Questões de Pedagogia da Fundação CESGRANRIO (CESGRANRIO)

Emília Ferreiro e Ana Teberosky, citadas por Curto, Morillo e Teixidó (2000), dedicaram-se à pesquisa do pensamento infantil sobre a leitura e a escrita. As autoras perceberam o que pensam as crianças acerca do mundo que as rodeia. Concluíram que uma das primeiras diferenciações que as crianças estabelecem entre a escrita e outras representações diz respeito à diferença entre:

• A. os elementos internos da palavra (das grafias entre si).
• B. os desenhos e outros signos (letras, números).
• C. as quantidades de grafias das diversas palavras
• D. as letras (grafias diversas) e os números
• E. a pauta sonora (sons da fala) e a pauta escrita (letras).

O projeto pedagógico favorece o desenvolvimento de um trabalho escolar de qualidade quando é:

• A.

  produzido pela equipe de gestão escolar, executado pelos docentes e voltado para os alunos.

• B.

  calcado nos pressupostos da LDB, referendado pelas autoridades governamentais e produzido pelos discentes.

• C.

  construído pela Secretaria de Educação, produtor de autonomia escolar e incentivador de uma prática social transformadora.

• D.

  executado pelos docentes, voltado para a comunidade local e pautado numa concepção neoliberal.

• E.

  elaborado coletivamente, democratizador do ensino e um instrumento em permanente construção.

Registrar no papel o que vamos vivendo, documentando assim a prática diária, é a meu ver, um dado muito importante do nosso trabalho. (...) No dia seguinte, completamos as outras atividades do dia. Assim temos as etapas de trabalho de um dia documentadas na sua seqüência ordenada. À medida que terminamos cada atividade, voltamos ao planejado e riscamos com um traço o que já foi feito, vivido.

                                                    FREIRE, Madalena. A paixão de conhecer o mundo.

                                                                                São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1995.

Esse trecho do relatório de Madalena Freire descreve uma atividade relacionada à organização do tempo no cotidiano da Educação Infantil. É importante realizar atividades desse tipo porque:

• A.

  o planejamento do educador necessita de organização e seqüência lógica, e é por meio de uma linearidade de acontecimentos que a criança vai aprender a não desperdiçar o seu tempo.

• B.

  os conteúdos da Educação Infantil, inclusive os relacionados à tempo, devem ser cumpridos integralmente, a partir da Lei nº- 9.394/96, que colocou este segmento como a primeira etapa da Educação Básica

• C.

  os exames para o ingresso no Ensino Fundamental, a partir da Lei nº- 9.394/96, cobram que as crianças que completam a Educação Infantil operem a sucessão, a ordem temporal e a duração de tempo.

• D.

  a noção de tempo necessita ser construída com a criança, para que ela entenda o tempo como uma linearidade de acontecimentos, através da qual os eventos ocorrem numa seqüência ordenada.

• E. a relação entre os conteúdos educacionais e a organização ambiental e temporal deve ser preservada para que os espaços da Educação Infantil exerçam sua função preparatória.

A qualidade da ação docente se torna explícita em cada dimensão da docência. Segundo Rios (1992), estas dimensões são:

• A.

  técnica, estética, política e ética.

• B.

  poética, prática, teórica e pedagógica.

• C.

  social, afetiva, cognitiva e motora.

• D.

  racional, subjetiva, criativa e relacional.

• E.

  biológica, psíquica, metacognitiva e transcendente.

A charge acima revela, de uma maneira divertida, a atitude equivocada da educadora em relação à observação. Segundo Madalena Freire (1995), observar não é invadir o espaço do outro, sem pauta, sem planejamento, sem devolução. Observar uma situação pedagógica é fitá-la, olhá-la para ser iluminado por ela; não é vigiá-la, mas fazer vigília por ela. A educadora, então, deverá utilizar a observação como instrumento fundamental no cotidiano da Educação Infantil para

• A.

  coletar dados sobre as crianças, as outras educadoras e os demais funcionários da instituição a partir de situações e relacionamentos que ocorrem no dia a dia, que irão auxiliar na organização do ambiente educacional

• B.

  coletar informações sobre as crianças a fim de fornecer subsídios para a elaboração de conceitos sobre cada uma no que diz respeito ao seu desempenho cognitivo e motor em situações, propostas e relacionamentos

• C.

  relacionar a programação educacional com a realidade do grupo de crianças e verificar os pontos críticos e erros, fornecendo assim elementos concretos para a reorganização de situações, propostas e relacionamentos

• D.

  relacionar as expectativas dos pais e da comunidade à programação educacional, verificando os pontos críticos e fornecendo, assim, elementos concretos para efetuar as mudanças necessárias na proposta pedagógica.

