Questões de Pedagogia da Fundação CESGRANRIO (CESGRANRIO)

...Tivemos a mesma idéia ao mesmo tempo (!) de fazer um céu na nossa sala! Com um sol! Madalena trouxe um pano bem fininho e nós começamos a combinar como ia ser o céu... Todo mundo trabalhou muito até acabarmos todo o céu, mas valeu a pena, porque ele ficou bonito. Bonito não, ficou lindo, lindíssimo!!!...

O relato acima, feito por Marcelo, de 5 anos, à sua mãe, evidencia uma prática na organização do espaço que considera que:

• A.

  esta organização deve ser uma atividade rotineira, envolvendo as crianças, as famílias e todos os funcionários da escola

• B.

  esta organização deve ser planejada pela educadora, de acordo com as efemérides

• C.

  o papel do adulto está no planejar as atividades dirigidas e trazer os materiais para que as crianças possam exercitar a criatividade

• D.

  o papel do adulto não está em colocar-se no centro da atividade, mas em valorizar a experiência vivida pelas crianças.

• E.

  os pais devem participar da organização do espaço da sala de aula, já que conhecem os interesses dos filhos.

A atividade lúdica é reconhecidamente a atividade de maior valor para o desenvolvimento infantil. Há décadas, os trabalhos e pesquisas nessa área vêm se intensificando e, de uma maneira geral, buscando mostrar a importância da brincadeira e dos jogos na formação da subjetividade da criança. Hoje, porém, alguns autores observam que as brincadeiras de rua e os jogos de tabuleiro vêm sendo substituídos pela televisão e pelo computador. Por este motivo, sobre as crianças do século XXI, é correto afirmar que são mais:

• A.

  agressivas que as crianças do passado, por se desenvolverem sob influências morais mais negativas, incentivadas pela televisão

• B.

  ativas que as crianças do passado, por causa do excesso de estimulação proveniente dos programas televisivos e dos jogos de computador

• C.

  inteligentes que as crianças do passado, por terem maior acesso aos meios de comunicação, o que as incentiva cognitivamente ao estudo.

• D.

  passivas e menos contestadoras, pois a televisão e o computador já apresentam as informações prontas e, por isso, não precisam pensar

• E.

  expostas aos meios de comunicação, mas só podem ser entendidas no interior dos acontecimentos sociohistórico- culturais da época de hoje.

Segundo Zabalza (1998), a fundamentação de um novo conceito de criança pequena como sujeito da educação constitui a base dos desafios que a escola infantil precisa enfrentar. O autor compreende que a criança:

• A.

  é aberta aos novos conhecimentos, pois, sendo muito nova ao chegar à escola, não traz muitas experiências prévias, sendo a instituição responsável por fornecer os conhecimentos necessários para seu desenvolvimento

• B.

  é competente e, ao entrar na escola, já traz consigo vivências, destrezas que a escola aproveitará como alicerces do seu desenvolvimento, sendo necessário, portanto, pensá-la como sujeito potente

• C.

  é um ser puro e ingênuo que precisa ser preservado da violência urbana e das informações nocivas ao seu desenvolvimento, sendo papel da escola preservá-la das influências negativas.

• D.

  chega à instituição de Educação Infantil com muitas defasagens, tendo em vista suas experiências familiares, cabendo à escola suprir as carências infantis e prepará-la para o Ensino Fundamental.

• E. chega à escola com muitas experiências e conhecimentos e o papel da instituição é deixá-la livre para continuar seu desenvolvimento espontâneo, garantindo momentos agradáveis, acolhedores e significativos

Os componentes do espaço onde vivemos e da paisagem tanto são decorrentes da ação da natureza como da ação dos homens. A percepção dos elementos que compõem a paisagem do lugar onde vivem é uma aprendizagem fundamental para as crianças, no pré-escolar. Assim sendo, em uma escola de periferia, que atende a crianças oriundas de famílias que vivem em condições socioeconômicas bastantes precárias, é importante:

• A. levá-las a conhecer profundamente a sua realidade, pois dificilmente terão oportunidade de conhecer algo diferente.
• B. entrar em contato com as famílias para compreender como vivem e como percebem o meio ambiente
• C. dar condições para que aprendam a ler e contar, pois isso é o que importa para sua sobrevivência na infância e no futuro
• D. partir dos conhecimentos das crianças para compreendêlos e ampliá-los em relação à realidade material e social.
• E. ensinar a cultura da escola para as crianças, garantindo uma compensação das carências naturais existentes nessas classes

Muitas são as concepções do processo educacional presentes na Educação Infantil. Há desde práticas assistencialistas até as que buscam antecipar para o pré%u2013escolar conteúdos e metodologias do Ensino Fundamental. Dentre tantas possibilidades encontram-se a concepção que percebe o pré-escolar como momento específico para estimulação do desenvolvimento cognitivo, o que leva a um conjunto de práticas que:

• A. consideram a criança como um adulto em miniatura
• B. consideram a criança totalmente dependente do adulto e de sua condução
• C. privilegiam cuidados físicos, com ênfase na higiene, além de rotinas rígidas.
• D. desvalorizam o papel do afeto no processo de desenvolvimento da criança.
• E. valorizam os processos de socialização e educação para a cidadania.

