemplo dos novos movimentos sociais, que se afirmam como plurais e se regem pela ética da luta contra todas as formas de opressão, cuja estrutura organizacional é colegiada, de forma que as lideranças estejam diluídas nos coletivos, evitando-se, assim, a hierarquia rígida e a burocratização das relações; a autonomia local e a articulação em rede lhe são essenciais, assim como a realização periódica de encontros; o movimento possui uma secretaria nacional, que se altera re-gularmente e é responsável pela convocação de reuniões plenárias, pela atualização política dos membros do movimento e, ainda, pelo cuidado com as questões financei-ras.
a ruptura radical com o modelo hospitalocêntrico exige mais que o fim do manicô-mio faz-se necessário abandonar a tradição reificante da loucura, que estabeleceu conceitos como incapacidade, periculosidade, invalidez e inimputabilidade, entre ou-tros; a emancipação e a autonomia do portador de sofrimento mental deve articular, concomitantemente, uma reconstrução simbólica e a construção de direitos numa mesma tessitura, processo que se verifica por intermédio da instituição de serviços substitutivos, que, por definição, inviabilizam o funcionamento da lógica manicomial.
os serviços substitutivos têm como atividade principal não a normatização ou a disci-plina da loucura, mas sua interlocução com o campo social, com a cidade, devendo possibilitar ao louco vivenciar seus delírios ou alucinações e intervindo quando essa experiência se tornar socialmente excessiva; essa prática baseia-se na idéia de que é preciso evitar que o louco viva um processo de exclusão, por sua condição singular; aos serviços substitutivos cabe, pois, primordialmente, a tarefa de tornar a convivên-cia entre a loucura e a sociedade uma experiência harmoniosa, a fim de construir, no imaginário e no corpo social, um espaço adequado ao portador de sofrimento mental.
Considerando os ensinamentos de Ana Marta Lobosque, em Princípios para uma clínica antimanicomial e outros escritos (1997), analise estas definições:
I. Princípio da singularidade - Estabelece que a clínica antimanicomial é aquela em que o sujeito é convidado a sustentar sua singularidade sem precisar excluir-se do social.
II. Princípio do limite - Busca denunciar como excludentes todas as espécies de limite que a cultura humana impõe ao que a loucura possa ter de excessivo ou desordenado, demandando sua constante revisão.
III. Princípio da articulação - Determina a busca por parcerias com outros segmentos sociais que, também, sustentam uma posição de combate aos diversos dispositivos de exclusão.
A partir dessa análise, pode-se concluir que
apenas as definições I e II estão corretas.
apenas as definições I e III estão corretas.
apenas as definições II e III estão corretas.
as três definições estão corretas.
Figueiredo (1997) estuda a tarefa clínica do profissional nas instituições, considerando-a a partir de diversos modelos teóricos. Leia as afirmativas abaixo, dessa autora:
"A tarefa do profissional é oferecer ao sujeito uma possibilidade de ressignificar e elaborar sua "miséria", até onde for possível tomar uma outra posição em relação a ela."
"A tarefa do profissional funciona sob uma ética da tutela pautada no modelo da ética instrumental, que considera o sujeito privado de razão e vontade e, portanto, devendo seguir as prescrições do profissional".
Essas afirmativas se referem, respectivamente, aos modelos:
psicológico e médico.
psicológico e psicossocial.
psicanalítico e médico.
psicossocial e psicológico.
Figueiredo (1997) afirma:
"A doença, vista como um acometimento biológico, e o conflito, como fruto de uma interioridade conturbada, devem levar a uma assistência que vise à reconstrução das relações sociais, de trabalho e de convívio".
"O sujeito é entendido como dotado de inconsciente e poder de decisão imanentes e autônomos em relação à ordem social e à cultura que o circunscrevem e o constituem como sujeito de linguagem".
São modelos epistemológicos subjacentes a cada uma das afirmativas, respectivamente:
Modelo psicológico e modelo psicanalítico.
Modelo psicossocial e modelo psicológico.
Modelo psicossocial e modelo psicanalítico.
Modelo psicanalítico e modelo psicossocial.
As afirmativas abaixo são críticas comumente feitas aos manuais de psiquiatria (DSM e CID), considerados como manuais de diagnóstico, EXCETO:
São uma inversão do procedimento psiquiátrico, no âmbito da ética médica, em que os medicamentos determinam os diagnósticos e servem ao discurso capitalista.
São uma opção pela descrição e comunicação dos transtornos entre colegas de trabalho.
Os manuais de diagnóstico são a-teóricos e qualquer hipótese etiopatogênica é excluída, assim como o conceito de doença.
Os manuais de diagnóstico descrevem fenômenos relatados pela psiquiatria clássica sem a contextualização sócio-histórica dos pacientes.
Figueiredo (1997) considera que o atendimento clínico em instituições de saúde tem um eixo central que é a recepção ao cliente. No entendimento dessa autora, a recepção:
realiza a triagem dos casos, decidindo quais especialistas irão atendê-los.
realiza a coleta de dados anamnésicos do cliente através de entrevistas iniciais.
decide sobre o destino de cada caso, no sentido de destinação (encaminhamento) e desígnio (futuro).
realiza uma função burocrática na instituição, no sentido de coletar os dados da identificação e da queixa do cliente.
A doença para Szpirko (In: Alberti e Elia, 2000) é "uma carteira de identidade" adquirida através do nome aceito da doença crônica. Essa "carteira de identidade" refere-se a:
sintomas adquiridos pelo sujeito no decorrer de suas experiências de vida e, especificamente, na sua vida familiar.
conflitos advindos dos traumas vivenciados pelo sujeito nas interrelações com as pessoas importantes de sua vida.
identificações imbuídas de carga afetiva/erótica marcada pela história familiar do sujeito.
transtornos psicológicos apresentados pelo sujeito e categorizados pelos manuais de psiquiatria e diagnóstico.
Refletindo sobre "ser doente, ter uma doença", Szpirko (In: Alberti e Elia, 2000) afirma que o que se transmite de uma geração à outra:
são as doenças psicossomáticas.
é a linguagem e o código genético.
é a predisposição para adquirir doenças psíquicas.
são as doenças psíquicas e as doenças somáticas.
Em relação à criança, considerando-se uma visão Psicossomática, pode-se afirmar:
Observa-se que alguns distúrbios funcionais ou psicossomáticos só aparecem em certos momentos do desenvolvimento. Isso quer dizer que o distúrbio psicossomático
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