• E.

  avaliar as situações, propostas e relacionamentos que ocorrem no cotidiano da escola a fim de reorganizar a programação e direcioná-la à preparação para o Ensino Fundamental, como orienta a Lei de Diretrizes e Bases

Resultados como estes supõem, da parte do professor, a disponibilidade para o desenvolvimento de competências, dentre as quais se destaca a de ser participante da administração escolar. Segundo Perrenoud (2000), uma atuação profissional com ênfase nesta competência significa:

• A.

  estabelecer normas administrativas e manter contato com os órgãos centrais do sistema de ensino.

• B.

  elaborar planos de curso e ministrar aulas dos vários componentes curriculares.

• C.

  compor a administração dos recursos da escola e a coordenação da instituição, com todos os seus parceiros.

• D.

  preparar o regimento interno da instituição e estabelecer as bases curriculares.

• E.

  firmar parcerias com a família e a comunidade e fiscalizar as escolas do entorno.

Segundo Jobim e Souza in Kramer e Leite (1996), as teorias do desenvolvimento sempre estiveram mais preocupadas em equacionar as questões do desenvolvimento com as experiências racionais ou lógicas da criança do que propriamente com suas experiências estéticas.

Na prática cotidiana da Educação Infantil encontram-se esses dois tipos de experiências e a ênfase em uma ou outra vai marcar a diferença entre a valorização ou não da cultura da infância nas ações pedagógicas. Assinale a opção que apresenta corretamente a diferença entre a experiência estética e a racional.

• A.

  Experiência estética -Valoriza a reprodução de obras de pintores importantes no universo da escola.     

  Experiência racional  -Repete-se na apresentação de artistas mais conservadores.

• B.

  Experiência estética -Cria e subverte, pois permite o uso de diferentes materiais nas produções dos professores.

  Experiência racional -Segue as orientações tradicionais.

• C.

  Experiência estética -Cria e subverte, pois permite o questionamento da realidade existente.

  Experiência racional -Repete-se na insistência em impor sempre a mesma estrutura.

• D.

  Experiência estética -Permite a prática de trabalhos de grupo na medida em que estimula a interação.

  Experiência racional -Dá ênfase a práticas mais individualizadas.

• E.

  Experiência estética -Constrói uma mesma cultura voltada para as diferentes crianças.

  Experiência racional -Sinaliza para a importância da presença da diversidade na escola.

Wallon identifica dois momentos fundamentais na formação da identidade infantil: o do desenvolvimento do "Eu" corporal e o do desenvolvimento do "Eu" psíquico. Sobre o "Eu" psíquico, é correto afirmar que ele se forma:

• A.

  através do conflito "Eu" - "outro" vivido pela criança.

• B.

  na interação da criança com os objetos de seu meio.

• C.

  a partir da imagem corporal que a criança tem de si.

• D. independente do "Eu" corporal da criança.
• E. durante o estágio categorial de desenvolvimento.

Na perspectiva Piagetiana, no final do período sensório-motor e início do pré-operatório, é importante que os brinquedos auxiliem e estimulem o jogo simbólico, pois é através dele que a criança:

• A.

  transforma os esquemas de ação em atos significativos e dá início à função representativa que permite evocar e antecipar a realidade.

• B.

  constrói estruturas cognitivas que alcançam um nível elevado de desenvolvimento, utilizando o raciocínio lógico para a solução de problemas.

• C.

  pensa as relações possíveis entre os objetos e as pessoas, buscando soluções que representem sua maneira de sentir e compreender o mundo.

• D.

  estabelece um contato direto e imediato com o meio, utilizando sua inteligência prática para manipular e interferir nas brincadeiras.

• E.

  modifica os atos significativos por meio dos esquemas de ação que constrói através da função representativa, utilizando-se da reversibilidade.

Uma menina de aproximadamente 9 meses está sentada no chão, com uma série de objetos em volta. De repente, encontra uma bola colorida. Depois de pegá-la, estende seu braço em direção ao menino que está sentado à sua frente. O menino estende também as mãos na direção da menina, mas, ao invés de pegar a bola, avança mais um pouco a mão e puxa seu cabelo.

• A.

  interagem, mas sem coordenar seus gestos, expressando atitudes superpostas.

• B.

  interagem somente com os objetos, não havendo a percepção da outra criança.

• C.

  interagem, mas, neste caso, o menino demonstrou que é extremamente agressivo.

• D.

  não interagem, pois são muito pequenas e a interação só começa a partir dos 2 anos.

• E.

  não interagem, pois, segundo Wallon, ainda estão no processo de indiferenciação.