Segundo Candau (2001), para enfrentar a violência é necessário promover, em todos os âmbitos da vida, uma cultura dos direitos humanos. De acordo com o pensamento da autora, no ambiente escolar essa cultura é promovida por meio de:

• A.

  medidas de caráter repressivo e punitivo baseadas na vigilância.

• B.

  pedagogias que tornem o cotidiano educacional um mundo auto-referido.

• C.

  metodologia que enfatiza a sensibilização e o saber socialmente construído.

• D.

  ações investigativas tendo a segurança como foco, visando a preservar os alunos.

• E.

  projetos que objetivem equipar e proteger as escolas das ações depredadoras.

Uma sala de aula inspirada por essa afirmação de Oswald seria lugar de:

• A. atividades sistemáticas de leitura de textos apropriados à criança
• B. encontro e interlocução, onde diferentes leituras são interpretadas
• C. valorização exclusiva da oralidade em detrimento da leitura.
• D. promoção de atividades lúdicas que mobilizem a imaginação.
• E. ênfase no treinamento motor, o que é fundamental para a escrita

Raul e Júlio têm 5 anos e estão brincando de polícia e ladrão no pátio de uma instituição de Educação Infantil.

— Polícia e ladrão: mãos para o alto! Você é polícia? (Raul)

— Não. Eu sou ladrão! (Júlio)

— Por quê? (professora)

— Eu acho mais divertido. Ladrão tem carro e é rico! (Júlio)

 A partir desse diálogo, que conclusão deve nortear o trabalho da professora?

• A. É provável que essa brincadeira exemplifique o real da vida deles, pois traz personagens que fazem parte do contexto social da vida cotidiana
• B. Os meninos em questão estão querendo desafiar a autoridade da professora por brincarem com um tema inadequado
• C. Trata-se de uma brincadeira inocente, já que a criança dessa faixa etária ainda não percebe com clareza o que acontece no social mais amplo.
• D. Júlio não conhece as regras da brincadeira tradicional de polícia e ladrão, sendo preciso que a professora esclareça para ele o que vale e o que não vale
• E. A escolha da brincadeira provavelmente foi aleatória, tendo em vista que nessa faixa etária eles imitam muito o colega no brincar

O espaço/ambiente da Educação Infantil é fundamental para a qualidade da ação educativa. Uma das estratégias é a organização de áreas de atividades diversificadas (cantinhos). Com um espaço semi-aberto de atividades, o educador tem a possibilidade de circular entre as crianças dando atenção individualizada. Esses cantinhos permitem a realização de atividades como a roda de conversa, a hora da história, o teatro espontâneo, a construção com blocos, entre outros, e possibilitam que a criança:

• A. pense de maneira sistematizada a respeito de diferentes áreas do conhecimento, desenvolvendo, assim, o raciocínio lógico.
• B. elabore comportamentos menos agressivos em relação às outras crianças, o que irá facilitar o planejamento do educador.
• C. observe as atividades que estão sendo realizadas pelas outras crianças, para que construa um referencial de comportamento.
• D. trabalhe individualmente, o que vai contribuir para a construção de sua identidade e para o seu desenvolvimento emocional.
• E. interaja com pequenos grupos, permitindo a criação de um enredo comum nas brincadeiras, aumentando a troca e desenvolvendo a linguagem.

Uma das maiores dificuldades encontradas pelos educadores de Educação Infantil está relacionada à dificuldade de contato com a família das crianças, pois desconhecem os arranjos familiares e a realidade vivida pelas crianças atendidas pela escola. Por isso, uma justificativa comum aos "insucessos" escolares é a de que a criança vive no seio de uma família "desestruturada". Ao usar este termo, o educador evoca a:

• A. existência de uma cultura de violência no interior da família.
• B. organização familiar distante do modelo nuclear de família
• C. falta de condições financeiras da família.
• D. falta de estrutura habitacional da família.
• E. ausência de regras a serem seguidas pela criança