Questões de Sociologia do ano 2012

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Claude Dubar, ao dialogar com Kardiner, entende que uma das concepções de instituição aplicada ao processo de ensino aprendizagem do recém-nascido e da criança é aquela que tem

  • A.

    disciplinas, que fornecem um conjunto de atitudes e posturas diante da relação criança – adulto.

  • B.

    posturas básicas, que fornecem um conjunto de variáveis para a criança crescer satisfatoriamente no mundo instituído pelos adultos.

  • C.

    disciplinas básicas, que fornecem o modelo de gestão do corpo da criança, ou seja, respostas extremamente variáveis conforme a cultura.

  • D.

    disciplinas pueris, que fornecem o modelo de gestão da saúde física e mental da criança, para que ela possa crescer satisfatoriamente no mundo instituído pelos adultos.

  • E.

    disciplinas básicas, que fornecem o modelo de gestão do corpo da criança e do adulto a partir das necessidades e desejos informados pela realidade cotidiana.

Claude Dubar, ao dialogar teoricamente com Durkheim, compreende também que Piaget endossa a definição durkheimiana da educação como a socialização

  • A.

    metódica da jovem geração, com a condição de que essa socialização não é própria da geração precedente, mas dos próprios indivíduos.

  • B.

    primária das gerações futuras, com a condição de que essa socialização não esqueça as tradições mais antigas, pois é somente o passado que educa o futuro.

  • C.

    escolar e religiosa das gerações futuras, com a condição de que essa socialização não esqueça as tradições mais antigas.

  • D.

    primária, escolar e laboral da jovem geração, com a condição de que essa socialização atinja os indivíduos desde a infância até a fase adulta.

  • E.

    escolar, laboral e religiosa das gerações futuras, a partir de relações intergeracionais e demarcadas cognitivamente pelas tradições mais antigas.

Roque de Barros Laraia, utilizando-se da base antropológica de Claude Lévi-Strauss, conceitualiza cultura como

  • A.

    um sistema cultural que busca uma tessitura de significados para as suas ações sociais, de modo a interpretar os complexos culturais como texto.

  • B.

    um sistema simbólico, que é uma criação acumulativa da mente humana. O seu trabalho tem sido o de descobrir na estruturação dos domínios culturais – mito, arte, parentesco e linguagem – os princípios da mente que geram essas elaborações culturais.

  • C.

    um sistema que se opera na lógica da criação de complexos culturais que estão vinculados com o cotidiano material dos grupos.

  • D.

    um sistema que é criado e se cria a partir das articulações dos diversos grupos sociais.

  • E.

    um sistema que gera artefatos simbólicos nas relações práticas do dia a dia.

Segundo Roque de Barros Laraia, Leslie White considerava que a passagem do estado animal para humano ocorreu

  • A.

    com a participação efetiva dos humanos na vida sedentária.

  • B.

    quando os homens começaram a comer carne.

  • C.

    quando os homens começaram a andar ereto.

  • D.

    quando o cérebro do homem foi capaz de gerar símbolos.

  • E.

    quando os homens deixaram as árvores.

Roberto Da Matta afirma que a nossa teorização sobre o racismo brasileiro deu-se com base no estudo do mestiço e do mulato. Foi com tal preocupação que o nosso racismo foi pensado de maneira pioneira por intelectuais do porte de

  • A.

    Florestan Fernandes e Octávio Ianni, pensadores fundamentais para se entender a Escola de Sociologia Paulista.

  • B.

    Oliveira Vianna e Oracy Nogueira, ideólogos importantes para se entender o processo de branqueamento da sociedade brasileira.

  • C.

    Clóvis Moura e Alberto Guerreiro Ramos, pensadores fundamentais para o entendimento da patologia social do brasileiro.

  • D.

    Manuel Bonfim e Arthur Ramos, ideólogos importantes para o entendimento de que, via educação de base, melhora-se o nosso estoque racial.

  • E.

    Sílvio Romero e Nina Rodrigues, doutrinadores fundamentais e paradigmáticos do nosso mundo intelectual.

Roberto Da Matta considera importante pensar que a fábula das três raças e o racismo à brasileira é parte de um mesmo conjunto

  • A.

    doutrinário, que permitiu se ajustar a interesses nacionais e internacionais, bem como estabelecer critérios racionais para definir o projeto nacional formulado a partir da ordem e do progresso social que não se funda nas diferenças raciais.

  • B.

    hegemônico, que permitiu conciliar uma série de questões colocadas em função de ideias fundadoras, sobretudo as vinculadas aos interesses das diferentes classes sociais presentes no país antes e depois da Abolição da Escravatura.

  • C.

    hegemônico, que permitiu conciliar uma série de questões colocadas em função de ideias fundadoras, sobretudo as vinculadas aos interesses das diferentes classes sociais presentes no país antes da Abolição da Escravatura.

  • D.

    ideológico, que permitiu conciliar uma série de impulsos contraditórios de nossa sociedade, sem que se criasse um plano para sua transformação profunda, sobretudo porque a elite brasileira pós-independência necessitava justificar, racionalizar e legitimar as diferenças internas no país, bem como as hierarquias sociais.

  • E.

    ideológico, que permitiu conciliar uma série de impulsos presentes em nossa sociedade, sem que houvesse transformações objetivas e profundas, sobretudo porque a elite portuguesa desde a chegada da família real necessitava justificar, racionalizar e legitimar as diferenças internas no país, bem como as hierarquias sociais entre reinóis e nacionais.

Roberto Da Matta considera que sem uma tradição

  • A.

    um grupo social pode viver desordenadamente, mas sem noção da cultura que produzem, mesmo que formem o seu estilo de vida e se situem diante de uma lógica de inclusões e exclusões.

  • B.

    um grupo social pode viver ordenadamente, porém nem sempre tem consciência de si e do outro e do seu estilo de vida, e o fato de não ter consciência não lhe permite se socializar diante de uma lógica de inclusões necessárias e exclusões fundamentais.

  • C.

    uma coletividade pode viver ordenadamente, mas não tem consciência do seu estilo de vida. E ter consciência é poder ser socializado, isto é, é se situar diante de uma lógica de inclusões necessárias e exclusões fundamentais.

  • D.

    uma coletividade vive desordenadamente, mas tem consciência do seu estilo de vida. Ela tem ciência de que necessita ser sociável, mas somente a partir das inclusões necessárias que realiza.

  • E.

    uma coletividade vive ordenadamente, mas não tem consciência do seu estilo de vida. E ter consciência é poder ser socializado, ou seja, é se situar diante de uma lógica de inclusões necessárias.

Segundo Cuche, Bourdieu trata a cultura no sentido antropológico, mas recorre para tal a outro conceito que é o de

  • A.

    ethos, ou seja, sistemas de disposições duráveis e instransponíveis, infraestruturas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é, a funcionar como princípios geradores e organizadores de práticas e de representações.

  • B.

    habitus, ou seja, sistemas de disposições duráveis e transponíveis, estruturas estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é, a funcionar como princípios geradores e organizadores de práticas e de representações.

  • C.

    trocas simbólicas, ou seja, sistemas de disposições duráveis e transponíveis, estruturas estruturadas dispostas a operar como mercadorias materiais e simbólicas no universo semântico do signo.

  • D.

    habitus, ou seja, sistemas de disposições permeáveis e efêmeros, estruturas estruturadas dispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é, a funcionar como princípios operadores de lógicas de mercado e de trocas simbólicas.

  • E.

    ethos, ou seja, sistemas de disposições efêmeros, porque são intercambiáveis, estruturas estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é, a funcionar como princípios geradores e organizadores de práticas e de representações de significados materiais e simbólicos.

Cuche, em “Memorando para o Estudo da Aculturação”, afirma que, em 1936, conceituou-se aculturação como

  • A.

    o conjunto de fenômenos que resultam de um contato contínuo e direto entre grupos de indivíduos de culturas diferentes e que provocam mudanças nos modelos culturais iniciais de um ou dos dois grupos.

  • B.

    abordagem exercida pelos antropólogos e sociólogos sobre a cultura dos povos sem escrita.

  • C.

    a abordagem exercida pelos sociólogos sobre os fenômenos culturais presentes nas sociedades modernas.

  • D.

    uma abordagem sobre os fenômenos culturais que resultam das relações entre culturas particulares.

  • E.

    o conjunto de fenômenos que são frutos das relações socioculturais presentes entre grupos, indivíduos e instituições e que tem a capacidade de gerar novos modelos culturais.

Cuche, informa-nos que devemos a Franz Boas a concepção antropológica do “relativismo cultural”. Para Cuche, o relativismo cultural de Boas é

  • A.

    uma abordagem funcionalista e semiótica da cultura.

  • B.

    uma metodologia da história cultural dos povos sem história.

  • C.

    uma ciência positiva em busca de significados culturais.

  • D.

    um princípio metodológico e uma concepção relativista da cultura.

  • E.

    uma teoria sociológica da cultura fundada a partir de princípios evolucionistas.

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